A CRÓNICA: LÍDER PROVISÓRIO DO CAMPEONATO MARCOU NA PRIMEIRA PARTE E PERMITIU POUCO AO ADVERSÁRIO A PARTIR DAÍ
Casa Pia AC e Varzim SC deram o pontapé de saída da 13.ª jornada da Segunda Liga, num jogo entre duas equipas bastante distantes na tabela classificativa. Se o Casa Pia vinha de um bom momento, ocupando o terceiro posto da classificação, com 24 pontos, a dois de distância do líder Benfica B, o Varzim estava no penúltimo lugar, com sete pontos.
E se é verdade que a equipa forasteira até entrou com intenção de pressionar a primeira fase de construção do Casa Pia, com um início de jogo com vários duelos, a primeira oportunidade surgiu por Saviour Godwin, aos 14 minutos. Lançado em profundidade por Leonardo Lelo na esquerda, Godwin rematou rasteiro, com a bola a passar pouco ao lado. Mas o Varzim respondeu quatro minutos depois. Zé Tiago usou a sua capacidade técnica para tirar dois adversários da frente na meia-esquerda e serviu em profundidade Heliardo, que não levou a melhor no duelo com o guarda-redes Ricardo Batista. Até que uma das redes abanou aos 26 minutos.
Numa jogada que começa num pontapé de baliza de Ricardo Batista e que tem sequências com duas bolas ganhas de cabeça, Jota serviu Godwin, que aguentou a pressão dos adversários e fez o 1-0 para o Casa Pia. Boa resposta dos varzinistas, com Murilo a surgir na cara de Ricardo Batista, mas a permitir um corte decisivo, e, na sequência do canto, Zé Tiago a desviar a bola contra o poste.
Mas se havia um denominador comum nas jogadas de perigo do Casa Pia, era Godwin. O nigeriano voltou a receber com perigo na área aos 41 minutos e rematou para defesa de Isma, que quase ia permitindo uma recarga vitoriosa a João Vieira, que levou com a bola e não conseguiu desviá-la para a baliza. Ainda antes do intervalo, registo para a saída por lesão de João Reis, entrando Cerveira para o seu lado no Varzim. O Casa Pia estava em vantagem, mas o jogo estava relativamente equilibrado.
Para o início da segunda parte, Filipe Martins procedeu a uma alteração, retirando Afonso Taira, que já estava amarelado, e colocando Nuno Borges para a mesma posição. Bruno Tavares deu o mote para aquilo que o Varzim pretendia do segundo tempo, com um remate forte para defesa difícil de Ricardo Batista. Contudo, nos primeiros 15 minutos do segundo tempo, não houve grande perigo na direção de nenhuma das balizas. E apesar de o jogo continuar nesta toada, foi Filipe Martins a mexer primeiro, com as entradas de Banjaqui, Derick Poloni e Zolotic.
E foi mesmo Banjaqui, após bela jogada individual, aos 83 minutos, a dispor da primeira grande oportunidade do segundo tempo, que levou a defesa apertada de Isma, guarda-redes do Varzim que voltou a intervir após remate de Godwin. Aos 88 minutos, o Varzim ainda ia beneficiando de uma saída em falso de Ricardo Batista, mas o cabeceamento saiu por cima. O Casa Pia pôde assim saborear mais uma vitória na Liga 2, passando para a liderança isolada provisória.
A FIGURA
Saviour Godwin (Casa Pia) – Num jogo sem grandes exibições brilhantes, destaca-se Godwin, um jogador desconcertante sempre que a bola lhe chega. Fez o único golo do jogo, mas mais do que isso, esteve na maior parte das poucas jogadas de perigo do jogo, usando a sua velocidade.
O FORA DE JOGO
O Varzim voltará a contar com toda a qualidade de Murilo para enfrentar o Casa Pia, pela 13ª rodada da Liga Portugal 2 SabSeg, nesta quinta-feira (2).#D20Sports #Murilo #Varzim #LigaPortugal2SabSeg pic.twitter.com/5jNQeEeCGV
— D20Sports (@D20_Sports) December 2, 2021
Murilo (Varzim SC) – O extremo do Varzim dispôs de uma boa oportunidade no primeiro tempo, mas, dos elementos da frente da formação poveira, foi talvez o menos ativo e mais desinspirado. Melhor na primeira parte, menos perigoso na segunda, como toda a equipa.
ANÁLISE TÁTICA – CASA PIA AC
Filipe Martins optou por um sistema tático de 3x4x3 para este jogo, com Lucas Soares e Leonardo Lelo a darem largura pelos corredores direito e esquerdo, respetivamente, suportados pelos três centrais: Zach, Vasco Fernandes e Zolotic. Neto e Taira formaram a dupla de meio-campo, atrás de um trio ofensivo composto por Jota, Godwin e João Vieira.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Ricardo Batista (6)
Lucas Soares (6)
Zach (6)
Vasco Fernandes (6)
Zolotic (6)
Leonardo Lelo (6)
Ângelo Neto (6)
Afonso Taira (5)
Jota (6)
Godwin Saviour (7)
João Vieira (5)
SUBS UTILIZADOS
Nuno Borges (6)
Banjaqui (6)
Derick Poloni (5)
Kelechi (5)
Sanca (5)
ANÁLISE TÁTICA – VARZIM SC
António Barbosa veio para este jogo numa disposição tática de 4x2x3x1. Assis e Nuno Valente formaram o duplo pivô que suportava o quarteto defensivo, composto por Zé Carlos à direita, João Reis à esquerda e André Micael e Cássio Scheid como centrais. Murilo e Bruno Tavares funcionaram como extremos esquerdo e direito, respetivamente; Zé Tiago esteve nas costas do avançado Heliardo.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Isma (6)
Zé Carlos (5)
André Micael (6)
Cássio Scheid (6)
João Reis (5)
Assis (5)
Nuno Valente (5)
Murilo (5)
Bruno Tavares (5)
Zé Tiago (6)
Heliardo (5)
SUBS UTILIZADOS
Cerveira (5)
Lessinho (5)
BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
Casa Pia AC
BnR: A primeira parte foi relativamente equilibrada, em que o Varzim até acabou ligeiramente por cima nas estatísticas ofensivas. Qual foi a chave para que a baliza do Ricardo Batista estivesse praticamente fora de perigo na segunda parte, lembrando que o Casa Pia é a defesa menos batida do campeonato?
Filipe Martins: Tirando a do Heliardo, que é uma transição, as oportunidades de golo do Varzim foram muito de bola parada, de cruzamentos para dentro da grande área, que sabíamos que era um aspeto do jogo deles e na minha opinião não fomos tão competentes a encurtar o portador da bola para impedir esses cruzamentos. Ajustámos algumas coisas ao intervalo e na segunda parte tivemos mais bola da forma que queríamos ter, eles na segunda oportunidade não têm uma oportunidade clara. Mas acho que podíamos ter resolvido mais cedo. Não foi das vitórias mais estéticas, mas foi das mais difíceis. As equipas já vêm jogar contra nós muito mais estratégicas porque sabem que temos atributos fortes. Quando a nota artística não aparece, é importante termos outros atributos e esse de termos a melhor defesa do campeonato é um deles
Varzim SC
BnR: O Varzim termina o primeiro tempo ligeiramente por cima nas estatísticas ofensivas. Quais foram as dificuldades que a equipa sentiu na segunda parte para não conseguir criar tanto perigo?
António Barbosa: Não conseguimos estar no início da segunda parte tão altos. Quando reajustámos, para além de bloquear o primeiro médio, bloqueámos o segundo. Quando eles saíam curto pelo guarda-redes, os nossos médios subiam e eles tinham dificuldades, mas quando perceberam que um central estaria sempre sozinho, obrigava os nossos médios a movimentar-se e ligavam o jogo. A partir dos 15 minutos, ainda que não produzíssemos, não deixámos o adversário produzir e a nossa colocação territorial foi mais alta. Não conseguimos explorar com tanta clarividência as transições como fizemos na primeira parte, mas valorizar a atitude e a proatividade dos jogadores.