O Académico de Viseu e o Desportivo de Chaves são duas equipas mais apontadas à subida à Primeira Liga em 2024/2025.
Os viseenses mantiveram a base do plantel da temporada transata, alterando o treinador. Rui Ferreira chegou, mas não assumiu a luta pela subida, mantendo o discurso dúbio dos últimos anos de maior investimento do clube com a entrada do capital alemão.
Já os transmontanos, ainda atordoados com a descida de divisão em 2023/2024 e saídas de várias unidades importantes, e entrou um treinador sem qualquer experiência nos escalões profissionais, Marco Alves.
No primeiro confronto, o Académico mostrou o que poucas vezes mostrou na temporada passada: objetividade nas transições rápidas ofensivas. Rui Ferreira tem muito contra-ataque para explorar, com jogadores velozes como Gautier Ott, Marquinho ou Yuri Araújo e que tratam bem a bola.
O Chaves que anunciou pouco tempo antes do jogo a saída de mais uma unidade importante, o defesa central Ygor Nogueira para o Azerbaijão, viu os pontos a fugirem, em seis minutos.
Para os transmontanos, o que vale é que depois do jogo ainda tem mais de duas semanas para irem ao mercado e fazer alguns ajustes, especialmente na defesa. No ataque, as substituições operadas na segunda parte mostram que há qualidade suficiente para atacar a Segunda Liga, nomeadamente Wellington e Platiny.
Já o Académico precisa de assumir, sem subterfúgios, que pensa na subida à Primeira Liga ou, se os responsáveis acham que ainda não é altura, serem claros na mensagem aos sócios e adeptos do clube beirão.
BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
Académico de Viseu FC
BnR: Pretende que as transições rápidas ofensivas sejam uma imagem de marca do Académico 24/25 ou foi uma forma de explorar as debilidades defensivas do Chaves?
Rui Ferreira: Eu diria que, é um bocadinho das duas. Nós queremos uma equipa intensa, mas também estrategicamente sabíamos que o Chaves é uma equipa que queria ter bola, iria estar subida no terreno e, portanto, em função das características dos jogadores que nós temos, teríamos que explorar essas mesmas transições.
Portanto, não foram só as transições, foi a forma intensa como nós e alta como nós abordamos este jogo na primeira parte. Isso quero que seja uma característica nossa. Acima de tudo, que a nossa forma de jogar seja reconhecida por isso. Por uma equipa que vai à procura da vitória, independentemente da estrutura que ocupa uma equipa que está ali para vencer e, portanto, isso pode ser através das transições ofensivas, pode ser de um ataque organizado em função do adversário, em função da capacidade, também do adversário e daquilo que nos pode permitir ou não.
Nós vamos tentar fazer sempre as coisas bem para que elas possam traduzir nos três pontos.
GD Chaves
BnR: Já depois da hora de jogo, fez as duas primeiras substituições. O que pretendia com as entradas do Ktatau e do Wellington?
Marco Alves: Pretendia exatamente aquilo que aconteceu.
Primeiro, refrescar porque os jogadores que estavam a jogar já estavam com algum desgaste e depois sabia o Ktatau é um jogador que tem grande capacidade de fazer a distância de área a área, que consegue defender, mas depois consegue estar rapidamente em zonas de finalização.
O Wellington, sabemos a qualidade. Treinei o Wellington cá na passagem anterior do Wellington e sei perfeitamente a qualidade que ele adiciona ao jogo e foi esse o motivo pelo qual os metemos.
É provável que não estejam tão atentos e não saibam, mas o Platiny, o Jô, o Wellington, o Ktatau e o Pinho, os cinco jogadores que entraram, não tinham condições para mais tempo. Foram cinco jogadores que tiveram que tiveram lesões durante a pré-temporada. O Platiny não, mas penso que foi o último jogador a chegar ao nosso plantel. Tem 2 semanas de treino connosco. Ainda não está nas condições para jogar um jogo inteiro.
O Wellington lesionou-se na primeira semana da pré-temporada e voltou esta semana. O Pinho tem andado ainda em recuperação. O Jô igual. Hoje voltou a lesionar-se. Por isso, por esse motivo era impossível esses jogadores fazerem mais tempo do que o que fizeram, mas o tempo que fizeram, fizeram-no bem.
A meia hora dos primeiros que entraram e os 20 minutos dos que entraram a seguir, acho que mexeram com o jogo e deram mais qualidade à equipa. Embora saibamos também que foi num período em que as coisas estavam mais fáceis, em que o Viseu estava a ganhar por 2-0, e deu-nos a iniciativa do jogo.
Não quero com as minhas palavras tirar qualquer mérito a quem esteve na primeira parte.