Noite de primavera no Estádio Municipal de Braga num jogo importante para ambas as equipas intervenientes. O FC Porto tinha a missão de não permitir que o SL Benfica descolasse na liderança da Liga NOS e, do lado do SC Braga, este era o momento de procurar manter a boa sequência de seis jogos sem perder e de garantir a manutenção no quarto lugar da tabela classificativa. Num estádio composto por uma boa moldura humana (21106 espetadores) o ambiente era de festa e tudo fazia prometer uma grande noite de futebol.
Porém, foi logo aos seis minutos de jogo que Pedro Santos, respondendo de cabeça a um cruzamento da direita de Cartabia, colocou o estádio em polvorosa. A festa era dos “Guerreiros do Minho”, com os “Super Dragões” silenciados pela melhor entrada em campo dos braguistas. A partir daí o jogo tornou-se mais dividido, mas também mais faltoso, num espetáculo que não correspondia às expetativas previamente geradas em torno do mesmo.
Com as equipas a anularem-se mutuamente, muito por culpa do combativo trio de médios da equipa minhota, o jogo ia decorrendo predominantemente a meio-campo com os lances de perigo a surgirem, sobretudo, a partir de lances de bola parada. A oportunidade de golo mais clara da primeira parte pertenceu mesmo ao SC Braga, com um cabeceamento perigoso de Vukcevic após livre batido na esquerda por Pedro Santos, com a bola a morrer nas malhas laterais da baliza à guarda de Iker Casillas. Porém, foi imediatamente antes do intervalo que o FC Porto esteve prestes a colocar-se numa situação ainda mais delicada na partida, com um penálti favorável ao SC Braga; Pedro Santos partiu para a bola mas esta acabou por esbarrar no poste direito da baliza do FC Porto, mantendo a partida em aberto para a segunda parte.
No regresso do intervalo, apesar de não existirem alterações em qualquer das equipas, o jogo transfigurou-se significativamente, com o FC Porto a ter mais bola, a conseguir superiorizar-se ao SC Braga na luta do meio campo e, consequentemente, a criar diversas situações de perigo para a baliza à guarda de Matheus. E foi logo aos 57 minutos de jogo que Brahimi, isolado frente ao guarda-redes braguista, não conseguiu de cabeça dar seguimento com sucesso à jogada iniciada por Corona, que havia entrado para ocupar o lugar de Óliver Torres apenas três minutos antes. Os “Super Dragões” entusiasmavam-se nas bancadas e o jogo, pese embora muito partido taticamente, começava a empolgar os adeptos.
Logo de seguida, aos 61 minutos de jogo, Alex Telles marcou um canto da direita e Tiquinho Soares, de cabeça, repôs a igualdade no marcador. O SC Braga começava a ser empurrado pelo FC Porto para a sua área e as oportunidades de golo, pese embora raramente flagrantes, iam-se sucedendo.
Já a jogar num 4x4x2 com os médios alas bem adiantados no terreno de jogo e com dois pontas de lança fixos na frente, foi do trinco da equipa azul e branca que acabariam por surgir, até ao final do encontro, as duas melhores ocasiões de golo. Aos 78 minutos Corona cruzou a partir da direita e Danilo, de cabeça, permitiu a Matheus uma grande defesa para canto. Sete minutos depois, aos 85, totalmente isolado e já junto à pequena área, Danilo falhou escandalosamente aquele que poderia ter sido o golo que selaria a vitória do FC Porto.
Até ao final do jogo é apenas digna de registo a expulsão de Brahimi, já no banco de suplentes, por protestos após Hugo Miguel ter considerado que Soares simulou um penálti, tendo-o consequentemente admoestado com cartão amarelo. Ponto final num encontro de futebol intenso mas nem sempre bem jogado e cujo resultado não foi favorável a qualquer das equipas: o SC Braga viu o quarto lugar perdido para o Vitória SC e o FC Porto, com este empate, tornou mais difícil a missão de vir a ser campeão nacional, deixando o SL Benfica com três pontos de vantagem no topo da tabela classificativa.
Foto de Capa: Bola na Rede