As guerras da comunicação nos três grandes

    Este mercado foi fértil em histórias que podem ilustrar esta guerra. O episódio mais recente foi o dia em que o Sporting CP conseguiu o empréstimo do extremo Lazar Markovic, um antigo prodígio encarnado. Este anúncio, que fez com que Rui Gomes da Silva ficasse cabisbaixo em direto, foi feito pouco antes da consumação do maior negócio entre clubes portugueses por um jogador português: a contratação de Rafa, que terá custado entre 16 e 18 milhões aos cofres da Luz. Dois extremos contratados no mesmo dia, que deram azo a uma enchente de benfiquistas enraivecidos na conta de Instagram do jovem sérvio, que vem do Liverpool para Alvalade. Rui Gomes da Silva, ou “O Imbecil”, segundo palavras de Jorge Nuno Pinto da Costa, deu assim seguimento a uma semana horrível, pois, qual Professor Karamba, tinha previsto uma derrota do FC Porto em Roma e uma vitória dos “azuis e brancos” em Alvalade. Das duas uma: ou Rui Gomes percebe zero de futebol (a hipótese que me parece mais plausível), ou teve simplesmente azar nos seus prognósticos. O negócio Rafa deu também azo a que os jornais inventassem uma suposta derrota do Sporting frente ao Benfica na corrida pela contratação do internacional português. Esta arma da comunicação social é bem conhecida dos sportinguistas. Quem não se lembra de o FC Porto ter, supostamente e segundo “fontes inatacáveis”, roubado os prodígios Suk e Marega ao Sporting no passado mercado de janeiro?

    Bruno de Carvalho não vira a cara à luta por aquilo em que acredita Frame: TVI
    Bruno de Carvalho não vira a cara à luta por aquilo em que acredita
    Frame: TVI

    Voltando aos “paineleiros”, é quase obrigatório falar no comentador benfiquista da TVI24, pois é uma pessoa que não passa despercebida. Desde os famosos “frames” que supostamente provam erros de arbitragem no futebol, que é um jogo em constante movimento, até ao conhecimento alegadamente enorme que o indivíduo tem da personalidade de JJ e dos meandros do Sporting, as segundas feiras à noite são povoadas por constantes chorrilhos de disparates. Eu diria até que ele tenta denunciar episódios do Sporting, da mesma forma que noticiou o episódio do “camião” de Luís Filipe Vieira. Se até os benfiquistas conseguem ter vergonha de o ouvir, que dizer dos sportinguistas?

    Além dos programas televisivos, onde estes comentadores conseguem manipular as opiniões de uma larga franja de telespetadores, existem os próprios jornais, órgãos de comunicação social supostamente independentes, que deixam muito a desejar devido a alguns protagonistas e artigos. Que diriam os jornais se o Wolverhampton fosse a “casa dos renegados” do Sporting como é do Benfica? Onde é que estão aqueles que se abespinharam por causa de o Sporting não pagar à Doyen, quando o Benfica renova constantemente o contrato a Ola John, tem negócios muito “esquisitos” com Jorge Mendes (o famoso carrossel que envolve Benfica, SC Braga, Mónaco, Valencia e agora Wolverhampton, entre outros) e até com acusações de lavagem de dinheiro, vindas do Paraguai? A resposta é fácil: não se pronunciam.

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    Diogo Janeiro Oliveira
    Diogo Janeiro Oliveira
    Apaixonado por futebol, antes dos livros da escola primária já lia jornais desportivos. Seja nas tardes intermináveis a jogar, nas horas passadas no FIFA ou a ver jogos, o futebol está sempre presente. Snooker, futsal e andebol são outras paixões. Em Portugal torce pelo Sporting; lá fora é o Barcelona que lhe enche as medidas. Também sonha ver o Farense de volta à primeira…                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.