O cronómetro apontava para os 94 minutos quando se deu um dos golos mais festejados da história do Estádio do Dragão. Não tenho medo em dizê-lo.
Rui Pedro da Silva e Sousa estreou-se no principal escalão do futebol português em 2016/2017, sob a mão de Nuno Espírito Santo e fez uma delícia das grandes frente ao SC Braga no Estádio do Dragão, ao terminar um jejum de golos que já durava há 520 minutos (1 mês para ainda chocar mais quem está a ler).
A eficácia parecia não simpatizar com este FC Porto e teve de ser um menino de 18 anos, que não era visto como uma das maiores promessas do Olival, a matar um borrego que já era desesperante para todos.
A primeira questão que faço é: Será que foi esta ascensão repentina de Rui Pedro que levou ao desenlace que a história teve? Terá sido um passe maior que a perna?
Rui Pedro fez desta forma o golo da vitória.#FCPorto #FCPSCB pic.twitter.com/D2TRTVNl5O
— FC Porto (@FCPorto) December 3, 2016
Mais à frente vamos analisar pormenorizadamente esse desenlace que culminou no fim da ligação contratual de Rui Pedro com o FC Porto.
Antes de mais, a história. A história de uma eterna promessa adiada que de um dia para o outro atingiu uma dimensão que pode ter posto em causa o sucesso desportivo de Rui Pedro. Normalmente diz-se que a pressa é inimiga da perfeição, mas neste caso creio que a fama foi a inimiga para uma perfeição que todos esperavam.
Nascido em Castelo de Paiva, Rui Pedro cumpriu os escalões de formação no FC Porto, passando pelos sub-15, pelos sub-17, mas as verdadeiras amostras estavam guardadas para os sub-19 (a nível europeu ao ser o melhor marcador do FC Porto na UEFA Youth League de 2016/2017 e o terceiro melhor marcador da prova, mesmo tendo os dragões sido eliminados precocemente da competição).
A equipa B não foi o maior palco para o jogador se mostrar a Nuno Espírito Santo, visto que a Primeira Liga Portuguesa é que conseguiu catapultar este jovem ponta de lança para a ribalta.
Depois da inesquecível estreia frente ao SC Braga já se falava em tudo. Uma possível titularidade, um ponta de lança como poucos a sair da formação portista, e até uma chegada à Seleção Nacional… Tudo isto pode pesar de forma negativa na cabeça de um jogador. Bem sabemos o peso mediático que um jovem hoje em dia tem no futebol português e até mundial. Muitos casos acabam mal e este foi apenas mais um. Ainda há solução? Claro que sim, visto que Rui Pedro ainda tem 22 anos.