Num fim de domingo e no intervalo de uma eliminatória importante com o Fenerbahçe, o Sporting de Braga visitou o Estádio do Restelo. Houve algumas mudanças efectuadas por Paulo Fonseca, dando a titularidade a Aaron, Arghus e Forbes e colocando Rafa e Hassan no banco. Do lado do Belenenses, a equipa habitual, com Miguel Rosa no banco.
Foi uma primeira parte morna, com as duas equipas encaixadas uma na outra. Poucos remates enquadrados com a baliza (três) e muitos remates para longe desta. Talvez pelo facto de o Braga estar no meio de uma eliminatória, foi o Belenenses a ter mais iniciativa. Por duas vezes, Marafona teve de intervir e salvar os minhotos do golo certo. Do lado dos arsenalistas, algumas investidas no ataque, mas apenas num lance Ventura teve de se aplicar. Num empate sem golos e num jogo que não foi muito atractivo, há a realçar os erros defensivos da equipa bracarense. Muita falha de comunicação entre jogadores e guarda-redes, muitos erros e bolas mal cortadas, principalmente de Arghus. É notório que não está entrosado com a equipa.
A segunda parte não foi muito diferente da primeira, tirando no pormenor mais importante do jogo, a finalização. Na primeira oportunidade de golo o Belenenses, através de Gonçalo Silva, inaugurou o marcador após canto de Carlos Martins. Aos 61 minutos Julio Velázquez mexeu na equipa, entrando Miguel Rosa, e a substituição não podia ter corrido melhor. O número 7 dos azuis na primeira vez que tocou na bola fez o 2-0 ao responder de cabeça a um cruzamento de Sturgeon.
Aos 66 minutos foi a vez de Tiago Caeiro também fazer o gosto à cabeça e matar o jogo. O avançado do Belenenses fez o 3-0 no terceiro remate da equipa do Restelo, na segunda parte. Uma eficácia de 75% na segunda parte que ditou a vitória do Belenenses; André Pinto remata por cima aos 73, no primeiro e único remate do Braga na etapa complementar do jogo.
Vitória mais do que justa dos azuis do Restelo num jogo algo morno e sem grandes oportunidades de parte a parte, mas o Belenenses foi a equipa que mais procurou a vitória.
Perguntas BnR:
Paulo Fonseca – Sentiu que houve falta de entrosamento e de comunicação entre a defesa, principalmente na primeira parte, onde há um lance onde isso é notório? R: Senti isso mais na segunda parte, houve mexidas, mas, tirando os dez minutos dos golos, a defesa esteve bem.
Julio Velázquez – Tem dito que o objectivo é a manutenção mas no final do jogo tocou o hino da Liga Europa e o Speaker falou no tema; isso passou a ser um objectivo oficial do Belenenses? R: Não, o nosso objetivo é jogo a jogo. Agora estamos a pensar no Tondela e quando este jogo acabar pensaremos no Sporting, e assim sucessivamente. Quando aqui cheguei estávamos três pontos acima da linha de água e jogávamos com o Boavista num jogo decisivo. É esta a nossa mentalidade e vai ser assim até termos matematicamente assegurada a manutenção.
Os adeptos do Belenenses já colocaram uma tarja com o seu nome na bancada. É importante esse apoio da bancada, visto que o Julio era um desconhecido para muitos? R: Estou muito feliz por estar aqui. Este grupo tem sido fantástico, não pensa em individualismos. Os adeptos, obviamente, ajudam. Têm sido incansáveis no apoio. Estou a gostar de estar em Lisboa, de treinar este clube.
Miguel Rosa – Um comentário ao jogo? R: Vitória justa. Foi um jogo onde estivemos bem e merecemos os três pontos. Este grupo já merecia uma vitória assim.
A Figura:
Julio Velázquez – Mexeu, e bem, no jogo e a vitória tem muito mérito do espanhol, sendo que o próprio Paulo Fonseca elogiou o futebol do Belenenses. Encontrou a equipa em zona de descida e neste momento está a quatro pontos da Europa. Veio como um desconhecido mas está a mostrar uma óptima imagem.
O Fora-de-Jogo:
Defesa do SC Braga – As alterações na equipa foram decisivas para a derrota, principalmente na defesa. Nunca houve o entrosamento certo e foram notórias as falhas de comunicação.
Reportagem de André Conde e Rodrigo Fernandes