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Prioridades trocadas | FC Porto

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Está fechada a janela de transferências em Portugal e na grande maioria dos campeonatos europeus. Depois de um longo verão de preparação de uma época que, também ela, se prevê extensa e desgastante (até tendo em conta que se jogará o Mundial em Novembro e Dezembro), chegou a hora de fazer um balanço das movimentações de mercado protagonizadas pelo FC Porto.

Ponto prévio, está claro que o plantel do FC Porto para a época 2022/2023 é mais fraco e menos capaz do que o plantel que conquistou a dobradinha na temporada transata. Os portistas vão bater-se com menos armas com os rivais do costume. O SL Benfica voltou a mostrar que é, atualmente, o único dos grandes com alguma pujança a nível financeiro e voltou a abrir os cordões à bolsa para dar ao seu treinador todas as condições de sucesso. Já o Sporting CP, pese embora os problemas levantados com as saídas de Palhinha, Matheus e Sarabia, reforçou todos os setores e voltou a dizer que “sim” a todos os pedidos de Rúben Amorim.

No FC Porto relevam-se duas baixas de vulto. Vitinha e Fábio Vieira deixaram o clube para reforçar PSG e Arsenal respetivamente. Os dois jovens internacionais portugueses aportavam à equipa qualidade em diversos momentos do jogo e não tinham, no plantel, paralelo ao nível do passe, seja curto ou à distância. No entanto, apesar das diversas incorporações registadas no plantel azul e branco, Sérgio Conceição não viu supridas as vagas deixadas em aberto pelos dois jogadores formados nas escolas do clube.

Depois das saídas destes dois jogadores, a prioridade era clara. Era fundamental apostar grande parte das fichas disponíveis na contratação de um médio de qualidade superior capaz de gerir os ritmos de jogo da equipa, comandar os tempos de pressão no meio-campo adversário e aliar-se a Uribe para fazer funcionar a sala de máquinas do Dragão. Assim não entendeu a SAD. E falo na administração porque me custa acreditar que Sérgio Conceição tenha dado o aval à política de contratações reativa do clube.

FC Porto Belenenses SAD
Fonte: Diogo Cardoso / Bola na Rede

Ora vejamos, o FC Porto gasta 20 M€ em David Carmo. Trata-se de um defesa central de enorme qualidade, mas que, estando a representar o SC Braga e às portas da seleção nacional, chega inflacionado e por um valor bastante acima do que um clube como o FC Porto deve gastar para reforçar a posição. A juntar a esta adição, a SAD optou por gastar 10 M€ em Gabriel Verón (que teve direito a apresentação de estrela). Um jovem brasileiro de reconhecido potencial que, caso seja capaz de se manter afastado de problemas físicos, pode tornar-se num caso sério, mas que chega ao clube para reforçar uma posição suficientemente povoada.

São duas contratações que, na verdade, ocorrem de forma reativa e serviram para limpar a imagem da SAD. Recordo que a contratação de David Carmo surge no dia seguinte à contratação de João Vitor, central que esteve praticamente de malas feitas para rumar ao Dragão, por parte do SL Benfica e Gabriel Verón aterra na invicta poucos dias depois da polémica saída de Francisco Conceição para o AFC Ajax que motivou, até, palavras duras e estapafúrdias do líder da claque para com Sérgio Conceição.

Portanto, apesar da inegável qualidade de ambos os jogadores, são gastos mais de 30 M€ em jogadores inflacionados que chegam ao clube mais para abafar polémicas e salvar a pele dos dirigentes do que inseridos numa política racional, construtiva e estruturada de contratações.

É certo que o FC Porto estava necessitado de um defesa central, mas não me parece que apostar quase todas as fichas nessa posição e ignorar a necessidade de contratar um médio de valor inquestionável e, até, de pelo menos um lateral (tendo em conta as deficiências táticas de João Mário e técnicas de Zaidu), seja a estratégia mais prudente.

Andre Franco
Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

Para o meio-campo, Sérgio Conceição viu confirmada a permanência de Eustáquio e viu chegar André Franco, jovem jogador que atuava no Estoril. Apesar de serem dos jogadores úteis a um plantel que enfrentará uma época longa, não me parecem as soluções capazes de preencher, ou pelo menos disfarçar, no imediato, o vazio deixado por Vitinha e Fábio Vieira.

Por fim, já muito perto do soar do gongo, o FC Porto, nos momentos finais do mercado, quando todos os portistas suspiravam pelo tal médio, apresenta Samuel Portugal, guarda-redes que jogava no Portimonense, para ser suplente de Diogo Costa. Fica provada a falta de confiança em Cláudio Ramos e o desnorte de quem decide.

Assim sendo, parece ser Grujic quem parte na frente para assumir a vaga em aberto no meio-campo (Bruno Costa atuou na sua ausência) e, apesar de algumas características distintivas do sérvio que podem robustecer a equipa a nível defensivo, o FC Porto fica a perder na capacidade de pressão no meio-campo contrário e, acima de tudo, nos momentos e movimentos com bola.

Em todo o caso, chegados aqui, resta-nos, enquanto adeptos, acreditar nas potencialidades do plantel que foi construído e que conta, ainda assim, com jogadores de grande craveira. Jogadores como Otávio, Pepê, Taremi, Pepe ou Uribe serão porta-estandarte da equipa, garante de qualidade e fonte de esperança. E por fim, Sérgio Conceição. Sempre ele. Terá, uma vez mais, a hercúlea missão de cozinhar uma omelete requintada com meia dúzia de ovos de ouro e uns quantos de qualidade duvidosa.

Bernardo Lobo Xavier
Bernardo Lobo Xavierhttp://www.bolanarede.pt
Fervoroso adepto do futebol que é, desde o berço, a sua grande paixão. Seja no ecrã de um computador a jogar Football Manager, num sintético a jogar com amigos ou, outrora, como praticante federado ou nos fins-de-semana passados no sofá a ver a Sporttv, anda sempre de braço dado com o desporto rei. Adepto e sócio do FC Porto e presença assídua no Estádio do Dragão. Lá fora sofre, desde tenra idade, pelo FC Barcelona. Guarda, ainda, um carinho muito especial pela Académica de Coimbra, clube do seu pai e da sua terra natal. De entre outros gostos destacam-se o fantástico campeonato norte-americano de basquetebol (NBA) e o circuito mundial de ténis, desporto do qual chegou, também, a ser praticante.

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