Depois dos factos, chega a parte mais complicada. A busca de explicações para que tal se suceda. Podemos partir das mais básicas explicações como os relvados de menor qualidade que existem pelos estádios dos clubes ditos pequenos até às mais subjetivas como a vertente psicológica dos jogadores.
Mas uma coisa é certa, a forma como o FC Porto aborda os jogos fora é substancialmente diferente da forma como o faz perante o seu público. Desde a entrada em jogo, mais autoritária no Dragão, e mais tímida longe de casa, até à qualidade e ideia de jogo, pressão e posse em casa, jogo mais direto fora. Pode parecer, e até acaba por ser, uma visão excessivamente simplista do que se passa, mas interessa perceber porque é que uma equipa como o FC Porto apresenta duas faces tão distintas dependendo do local onde joga. Histórica e estatisticamente é mais fácil jogar em casa do que fora, mas uma equipa grande como o é o Porto não pode nunca ter tantas discrepâncias no seu desempenho.
Bem sei que cada jogo é um jogo e que, por exemplo, no passado fim-de-semana as dificuldades se prenderam com a intenção de Nuno de “voar sem asas”, numa alusão à falta de extremos e de criatividade. Ainda assim, existem denominadores comuns em todos esses empates e é a eles que nos temos que agarrar na procura de explicações e, acima de tudo e muito mais importante, na busca por soluções. O futebol da equipa é mais lento, menos rendilhado, mais direto, menos organizado e, até, menos pressionante neste tipo de jogos. Como tal, compete à equipa técnica, a NES e aos seus adjuntos , encontrar a fórmula para debelar todas estas questões porque o Porto está bem vivo na luta pelo título (com todo o mérito que treinadores e jogadores merecem por isso) e, para lá chegar, urge melhorar o desempenho da equipa longe da invicta.
Por fim, e como por todas as razões e mais algumas, as saudades de casa são muitas, desejar um Estádio do Dragão cheio no próximo sábado para um embate de cariz decisivo frente ao Sporting, e que o FC Porto faça uma exibição plena de garra, crer e ambição e, acima de tudo, qualidade. Só os três pontos interessam.
Vamos com tudo. Até sábado. Somos Porto.
Foto de Capa: FC Porto