“Diz-me com quem jogas e eu dir-te-tei como jogarás”

    sporting cp cabeçalho 1Em ano de all-in desportivo e de uma aposta forte na equipa de futebol do clube leonino, o sentimento em Alvalade é de esperança e expetativa. Os nomes de Fábio Coentrão, Bruno Fernandes, Mathieu e companhia reforçaram essas mesmas expetativas, mas também trouxeram dúvidas. Obviamente a questão dos laterais – além da dúvida quanto à forma física de Coentrão e do reforço francês no decorrer da temporada – é neste momento um problema, pelo menos em termos de alternativas, e é do conhecimento público a importância que essa posição têm na defesa de Jorge Jesus, principalmente pela profundidade que o treinador português quer que forneçam à equipa, até pela compensação que podem dar com o jogo interior dos alas (outro aspeto muito prezado por Jesus).

    No entanto, acaba por ser uma questão que tem que ser – e acredito que será – resolvida unicamente com a contratação de reforços, e não vai ser o nome (a não ser que se chame Daniel Alves) em questão que irá trazer mudanças (significativas) para o estilo de jogo da equipa leonina. Mas a zona “pensante” da equipa, onde estão as chaves do jogo, é no meio-campo, que é também o aspeto onde acredito que hajam mais dúvidas neste momento. Num esquema montado nos últimos três, quatro anos por William Carvalho como âncora e Adrien Silva como o box-to-box, o Sporting soube viver e crescer em torno do estilo de ambos, sem que ninguém ousasse sequer ameaçar a titularidade de algum deles.

    No entanto, a chegada de Bruno Fernandes veio ameaçar recriar o ADN do meio-campo da equipa verde-e-branca. Se a loucura do mercado não passar pela zona da Segunda Circular e se tanto Adrien como William se mantiverem, é com uma enorme curiosidade que aguardo pelo esquema tático que Jesus irá apresentar nos próximos dias, com o campeonato e o play-off da Champions à porta.

    Fonte: Sporting CP
    Fonte: Sporting CP

    Bruno Fernandes traz virtuosismo e uma capacidade de passe que mais ninguém tem no plantel. Adrien, por outro lado, traz segurança e uma capacidade física que lhe permite jogar como único médio à frente do pivot. Já equacionei a possibilidade de Bruno Fernandes descair para uma das alas, mas não só o jogo lhe ia pedir coisas que o próprio não saberia dar (não por falta de qualidade, mas por estar vocacionado para outras tarefas), como também duvido que Acuña não fosse titular na ala-esquerda. A presença de três médios (William, Adrien e Bruno) seria uma possível solução, mas não imagino Jesus a prescindir do segundo avançado, ou seja, de um jogador que lhe possa fazer a ligação entre o meio-campo e o ataque (e com mais capacidade ofensiva que qualquer um dos médios, como Alan ou Podence).

    É, portanto, nesta mescla de possíveis cenários que me interrogo sobre a versão Sporting 2017/2018, pois qualquer mudança neste aspeto é mexer no sistema nervoso da equipa. “Diz-me com quem andas e eu dir-te-ei quem és”, referiu uma vez um escritor alemão, numa célebre expressão. “Diz-me com quem jogas e eu dir-te-ei como jogarás” enquadrar-se-á mais nas questões que Jesus enfrenta para esta época.

    Revisto por Vítor Miguel Gonçalves

    Foto de Capa: Sporting CP

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    Natural de Braga, e atualmente a trabalhar no Jornal de Notícias, Fernando Costa vai tentando encontrar o seu lugar no jornalismo e no mundo. Apaixonado pelo desporto e por tudo aquilo que o envolve, é na escrita que Fernando encontrou o seu habitat para o explorar. E, ao mesmo tempo, compreendê-lo.                                                                                                                                                 O Fernando escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.