CD Tondela 0-1 SC Braga: Noite fria trouxe jogo gelado

    A CRÓNICA: SÓ RICARDO HORTA FEZ SUBIR A TEMPERATURA

    O ar gélido da Beira Alta retardou o SC Braga, mas não o congelou em definitivo. Na ressaca da derrota europeia perante o FK Sheriff, os minhotos venceram no reduto do CD Tondela e encurtaram a distância para o terceiro lugar (é, agora, de sete pontos).

    Numa partida em que as duas equipas entraram afirmativas, os primeiros remates, de parte a parte, surgiram de meia-distância. Um sinal das dificuldades que Tondela e Braga apresentavam em conseguir chegar a zonas de finalização, com muito mérito para a pressão adversária.

    Para as balizas entrarem em ação, foi preciso esperar pelo minuto 45, com Undabarrena a corresponder de forma certeira ao cruzamento de Bebeto. Contudo, o médio espanhol estava em posição irregular, e o nulo manteve-se no marcador.

    A segunda parte parecia querer ir pela mesma toada da primeira, com muita troca de bola, mas sem balizas. No entanto, poucos minutos depois de entrar, Yan Couto rasgou a linha defensiva tondelense e descobriu Ricardo Horta no centro da área. O extremo português ainda atirou à figura de Trigueira num primeiro momento, mas emendou na segunda tentativa e abriu a contagem. O Braga “descongelava” o resultado.

    O golo foi um lance isolado num jogo sem grandes motivos de interesse. Assim, numa noite cada vez mais fria, só os adeptos do Braga pareceram não sentir qualquer condicionamento, uma vez que apoiaram a equipa ininterruptamente durante os 90 minutos. Notável!

     

    A FIGURA

    Ricardo Horta – Desbloqueou o resultado, após uma brilhante assistência de Yan Couto. Não protagonizou uma exibição ao nível do que sabemos que é capaz, mas acaba por ser a figura por ser dele o único “tiro certeiro” do jogo.

    Menção honrosa para Eduardo Quaresma, que realizou a melhor exibição desde que está em Tondela.

     

    O FORA DE JOGO

    Fonte: Paulo Ladeira / Bola na Rede

    João Pedro – Mais uma exibição longe do melhor. Cometeu vários erros individuais, nomeadamente na saída a jogar, o que custou a posse de bola à equipa por várias vezes. Há alternativas para o lugar e a estadia no “onze” pode estar “por um fio”.

     

    ANÁLISE TÁTICA – CD TONDELA

    5-2-3 que inicialmente perspetivei confirmou-se, mas apenas no momento defensivo. A atacar, em 4-3-3, Eduardo Quaresma deixava o papel de central do meio e assumia-se claramente como o médio mais recuado do triângulo central, composto ainda por Undabarrena e João Pedro.

    Nota positiva também para a pressão exercida pelos homens de Pako Ayestarán sobre a linha recuada adversária, não dando espaço para que os bracarenses pudessem sair a jogar a partir de trás e condicionando as ações dos dois homens do meio.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Pedro Trigueira (5)

    Bebeto (6)

    Eduardo Quaresma (6)

    Modibo Sagnan (6)

    Manu Hernando (6)

    Neto Borges (6)

    Iker Undabarrena (6)

    João Pedro (5)

    Salvador Agra (6)

    Rafael Barbosa (5)

    Renat Dadashov (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Juan Boselli (5)

    Daniel dos Anjos (5)

    Ricardo Alves (5)

    Javier Avilés (-)

    Pedro Augusto (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – SC BRAGA

    3-4-3 voltou a ser aposta de Carlos Carvalhal, que lançou no “onze” os jovens Francisco Moura e Rodrigo Gomes.

    Muito condicionado pela pressão forte do adversário, o Braga apresentou dificuldades em ligar o seu jogo no primeiro tempo, sobretudo em zonas interiores. Na segunda parte, o golo conseguido cedo abriu espaços para os minhotos explorarem.

    De realçar ainda o “desaparecimento” de Castro durante todo o jogo, muito fruto do impedimento colocado pelo Tondela ao jogo interior dos bracarenses.

    11 INCIAL E PONTUAÇÕES

    Matheus (6)

    David Carmo (6)

    Paulo Oliveira (6)

    Diogo Leite (6)

    Fabiano (5)

    Al Musrati (6)

    André Castro (5)

    Francisco Moura (6)

    Rodrigo Gomes (5)

    Ricardo Horta (6)

    Abel Ruiz (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Iuri Medeiros (5)

    Gorby Baptiste (5)

    Vitinha (5)

    Yan Couto (6)

    Leonardo Buta (-)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    CD TONDELA

    BnR: O Eduardo Quaresma apareceu como um misto de terceiro central e médio mais defensivo. Uma vez que é um jogador que gosta de sair com bola, pode ser este o melhor papel para ele dentro do “onze”?

    Pako Ayestarán: Considerámos que, hoje, era o jogador que melhor podia fazer de “trinco”. Quando precisámos que ele fizesse esta posição, ele esteve bem, sobretudo no primeiro tempo. O Ricardo Alves já tinha feito este papel, hoje foi o Eduardo e, por isso, é mais uma opção.

     

    SC BRAGA

    BnR: O que é que sentiu necessidade de alterar da primeira para a segunda parte, de modo a tentar encontrar mais espaços e a conseguir colocar melhor em prática a estratégia para o jogo?

    Carlos Carvalhal: Temos que analisar o contexto. Sabemos que o Yan Couto, o Iuri Medieros e o Vitinha têm mais capacidade para ter bola. Estávamos convencidos que, para a primeira parte, devido ao jogo de quinta-feira, tínhamos que apostar numa equipa mais robusta, sólida, com atitude. Na segunda parte, com o desgaste, soltámos jogadores com melhor toque de bola, um nível técnico muito bom. Para mim, foi uma vitória justa pela atitude dos meus jogadores, mas com argumentos diferentes da primeira para a segunda parte.

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    Alexandre Candeias
    Alexandre Candeiashttp://www.bolanarede.pt
    Apaixonado por futebol desde sempre, tem o hábito de escrever sobre o desporto rei desde os tempos da escola primária, onde o tema das composições de Português nunca fugia da bola.