Sérgio Conceição pode (e deve) falar sobre a gestão da SAD portista

    Sérgio Conceição chegava ao Dragão na época de 2017/18, após ter renovado recentemente com o seu antigo clube, o FC Nantes. Após uma época de sucesso, onde não só salvou o emblema francês da despromoção, como também o colocou no 7.º lugar do campeonato, o treinador português tinha tudo para continuar num clube que tinha potenciado ao máximo em meia época apenas.

    No entanto, comandar o FC Porto falou (muito) mais alto – era um emblema onde tinha jogado grande parte da sua carreira, e, sobretudo, era o seu clube de coração.

    Sérgio Conceição sabia das dificuldades que iria encontrar, comandava agora um clube completamente assolado a nível desportivo e a nível financeiro. Acredito que a aposta feita em Sérgio Conceição foi das melhores “jogadas” já efetuadas por Pinto da Costa: o objetivo era trazer um treinador que sabia do que se tratava esta “mística” dos dragões, que, até então, se tinha dissipado.

    E, de facto, Sérgio reergueu o clube à sua maneira. Todo o mérito tem de ser dado, unicamente, ao trabalho do treinador português e da sua equipa técnica.

    A nível desportivo, o FC Porto encontra-se atualmente onde está pelo que Sérgio Conceição fez e continua a fazer, desde a época de 2017/18 até ao presente. A sua imagem, os títulos que conquistou e a sua gestão do plantel acobertam, com um grande pano, todos os erros grotescos que a SAD portista tem cometido nestes últimos anos.

    Independentemente do que aconteça, Sérgio consegue retirar algo bom de um clube que internamente está completamente perdido. E não é uma constatação subjetiva, é o que de facto é: desde os jogadores que saem a custo zero até às contratações erróneas, sem qualquer tipo de planeamento.

    Por isso, se há alguém que pode protestar ou desaprovar uma dada situação, é Sérgio Conceição. O treinador portista tem executado autênticos milagres: já trabalhou (e foi campeão) com um plantel curtíssimo, sem poder fazer qualquer contratação devido à situação financeira do clube; perdeu jogadores essenciais no plantel e as suas saídas não foram colmatadas com contratações a altura etc.

    Posto isto, chegamos ao caso de Luis Díaz, um jogador que em três épocas encantou o coração do adepto portista. Depois de Hulk, não me recordo (na última década) de ter visto um extremo numa forma tão avassaladora como Luis Díaz teve nesta época. Claro, houve Corona ou até Brahimi, mas o extremo colombiano tem algo a mais que estes dois: “golo” e um poder de decisão tremenda.

     

    Fonte: Diogo Cardoso / Bola na Rede

    A meu ver, tendo em vista de que a SAD necessitava vender a todo o custo, a saída de Luis Díaz já era assim expectada – Sérgio Conceição sabia disso de antemão. Porém, mais uma vez a SAD não planeou da melhor forma esta saída. Já para não falar do “baixo valor” a qual o jogador foi vendido, Sérgio Conceição, mais uma vez, não recebeu um jogador a altura.

    Não digo colmatar a saída de Luis Díaz com um jogador “do seu patamar”, algo que até é “praticamente impossível” para os cofres dos dragões, mas sim encontrar soluções viáveis para a sua posição. Claro, há Pepê, Francisco Conceição, Gonçalo Borges e agora Galeno, todavia é curto para um clube da dimensão do FC Porto, com os objetivos que tem.

    Tendo em vista a exigência imposta pelo universo portista, Sérgio Conceição merecia muito mais do que aquilo de que tem recebido ao longo da sua trajetória no clube. Como o treinador dos azuis e brancos referiu, cremos nós como forma de mensagem à direção: “tem de se rever objetivos e pensar no futuro próximo”.

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    Felipe Ribeiro
    Felipe Ribeirohttp://www.bolanarede.pt
    O Felipe é um jovem que estuda Jornalismo na Escola Superior Comunicação Social. Gosta sempre de dar a sua opinião quando de futebol se trata, atentando sempre para os mínimos detalhes que acontecem dentro de campo. É devoto do Porto, daqueles que conta os dias que faltam para o jogo. Vê o futebol como um livro recheado de particularidades únicas, onde várias opiniões diferentes compõem a história.                                                                                                                                                 O Felipe escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.