No entanto, este tiro certeiro não foi o único. A nível tático, o próprio Rúben Amorim também acertou em cheio. Já era sabido que, antes de ser verde e branco, o seu sistema de eleição era o 3-4-3. Contudo, certamente após várias horas de estudo do plantel leonino, Amorim percebeu que tinha margem para adquirir peças chaves tão boas ou melhores no Sporting que as que tinha no Braga, e isso permite, como é lógico, implementar as mesmas ideias de jogo, com um melhor efeito.
No onze base dos leões, temos um quarteto defensivo (os três centrais e o guarda-redes) muito bem trabalhado, que dá segurança e garantias à equipa; temos os alas, a meu ver de classe mundial, que são extremamente rápidos, fortes a defender e muito eficazes a atacar, quer a garantir profundidade no corredor, quer no um-para-um, ou até mesmo na eficácia dos seus cruzamentos.
Os dois médios centro, tal como Amorim gosta, um mais virado para as tarefas defensivas e mais preocupado em recuperar a posse (João Palhinha) e outro mais focado nos movimentos ofensivos (João Mário); e, por fim, uma frente de ataque com um matador, que joga bem de costas para a baliza e que dentro de área é letal (Paulinho) e dois médios centro ofensivos, que jogam bem entrelinhas, são fortes na procura à profundidade e que tanto conseguem jogar por fora, como por dentro (Pote e Nuno Santos).
Em diversas conferências de imprensa, Amorim já afirmou que o mérito das boas contratações vistas esta época é de Hugo Viana. Até acredito que Hugo Viana e o restante departamento de observação de jogares tenham algum mérito; no entanto, ninguém me tira a ideia de que Rúben Amorim é o principal responsável por estas contratações. Todos nos recordamos do desastre que foi o planeamento da temporada passada (Fernando, Bolasie, Jesé, etc.), por isso, duvido que a mesma estrutura tenha alterado tantos aspetos para falhar redondamente numa temporada e na seguinte acertar em cheio.
Em suma, a contratação de Amorim por parte da direção verde e branca e olho do mesmo para aplicar o seu sistema nas melhores características de cada jogador leonino, foram dois “tiraços” que, para além de permitir aos leões ocupar a posição que ocupam hoje em dia na Liga Portuguesa, também permite fazer sonhar todo o universo leonino com um futuro mais risonho.