Eu ganhei ou tu perdeste? | AVS SAD 1-0 FC Penafiel

    Quando não dá empate, uma equipa ganha, a outra perde. Determinar os membros da equação é muito simples, o mais complicado é perceber o peso de cada um deles nessa mesma equação. Foi A que ganhou mais do que B perdeu ou vice-versa? Nem sempre é fácil determiná-lo, mas no caso do triunfo do AVS SAD perante o FC Penafiel não foi assim tão difícil. Mais do que o líder ter vencido, o FC Penafiel perdeu esta partida.

    Com erros próprios não forçados, altamente castigadores nesta Segunda Liga, um deles no lance do golo único do AVS, a turma de Hélder Cristóvão teve culpas notórias no cartório. Os durienses até fizeram uma segunda parte de bom nível, sobretudo dos 70 minutos em diante, mas os erros atrás e as más decisões à frente impossibilitaram o resgate de, pelo menos, um ponto frente a uma equipa que tem sido a mais consistente da Segunda Liga neste início de temporada, sim, mas que, nas palavras do seu próprio treinador, não fez um bom jogo.

    De facto, não foi uma exibição brilhante, mas deu para vencer, muito graças aos erros adversários – e, diga-se, por justiça, ao eficaz aproveitamento desses mesmos erros. Continua a pairar a sensação de que esta equipa de Jorge Costa tem capacidade para subir de divisão, mas neste jogo em particular ficaram patentes algumas debilidades que, se não forem mitigadas, podem ser muito aproveitadas com muito mais eficiência por equipas de maior craveira deste campeonato.

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    BnR: AVS SAD voltou a não conceder golos em casa e segue como uma das defesas menos batidas da Segunda Liga, com apenas dois golos sofridos, apesar de, no reverso da medalha, não ser dos ataques mais produtivos. A verdade é que tem dado para somar pontos e a sua equipa é líder de forma isolada. Num campeonato tão competitivo e equilibrado como a Segunda Liga, esta coesão defensiva que a sua equipa tem apresentado é o fator mais importante para alcançar os objetivos finais?

    Jorge Costa: Temos de ser sólidos.Temos de perceber o contexto em que estamos inseridos. O não sofrer golos não é mérito do guarda-redes, não é mérito da defesa, é mérito da equipa e da forma como se organiza. E, realmente, para além de sofrermos poucos golos, normalmente concedemos poucas oportunidades também ao adversário. Depois, lá está, há várias formas de defender e eu não gosto de como o fizemos hoje, com um bloco baixo e a sofrer.

    Outras declarações:

    “Não se pode pôr em causa a justiça da nossa vitória, fomos a equipa que marcou e a que mais fez para marcar”.

    “Não gostei do jogo, não gostei da forma como ganhámos, não é desta forma que eu quero ganhar. Hoje não me diverti e gosto de me divertir com a minha equipa”.

    “Sermos os últimos a jogar pode colocar alguma pressão, que é algo que eu não admito. Um jogador de futebol tem de saber lidar com a pressão”.

    “Costumamos defender o jogo com bola. A minha forma de defender é com bola”.

    BnR: A equipa continua, desde o jogo da primeira jornada frente ao Leixões SC, sem conseguir marcar nos segundos tempos, apesar de, algumas vezes, estar em desvantagem ao intervalo e ter de ir ativamente em busca de reverter o resultado. Hoje, o FC Penafiel foi a perder para o intervalo e na segunda parte voltou a ficar em branco. É apenas uma questão de eficácia, é uma questão psicológica ou há outro fator que justifique essa ausência de golos? E pergunto-lhe também se a dupla alteração, ainda assim, surtiu o efeito que pretendia, apesar de não ter dado para chegar ao golo?

    Hélder Cristóvão: Nós temos um processo e temos uma linha orientadora que criámos para este plantel para este ano. Independentemente do resultado, o que nós queremos é dar minutos aos jogadores. O Rúben Freitas, o Pedro, o Jota, o Gabriel precisam de minutos e este era um bom jogo para isso. Até seria muito mais cómodo da minha parte manter a equipa como estava, manter jogadores muito mais rotinados nesta Segunda Liga, mas é importante dar tempo de jogo a estes jogadores. Perdemos pontos, mas lá para a frente vamos precisar destes jogadores.

    Outras declarações:

    “O Pedro teve infelicidade no golo sofrido”.

    “Essencialmente, é inexperiência”.

    “Fico satisfeito com o posicionamento, com o que a equipa fez taticamente”.

    “Levamos daqui uma excelente atitude, é um processo contínuo”.

    “Podíamos ter mais pontos neste momento”.

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    Márcio Francisco Paiva
    Márcio Francisco Paivahttp://www.bolanarede.pt
    O desporto bem praticado fascina-o, o jornalismo bem feito extasia-o. É apaixonado (ou doente, se quiserem, é quase igual – um apaixonado apenas comete mais loucuras) pelo SL Benfica e por tudo o que envolve o clube: modalidades, futebol de formação, futebol sénior. Por ser fascinado por desporto bem praticado, segue com especial atenção a NBA, a Premier League, os majors de Snooker, os Grand Slams de ténis, o campeonato espanhol de futsal e diversas competições europeias e mundiais de futebol e futsal. Quando está aborrecido, vê qualquer desporto. Quando está mesmo, mesmo aborrecido, pratica desporto. Sozinho. E perde.