Duas faces da mesma moeda ou uma moeda de duas caras? | Leixões

    Um Leixões apresentou duas caras distintas nesta partida e acabaram ambas mais risonhas e joviais que a cara jovem do FC Porto B. Num primeiro tempo de domínio com posse de bola, os leixonenses marcaram um golo e não permitiram qualquer ocasião de golo aos dragões. Num segundo tempo de domínio sem posse de bola, a história foi praticamente a mesma.

    O primeiro golo surge em jogo apoiado, dentro da toada de primeiro tempo dos visitantes. O segundo surge numa transição rápida para o ataque, de novo, adivinhe-se, dentro da toada de jogo da turma de Carlos Fangueiro. Os azuis-e-brancos não souberam lidar nem muito menos contrariar qualquer uma das faces dos vizinhos de Matosinhos.

    Perderam quase sempre a batalha de meio-campo, mesmo quando ganhavam a bola. O domínio, tivesse quem tivesse a bola, foi sempre vermelho-e-branco. As oportunidades, que não abundaram, diga-se, foram ainda assim quase um exclusivo do Leixões. A atravessar um bom momento – três partidas consecutivas a pontuar -, o Leixões deixou no Olival uma prova de maturidade com e sem bola.

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    FC Porto B

    BnR: A equipa do FC Porto B foi, diria, demasiado inofensiva na primeira parte, melhorou na segunda e só sentiu necessidade de mexer aos 75 minutos. Que melhorias viu na equipa nos primeiros 30 minutos da segunda metade em relação à primeira e o que melhorias faltaram para chegar, pelo menos, ao empate?

    António Folha: É redutor pensar nesse período do jogo, nesse momento o adversário está a ganhar 1-0, a sentir-se confortável, a defender bem, a ganhar a bola e a sair para o contra-ataque. Às vezes dá a sensação que estamos a ter o domínio, mas só estamos a ter a bola. Essa é que é a questão. Hoje foi um bocadinho assim. Acho que a minha equipa não foi tão boa como costuma ser, sobretudo no último terço. Costumamos ter muitas ocasiões de perigo, fazer muitos golos, mas hoje não soubemos aproveitar bem os espaços que estavam identificados e que queríamos explorar. Numa equipa que joga em losango, há espaço nas laterais. Obviamente, era assim que, na primeira fase de construção, tínhamos de desbloquear o Leixões. E até conseguimos, mas quando chegávamos à fase de decisão, aí os problemas que colocámos a nós próprios fizeram-nos atacar de forma um bocadinho inconsequente. Não foi um jogo feliz da minha equipa.

    Leixões

    BnR: No primeiro tempo, vimos um Leixões mais mandão no jogo, com mais posse de bola. No segundo tempo, vimos um Leixões com menos bola (acaba o jogo com 40% de posse), mas a sair bem nas transições rápidas para o ataque. Essa mudança deveu-se ao que fez o FC Porto B na segunda parte, que não tinha feito na primeira, ou foi uma mudança estratégica?

    Carlos Fangueiro: É verdade que tivemos um bocadinho mais de domínio na primeira parte, ainda que estivéssemos a dar muito espaço ao adversário, a reagir muito tarde; ganhávamos muitas primeiras bolas, mas perdíamos as segundas. Na segunda parte, é verdade que fomos obrigados, também pela qualidade do FC Porto B, que são miúdos, mas têm muita qualidade – vejo alguns deles daqui a não muito tempo na primeira equipa do FC Porto -, a estar mais recuados. Baixámos linhas e as substituições que fiz foi no sentido de convidar o FC Porto B a subir as linhas e tentar o contra-ataque com homens rápidos e o segundo golo surgiu dessa maneira. Quando as coisas acontecem como pensamos e prevemos é de valorizar e de ficar feliz com o que aconteceu.

    - Advertisement -

    Subscreve!

    Artigos Populares

    Márcio Francisco Paiva
    Márcio Francisco Paivahttp://www.bolanarede.pt
    O desporto bem praticado fascina-o, o jornalismo bem feito extasia-o. É apaixonado (ou doente, se quiserem, é quase igual – um apaixonado apenas comete mais loucuras) pelo SL Benfica e por tudo o que envolve o clube: modalidades, futebol de formação, futebol sénior. Por ser fascinado por desporto bem praticado, segue com especial atenção a NBA, a Premier League, os majors de Snooker, os Grand Slams de ténis, o campeonato espanhol de futsal e diversas competições europeias e mundiais de futebol e futsal. Quando está aborrecido, vê qualquer desporto. Quando está mesmo, mesmo aborrecido, pratica desporto. Sozinho. E perde.