Nos últimos dois anos, essencialmente, embora raro no futebol profissional, assistimos a uma relação profissional entre Pai e Filho no FC Porto, com a inclusão de Francisco Conceição no plantel principal dos dragões que é precisamente orientado pelo seu pai, Sérgio Conceição
No entanto, quis o destino, que Francisco ganhasse asas fora do reino do Dragão e assim prosseguiu a sua carreira para o AFC Ajax, nos Países Baixos, em troca de um “fino” e de uma taça de tremoços, atenuando o mísero negócio realizado pela direção portista.
Razão pela qual, para muitos, pensavam que não íamos voltar a assistir a uma situação pouco comum no futebol, mas a verdade é que a vida é uma caixinha de surpresas e nem foi preciso meio ano, para que voltássemos a ter outro Conceição nas fileiras da equipa A do FC Porto.
Quem ler este artigo, sem o contexto adequado, deve pensar que será apenas mais uma “Segunda-Feira” numa empresa portuguesa, mas não, neste caso, a exigência é máxima e para estar nos trabalhos do Olival, é necessário ter qualidade.
Rodrigo Conceição renovou com o FCPorto até 2027.🐉
Cláusula aumentou cerca de 30M.
Anúncio esperado para breve.💙 pic.twitter.com/f3j2JHcbV5
— Market FCPorto (@MarketFCP) October 14, 2022
Pessoalmente, devo confessar, não via qualidade suficiente para que Rodrigo encaixasse na equipa, sendo apenas um membro compositor da mesma. Porém, face à escassez de qualidade que o FC Porto enfrenta em ambas as laterais, era uma possibilidade que nunca devia ter arrumado na gaveta.
E a verdade, após as exibições menos conseguidas de João Mário, aliada à lesão de Manafá, é que Rodrigo tem vindo a somar oportunidades e não tem comprometido como alguns, tal como eu, receava.
Motivo pelo qual, pouco a pouco, tem vindo a ganhar a confiança dos adeptos e dos seus companheiros de equipa e cada vez que vê um opositor a atacar pelo seu lado não solto um “ai Jesus” de pânico.
Relativamente às suas características, a primeira palavra que me vem à cabeça quando penso em Conceição é raça e podemos ver isso no seu jogo, uma atitude e entrega ao jogo que faz com que alguma das suas debilidades sejam atenuadas. Por isso mesmo, no momento defensivo, Rodrigo é um jogador que nenhum atacante gosta de enfrentar, porque se torna chato, no bom sentido para os adeptos do FC Porto.
Mas, este futebolista, é muito mais do que isso, uma vez que se nota que se sente confortável com bola nos pés e não se inibe de subir e dar apoio ao ataque, algo que os laterais que jogam com Sérgio Conceição tem sempre de oferecer, isto é, projeção ofensiva.
Ainda é cedo para determinar se estamos perante um jogador que possa ser titular de caras numa equipa como o FC Porto, contudo tem a sua valia e com trabalho e determinação poderá ser sempre um atleta útil a ter nas fileiras do plantel principal.
Por agora, resta ao Rodrigo desenvolver-se sem pressão, não ligar a possíveis bocas que possam aparecer, não ligar a apedrejamentos criminosos e descabidos, mas sim acreditar no treino e dar tudo pelo clube que todos admiramos, o FC Porto.