É mais ou menos consensual, para a generalidade da crítica, que o FC Porto foi superior ao Sporting (como já o havia sido para o campeonato, diante de ambos os rivais) no jogo da última quarta-feira. Essa superioridade, no entanto, não foi tão evidente quanto havia sido nos dois clássicos anteriores e, por isso, o empate não escandaliza. Jorge Jesus, no seu estilo habitual, “culpou” Rui Patrício por desequilibrar uma balança que, na opinião do ‘mestre’, sempre se manteve equilibrada. Nada mais errado. Nem o guardião leonino fez a diferença (apesar de todo o mérito) nem o equilíbrio foi a nota dominante (apesar do resultado).
O que fica é, mais uma vez, a incapacidade do FC Porto transformar em golo as inúmeras oportunidades de que dispõe, destacando-se neste particular Moussa Marega. O maliano evolui a olhos vistos, fez mais um grande jogo e impulsionou grande parte das jogadas de maior perigo da equipa. Porém, continua a pecar copiosamente na finalização e isso (também) tem impedido os portistas de se superiorizarem aos rivais no confronto direto.
Tempos houve em que se colava ao FC Porto o rótulo de implacável nos momentos decisivos, algo que poderá demorar a ser reconquistado, essencialmente graças à descaracterização do clube ao longo dos últimos anos e da ausência de mentalidade vencedora que só agora se vai impondo, aos poucos. Assim, falhado que está o primeiro grande objetivo da época, o jogo da próxima terça-feira, em Moreira de Cónegos, torna-se vital para se perceber em que ponto está a força mental de uma equipa que não pode dar-se ao luxo de desperdiçar não só a vantagem pontual que leva no campeonato, como também a obrigatoriedade de conquistar a Taça de Portugal. No decorrer da época, a resposta a resultados negativos (essencialmente pós-champions) foi sempre positivo e, por isso, exige-se uma reação forte e assertiva.