A CRÓNICA: EXIBIÇÃO DE LUXO DOS ARSENALISTAS CONTRASTADA COM PESADELO MADEIRENSE
O SC Braga começou a época com o pé direito, já os insulares vinham de dois desaires, mas o técnico Vasco Seabra tinha apontado que não ia “ficar a chorar por leite derramado” e procurava já alcançar os primeiros pontos.
O domínio bracarense foi evidente desde o início, e logo no primeiro minuto, Iuri Medeiros esteve perto do golo com um remate que passou perto da barra. Nos seis primeiros minutos, os Guerreiros do Minho estiveram quatro vezes perto de desfazer o nulo. À quinta tentativa foi de vez, através do golo de Vitinha aos nove minutos, com destaque para o toque mágico de Ricardo Horta que deu início à jogada.
Após dez minutos intensos, o jogo serenou para ambos os lados. Mesmo sem lances perigosos, os minhotos mantiveram-se no controlo do jogo. Do outro lado, os madeirenses tiveram vida difícil para ascender no terreno, mas procuravam-no através da posse de bola e das alas.
Já perto do intervalo, ao minuto 43, os insulares não conseguiram acabar com o perigo e Beltrame ofereceu a bola de bandeja a Iuri Medeiros, que aniquilou as redes madeirenses e deixou Miguel Silva “aparafusado” ao relvado.
Voltado do intervalo, o Marítimo pareceu entrar com melhor atitude e a mostrar-se mais ofensivo, mas foi apenas fogo de vista. Aliás, foi o Braga a aumentar a vantagem através de Simon Banza (mais uma vez) que se adiantou à defesa insular, depois de um passe fenomenal de Iuri Medeiros aos 57 minutos.
Abel Ruíz agravou o pesadelo madeirense ao passar do minuto 65. Alvaro Djaló viu Abel Ruíz num passe imprevisível e assistiu o espanhol para o quarto golo. Se quatro golos não bastavam para sair da “Pedreira”, Rodrigo Gomes conduziu o Braga à mão cheia de golos, depois de uma tabela com Diego Lainez ao minuto 88.
Os cinco golos foram resultado da exibição de luxo dos Guerreiros do Minho que continuam com um belo arranque de temporada. Do outro lado, a má fase maritimista foi agravada, e conta agora com três derrotas.
A FIGURA
André Horta – Apesar de não marcar golo, o médio criativo contribui (e muito) para o desequilíbrio arsenalista, que acabou por se tornar fatal. Fez a assistência que inaugurou o marcador com um bom passe para Vitinha. Colocou em prática a magia do costume e proporcionou muitos dos ataques perigosos que colocaram em perigo a baliza madeirense.
O FORA DE JOGO
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— CS Marítimo (@MaritimoMadeira) August 21, 2022
Defesa do CS Marítimo – A defesa dos insulares foi constantemente ferida pelos ataques arsenalistas, que acabaram por se tornar num pesadelo para a turma da Madeira. O Braga conseguiu desequilibrar facilmente os defesas. Foram evidentes “passes a rasgar” tanto pela zona central, como pelas alas, em momentos em que a zona defensiva esteve desprevenida.
ANÁLISE TÁTICA – SC BRAGA
“Equipa que ganha não mexe”. Artur Jorge manteve o onze inicial do jogo da jornada anterior, frente ao Famalicão, e o mesmo sistema tático – 4-4-2. À frente de Matheus, Tormena e Niakaté assumem as posições defensivas centrais. Sequeira (do lado esquerdo) e Fabiano (do lado direito) estão nas laterais defensivas. No meio, Al Musrati acompanhava André Horta. A procurar jogar mais através das alas surgem Iuri Medeiros e Ricardo Horta. Na frente do ataque, esteve Banza, que começou a época com o pé quente, e Vitinha, que recentemente prolongou o contrato até 2027.
Como o habitual, Al Musati surgiu mais fixo, a assumir o controlo dos ataques arsenalistas, e André Horta estava mais solto, a ajudar o ataque. O Braga procurou, por muitas vezes, a largura através Iuri Medeiros e Ricardo Horta nas alas, dando origem a lances perigosos. Também os laterais surgiam muitas vezes em zonas dianteiras. Era visível um grande caudal ofensivo bracarense, no qual o Braga levava muitos homens para a zona da área adversária.
Na segunda parte, o técnico fez alterações que fizeram abrir mais as feridas madeirenses. Alvaro Djaló entrou em brasa e mostrou ser muito desequilibrador e acabou por fazer o passe para Abel Ruiz, que também entrou na segunda parte. O último golo foi construído por Rodrigo Gomes e Diego Lainez.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Matheus (6)
Tormena (8)
Niakaté (8)
Sequeira (7)
Fabiano (6)
Al Musrati (8)
André Horta (9)
Ricardo Horta (7)
Iuri Medeiros (8)
Banza (7)
Vitinha (6)
SUBS UTILIZADOS
Abel Ruíz (7)
Alvaro Djaló (8)
Diego Lainez (6)
Castro (6)
Rodrigo Gomes (7)
ANÁLISE TÁTICA – CS MARÍTIMO
Os insulares também alinharam com o mesmo sistema tático das duas primeiras jornadas: 4-2-3-1. Quanto ao onze inicial, apenas duas alterações foram feitas: Entrou Vitor Costa (vindo de lesão) para a saída de Zainadine e Edgar Costa substituiu Xadas. Cláudio Winck e Vitor Costa juntam-se a Leo Andrade e a Matheus na linha defensiva. Diogo Mendes e Beltrame eram os médios defensivos. Atrás de Tagueu, Vidigal, Edgar Costa e Miguel Sousa foram os homens que procuraram ajudar nos desenhos ofensivos.
Mesmo com os arsenalistas a assumir o controlo do jogo, os insulares procuraram sempre a subida no terreno através da posse de bola. Diogo Mendes e Beltrame, os nomes defensivos tiveram dificuldade a sair a jogar, frente a uma alta pressão bracarense. O Marítimo procurou ascender através da largura, através de Vidigal e Edgar Costa mas a defensiva do Braga mostrou ser coesa e não permitiu nenhum golo.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Miguel Silva (4)
Cláudio Winck (5)
Matheus (4)
Vidigal (6)
Beltrame (5)
Edgar Costa (5)
Miguel Sousa (5)
Diogo Mendes (6)
Leo Andrade (4)
Vitor Costa (5)
Joel Tagueu (6)
SUBS UTILIZADOS
Zainadine (5)
Zarzana (5)
Pablo Moreno (6)
Lucho (5)
Chuchu Ramirez (5)
BNR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
CS MARÍTIMO
Não foram colocadas questões ao treinador, Vasco Seabra.
SC BRAGA
Bola na Rede: O Alvaro Djaló mostrou, mais uma vez, ser muito desequilibrador e forte. O que aponta do jogador?
Artur Jorge: O Alvaro é um jogador que tem tido algum destaque neste momento. Eu conheço muito bem o Alvaro já há algum tempo. É um jogador com a sua verticalidade, a sua espontaneidade. É um jogador que nos pode ajudar nesse sentido pelas características que tem. Mas será sempre mais um dos jogadores com missões diferentes de outros, mas com objetivo comum.