O milagre de transformar água em vinho

    Até há bem pouco tempo era considerada verdade absoluta que apenas o Messias conseguiria fazer o milagre de transformar água em vinho, mas as últimas semanas vêm confirmar que o feito se está a tornar banal.

    Ou é isso, ou os artistas que estão a querer tirar esse protagonismo ao Salvador (o da bíblia, não o e Braga) são uns charlatões com muitos truque de fumos e manobras de diversão. A verdade é que os truques passam e são aceites como verdade.

    Os supostos charlatões (não acredito que tenham qualquer poder bíblico) andam desde há muito pelos campos de futebol, e até há bem pouco tempo tinham como número do seu reportório o facto de conseguirem arbitrar jogos “de olhos fechados”. Não quero com isto dizer que eles o consigam fazer de uma forma tão fácil que quase o fariam sem precisar ver, mas sim que, eles mesmo olhando, conseguiam não ver as coisas a acontecerem à frente dos seus olhos. (Ainda me lembro de um belo sopapo que o Coates levou do mais recente quarentão do futebol português.)

    Como isto começou a parecer mais uma deficiência do que uma virtude, decidiram inovar e começar a ver tanto que conseguiam transformar uma agressão numa falta sofrida (mais uma façanha do tão distinto quarentão), ou mesmo marcar falta de um jogador sobre o seu colega de equipa. Digam-me lá se isto não é inovador? Cuida-te oh Filho de Deus. E ainda eles não começaram a tentar replicar a “Multiplicação de Pães”.

    Agora que falo nisso, não sei se eles o multiplicam, mas com certeza conseguem distribuí-lo da forma mais eficiente para os interesses dos “convidados” de honra presentes em tão distinto “casamento” que é o futebol português (já com câmaras CCTV – para ninguém lhes tirar nada). Os restantes (“tios” e “primos” desprezados) ficam com as migalhas. É que um pão de “Champions” bem distribuído sempre para os mesmos, no fim de uns anos cria um fosso inevitável entre os convidados e os outros. (E surgiu um novo convidado, novo-rico, com investimento das arábias)

    No fundo, o futebol português é uma constante “Boda” em que não falta Pão nem vinho para os que têm a honra de ser chamados para o “banquete”. A folia é tanta que ninguém parece conseguir ver nada direito. Deve ser do vinho “à descrição”.

    E depois, isto de ser convidado “obriga” sempre a convidar para a tua “festa” quem te convidou. No fundo, é uma “pescadinha de rabo na boca”, ou mais um milagre em que só os “discípulos” desta doutrina têm os benefícios de, ao lançarem as redes ao rio, trazerem as redes carregadas de “peixe” graúdo.

    Assim se transforma um soco, um beijinho ou um clube regional num que tem “livre passe” constante junto aos maiores da Europa. E o Sporting que já raramente era convidado para estes “eventos” está cada vez mais a tornar-se um dos “tios” que fazem por esquecer.

    Parece que temos de virar “fura-casamentos”.

    Exemplos mais recentes de como transformar água em vinho:

    Um exemplo recente de quando se arbitra de “olhos fechados”:

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    Nuno Almeida
    Nuno Almeidahttp://www.bolanarede.pt
    Nascido no seio de uma família adepta de um clube rival, criou ligação ao Sporting através de amigos. Ainda que de um meio rural, onde era muito difícil ver jogos ao vivo do clube de coração, e em tempos de menos pujança futebolística, a vontade de ser Sporting foi crescendo, passando a defender com garras e dentes o Sporting Clube de Portugal.