Bas Dost é de facto um matador, um homem golo. Necessita de vagas e de oportunidades para executar a sua tarefa com celeridade. E por isso está neste momento a disputar a Bota de Ouro, sendo que já nos encontramos a caminho do terceiro quarto da temporada, mas não é um jogador de trabalhar para a equipa. Não que a sua atitude não o possibilite, mas porque as suas caracterisíicas não potenciam tal estilo de jogo. Bas Dost é muito bom naquilo que faz, mas não lhe podemos pedir algo que não está de qualquer forma na sua natureza!
E é aqui que para mim entra Alan Ruiz na equação. E vamos por pontos. Alan não provou ainda, de forma nenhuma, o investimento. Ruiz não demonstrou ainda ser um jogador com que a equipa possa contar incondicionalmente. O argentino necessita ainda de melhorar muitos pontos do seu jogo, porque ainda não está completamente adaptado ao futebol europeu. Mas Ruiz está a melhorar. A cada jogo que passa, o argentino tem-se apresentado com outra atitude, outra disponibilidade e uma nova forma de entender o seu espaço e as suas tarefas na equipa. Alan sabe ter a bola no pé e sabe também o que fazer com ela, tem alguma capacidade de finalização a meia distância e parece-me que sabe pensar o jogo, de forma demasiado lenta ainda, é certo.
Mas estou em crer que Alan Ruiz poderá de facto ser este elemento que falta neste momento à equipa. Vimos no segundo golo frente ao Paços de Ferreira, a forma como Alan pegou no jogo e fez um passe letal que abriu de facto uma via verde a Schelotto que posteriormente assistiu Bas Dost para um golo claro de envolvimento e de trabalho de equipa. Ele tem a capacidade clara de se colocar entre linhas e desequilibrar pelo miolo do terreno.
Alan Ruiz poderá tornar-se um jogador importante no actual contexto da equipa, se elevar os seus índices físicos e de agressividade (no bom sentido) em campo. A forma muitas vezes “molengona” como aborda os lances ou a sua fraca resistência, fazem dele neste momento um jogador muito incompleto.
Foto de capa: Sporting Clube de Portugal