Moreirense FC 0-4 SC Braga: Quando a passividade peca…

    A CRÓNICA: PASSIVIDADE + GALENO + JOGADAS SIMPLES = GOLEADA DO SC BRAGA

    Fevereiro iniciou-se no Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas. Moreirense FC e SC Braga mediram forças na 16ª jornada sob a tutela de João Pinheiro. O histórico do confronto favorece, de modo claro e conciso, a turma bracarense – 13 vitórias em 23 embates – enquanto que os cónegos registam apenas quatro (o último triunfo dos da casa data de seis de abril de 2019, após tento solitário de Ivanildo Fernandes).

    A atividade desportiva do SC Braga foi precoce em demasia: o cronómetro ainda não marcava o primeiro minuto de jogo, mas variou: Galeno, em cima da linha lateral, desmarca Ricardo Horta – com culpas para a linha defensiva do Moreirense FC – e este adianta-se a M. Pasinato, finalizando à boca da baliza. Resultado? O VAR responde e anulou. Voltava tudo à estaca zero…

    A fugacidade parecia estar destinada a ser pedra de toque: Fransérgio, após Rosic bater um livre no meio campo defensivo e colocar em Fábio Pacheco, rouba o esférico ao camisola seis do Moreirense FC e atira para a contagem, defronte de M. Pasinato. 0-1! Seis minutos no marcador e o placard modificava-se.

    A (falta) de atitude do Moreirense FC voltou a dar um belo quadro: Ricardo Esgaio, após recuperação de Castro a meio do terreno, progrediu no terreno e construiu um cruzamento capaz de encontrar o camisola 88 perto da pequena área: Castro não desperdiçou! 0-2 e o placard ainda não sinalizava os 20 minutos de jogo…

    Raúl Silva observou a pândega que se edificava e não quis faltar: num livre atacante, Galeno recuperou o esférico, colocou na entrada da área, Alex Soares desviou-o e Raúl Silva, num pleno sentido de oportunidade, atirou para o fundo das redes. 0-3 e apenas se tinham dissipado dois minutos desde o último tento…

    Em cima do intervalo, Galeno também quis entrar na festa, mas foi barrado pela má finalização: junto da linha final do terreno, ludibria mais do que uma vez Matheus Silva e atira perto do poste esquerdo da baliza à guarda de Pasinato.

    Intervalo em Moreira de Cónegos! O SC Braga vencia confortavelmente à entrada para os balneários.

    Já na segunda metade, aos 60′, Ferraresi rematou de primeira e fez a bola sobrevoar pouco mais do que um palmo sobre a a baliza à guarda de Matheus.

    Volvidos dez minutos, Galeno insistiu em abrir o livro: através de um movimento interior no corredor esquerdo, o extremo rematou colocado e viu o golo ser-lhe negado pela bela estirada de Matheus Pasinato.

    Aos 74′, num desenho preparado em casa, Yan Matheus coloca em Filipe Soares; este progride, desfere um remate colocado junto ao poste esquerdo e obriga Matheus a sujar o equipamento.

    O minuto 86 voltou a sorrir aos bracarenses: Al Elmusrati, após uma recuperação de bola e um rasgo de genialidade e visão de jogo, colocou em André Horta e este, sem a mínima preparação, fuzila a baliza de Pasinato. 0-4! O placard alterava-se uma vez mais e o epíteto de goleada instalou-se…

    Apito final! O SC Braga venceu por 0-4 e isolou-se na quarta posição uma vez mais, enquanto que o Moreirense FC caiu para o oitavo lugar da tabela classificativa.

     

    A FIGURA

    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Galeno – Faltou o golo. Mais uma exibição de gala e capaz de encher o olho. O extremo bracarense erige combinações de velocidade, técnica e drible com bola como poucos no campeonato português. Durante a partida de hoje, foi solicitado inúmeras vezes pelos companheiros de equipa e um verdadeiro bicho de sete cabeças para o setor defensivo do Moreirense FC.

    O FORA DE JOGO

    Fonte: Facebook Oficial do Moreirense FC

    Equipa do Moreirense FC – O quarteto defensivo teve uma noite para esquecer. Hoje, tudo correu mal. O meio campo foi incapaz de segurar e criar situações de perigo. O ataque nufragou. Os nervos e a passividade demonstrada na primeira meia hora de jogo assumiram uma preponderância de tal modo desastrosa que ditaram logo o que iria ser a partida. O próximo encontro urge uma revisão na constituição (da defesa).

     

    ANÁLISE TÁTICA – MOREIRENSE FC

    A turma liderada por Vasco Seabra apresentou quatro baixas para o duelo: Pedro Amador, Pedro Nuno, Sori Mané e André Luís.

    Os cónegos gizaram o frequente 4-4-3. Os irmãos Soares (Alex e Filipe), juntamente com Fábio Pacheco, encarregavam-se das batalhas a meio campo; Yan Matheus e Walterson eram as armas ofensivas do ponto de vista lateral e tendo em mente os apoios e as triangulações com o homem mais avançado, Rafael Martins. Matheus Silva sucedeu a D’Alberto e Abdu Conté ocupou o lugar de Afonso Figueiredo.

    Entrada displicente na partida: a defesa, nos primeiros 15 minutos, comprometeu por duas ou três vezes, factos propícios a situações de perigo com Galeno, Castro Ricardo Horta à cabeça. A passividade custou caro nos primeiros minutos e as investidas ofensivas foram sacrificadas. Nenhum registo de perigou durante os primeiros 45 minutos.

    Na segunda metade, o Moreirense FC entrou mais agressivo, mais resolvido e mais objetivo conferindo muito menos espaço aos ataques e contra-ataques do SC Braga bem como à manutenção da posse de bola: desenharam-se algumas triangulações e trocas de bola no terceiro terço e algumas investidas através do poder de cruzamento de Abdu Conté. Contudo, escassearam ocasiões de perigo iminente.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    M. Pasinato (4)

    Rosic (4)

    Abdu (5)

    Matheus Silva (5)

    F. Pacheco (6)

    Yan Matheus (6)

    Filipe S. (5)

    Alex Soares (6)

    Walterson (5)

    Rafael M. (5)

     

    SUBS UTILIZADAS

    Steven Vitória (5)

    Ibrahima (5)

    Lucas Silva (5)

    Franco (-)

    David Simão (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – SC BRAGA

    Os Gverreiros do Minho, para esta partida, não puderam contar com o contributo de Francisco Moura, Iuri Medeiros, Nico Gaitán e Rui Fonte.

    Carlos Carvalhal deslindou sobre o relvado o habitual 4-4-2. Galeno e Abel Ruiz foram chamados para o golpe em profundidade; R. Horta e João Novais ocupavam-se pelas alas e pelo apoio dos homens mais adiantados no terreno enquanto que Fransérgio e Castro seguravam o miolo. Raul Silva – possivelmente a maior novidade – foi adaptada a lateral esquerdo face à ausência de Sequeira.

    Entrada em jogo com os blocos bastante subidos e com as respetivas zonas de pressão bastante coesas e agregadas. Aproveitamento máximo das debilidades defensivas da turma de Vasco Seabra, triangulações bem desenhadas e sentido de entrega em cada bola disputada. Domínio integral do meio campo durante a primeira metade da partida.

    Segundos 45 minutos relaxados e com o controlo sobre a partida. Os blocos baixaram e a pressão em zonas mais avançadas do terreno esfumaram-se. No entanto, a coesão e a estratégia previamente definida nunca foram desrespeitadas ou postas em causa. O ritmo de jogo foi quebrado pela realização de cinco substituições. A partir dessa altura (79′), nada mais digo de registo.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Matheus (7)

    Tormena (7)

    João Novais (7)

    Abel Ruiz (6)

    David Carmo (7)

    Ricardo Horta (7)

    Fransérgio (8)

    Raúl Silva (8)

    Ricardo Esgaio (7)

    Castro (7)

    Galeno (8)

     

    SUBS UTILIZADAS

    Lucas Piázon (6)

    Al Elmusrati (6)

    Caju (6)

    André Horta (7)

    Zé Carlos (5)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA

    Moreirense FC

    BnR – Mister, boa noite. Desde o início do campeonato, creio que o jogo de hoje foi o pior em termos de agressividade inicial. Sentiu a equipa receosa antes da partida?

    Vasco Seabra – Entramos como não somos. Não, todos os dados que sentimos da equipa foi que estavam confiantes, coesos. Temos que falar sobre isso, sobre o que erramos, é a unica forma de aprender. Por vezes, estes resultados ajudam-nos a perceber naquilo em que erramos e de construir uma forma para não voltar a fazê-lo. Sabemos que, no próximo encontro, vamos dar resposta.

     

    SC Braga

    BnR – Mister, boa noite. Antes de mais, parabéns pela vitória. O SC Braga caracteriza-se por ser uma equipa que pressiona em zonas altas do terreno e por não deixar jogar o adversário. Pode dizer-se que, hoje, esse pressing foi perfeito nos primeiros 30 minutos de jogo?

    Carlos Carvalhal – Sim, sim. Nós temos um padrão ofensivo da equipa. Contudo, estamos preparados para jogar noutros modelos de jogo. se tivermos de defender atrás, defendemos atrás, hoje também o fizemos. Acima de tudo, somos uma equipa que sabe adaptar o seu jogo ao adversário e creio que isso é o mais importante. E claro… Normalmente, como bem disse, o SC Braga é essa equipa que pressiona alto e que não tem medo de subir no terreno. Portanto, o que disse parece-me estar correto.

     

     

     

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    Romão Rodrigues
    Romão Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
    Em primeira mão, a informação que considera útil: cruza pensamentos, cabeceia análises sobre futebol e tenta marcar opiniões sobre o universo que o rege. Depois, o que considera acessório: Romão Rodrigues, estudante universitário e apaixonado pelas Letras.                                                                                                                                                 O Romão escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.