Benfica 2-0 Sporting: Simple

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    Acabou há pouco o clássico na Luz. Depois da “falsa partida” de Domingo, hoje o tempo deu tréguas e deixou a rapaziada jogar à bola.

    As equipas apresentaram os mesmo “onzes” anunciados no fim-de-semana, o que acabou por matar o suposto efeito surpresa que Leonardo Jardim pretendia com a inclusão de Fredy e Slim na frente e apenas com Heldon como extremo de raiz.

    A grande (enorme, gigante, colossal) falta de William Carvalho no miolo acabou, na minha opinião, por ditar a forma como a equipa do Sporting iria (não) conseguir pôr as ideias do treinador em prática. Eric Dier esforçou-se mas está a anos-luz de William na posição 6 (aquele 2º golo parece saído de um jogo de iniciados). Quer a defender, quer a construir, Adrien e Martins (hoje como falso médio-direito), não podiam largar muito a mão do Inglês.

    Como o meio campo não funcionou, o Sporting não funcionou. Simples. Quando parecia que o Sporting se ia soltar das amarras e começar a pegar no jogo (minuto 20, minuto 40, minuto 55, minuto, 75, etc.), viram-se demasiados erros básicos na construção, gente parada, sectores desligados, nunca deixando a equipa ganhar “momentum” para assumir a partida.

    Lá na frente, Heldon trabalhou bastante, mostrou alguns pormenores que podem (e devem) deixar Carrillo, Wilson e Capel com vontade de acordar mais cedo para o próximo treino. Slimani tentou, procurou a bola, mas por questões meramente matemáticas (2 > 1), não conseguiu fazer frente a Luisão e Garay. Montero, começou o jogo pertinho do Argelino mas a bola não chegava tão longe. Foi descendo, descendo, descendo até ficar demasiado longe do Argelino.

    Enfim correu praticamente tudo mal. Para ser absolutamente sincero, podíamos ter levado mais 1 ou 2.
    Legenda: Jardim perdeu o xadrez  Fonte: Lusa
    Jardim perdeu o xadrez
    Fonte: Lusa

    Mas o futebol, para irritação de muita gente (incluindo eu próprio), joga-se entre duas equipas. Do outro lado esteve um Benfica onde saiu tudo bem (diga-se em plena justiça, a não ser pela azelhice de alguns encarnados e alguns momentos de génio do Patrício a negar uma noite negra).

    Finalmente, um jogo sem casos, sem palhaçadas, sem muita pancadaria (o Maxi, obviamente, fez questão de tentar acabar com a carreira de alguém), onde o árbitro esteve bem sem procurar fazer parte do espectáculo.

    Perder é sempre horrível. Deixa-me doente. Ainda mais um jogo destes que me deixou três dias a coçar-me todo. Mas… e vou escolher as minhas palavras com muito cuidado para não ofender ninguém… por muito que me doa a admitir, perder desta maneira custa-me um bocadinho menos… Epá, os gajos jogaram mais à bola que a nós, ganharam. Ao contrário dos últimos jogos (clássicos e não-clássicos) este sim, senhor Jesus, foi “Limpinho, Limpinho”. Hoje, perdemos bem.

     

    A Figura: Heldon. Estreou-se com a camisola do Sporting, estreou-se como titular e estreou-se no maior clássico do país. O pouco que toda a equipa mostrou no jogo, foi através dele. Assumiu a responsabilidade de único extremo a jogar para dois avançados e desenhou alguns lances que põem os restantes candidatos às alas em sentido. Mostrou, sobretudo, a raça, o querer e o empenho que várias vezes parecem faltar a Carillo, Wilson e Capel.

    O Fora-de-Jogo: Eric Dier. O fardo de substituir William Carvalho pesou toneladas ao jovem Inglês. Teve dificuldades a defender como 6 e construir como 6, obrigando o resto do meio-campo a vir constantemente em seu auxílio. A sua postura no golo de Enzo é dolorosa. Na tentativa supérflua de tentar tirar algo de positivo da sua exibição, está visto que não é, e dificilmente alguma vez virá a ser um trinco competitivo.

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    Jorge Oliveira
    Jorge Oliveira
    O Jorge é uma espécie de "enviado especial" do Bola na Rede. A viver em Londres, acompanha religiosamente a Liga Inglesa e sofre de longe pelo seu Sporting. A distância não esmorece, porém, a paixão pela bela da bifana, pela imperial gelada, pela queijadinha de Sintra e por tudo o resto que é sinónimo de bola e de Portugal.                                                                                                                                                 O Jorge não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.