Sérgio Conceição, Paulo Sousa ou Pedro Martins? O princípio da incerteza

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    Cerca de uma semana e meia após a rescisão do contrato que ligava Nuno Espírito Santo ao FC Porto a indefinição face ao futuro mantém-se no reino do dragão. Esta não é uma situação nova, mas é claramente mais uma mancha sobre a gestão desportiva do clube que, de forma algo incompreensível, começa a perder terreno na preparação de uma época que se avizinha muito importante para os adeptos e para o futuro da própria Direção do FC Porto.

    Esta situação denota, desde logo, as dificuldades financeiras pelas quais o clube está a passar. São já vários anos sem conquistar títulos e investindo em futebolistas que não se têm valorizado, representando estes despesas para o FC Porto sem que haja receitas significativas que as permitam colmatar. É evidente que a situação é delicada, é evidente que o futuro não parece tão risonho quanto qualquer adepto desejaria, mas é também evidente que, reunindo-se uma conjugação equilibrada ao nível da qualidade do treinador e dos futebolistas, o regresso aos títulos parece possível.

    Se relativamente aos jogadores as incógnitas são muitas, relativamente ao treinador o véu tem vindo a cair a pouco e pouco e, atualmente, parecem restar três nomes em cima da mesa: Sérgio Conceição (a hipótese mais forte), Paulo Sousa (aparentemente também alvo do Crystal Palace FC e do B Borussia 1909 e. V. Dortmund) e Pedro Martins (que nos últimos dias tem vindo a ser fortemente associado ao Olimpiacos FC). Assim sendo, importa perceber o que cada um destes treinadores pode trazer ao FC Porto e, acima de tudo, o que os distingue na sua forma de pensar o jogo.

    Fonte : Facebook oficial de Sérgio Conceição
    Fonte : Facebook oficial de Sérgio Conceição

    Começando por Sérgio Conceição, o treinador natural de Coimbra é, como se sabe, portista de alma e coração. A sua personalidade não deixa ninguém indiferente e, se por um lado transmite garra e determinação para dentro do balneário, por outro lado também conduz a variados desentendimentos com jornalistas, jogadores, e até mesmo com membros da Direção. Em Portugal, no SC Braga, Sérgio Conceição foi despedido por justa causa por “falta de lealdade e respeito” para com o clube, a Direção, e o Presidente António Salvador. Pese embora as dificuldades de relacionamento e algumas limitações táticas que a equipa foi evidenciando, sobretudo na organização ofensiva e na transição defensiva, ao nível dos resultados Sérgio Conceição recolocou o SC Braga na Liga Europa após uma desastrosa época 2013/14. No Vitória SC Conceição herdou um plantel muito desequilibrado e uma equipa taticamente devastada pelo seu antecessor, Armando Evangelista. Ainda assim, conseguiu retirar a equipa da posição delicada em que se encontrava (com zero pontos) e deixa-la no 10º lugar da tabela classificativa. Para tal, foram sempre evidentes as qualidades da equipa nos momentos de transição ofensiva e defensiva. Finalmente, em França, e num FC Nantes francamente pobre ao nível da qualidade individual, Sérgio Conceição conseguiu conduzir a equipa ao 7º lugar da tabela classificativa. Apesar de as individualidades serem, neste caso, dificultadoras do trabalho do treinador, o FC Nantes sempre apresentou muita qualidade em organização defensiva (a fazer lembrar alguns princípios do SL Benfica de Rui Vitória) e em transição ofensiva. Em organização ofensiva, apesar de nem sempre ser possível, a ideia era clara: futebol de posse, com bola no chão.

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    Francisco Sampaio
    Francisco Sampaiohttp://www.bolanarede.pt
    Apaixonado por futebol desde a segunda infância, Francisco Sampaio tem no FC Porto, desde esse período, o seu clube do coração. Apesar de, durante os 90 minutos, torcer fervorosamente pelo seu clube, procura manter algum distanciamento na apreciação ao seu desempenho. Autodidata em matérias futebolísticas, tem vindo recentemente a desenvolver um interesse particular pela análise tática do jogo. Na idade adulta descobriu a sua segunda paixão, o ténis, modalidade que pratica de forma amadora desde 2014.                                                                                                                                                 O Francisco escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.