E se o Rúben Amorim sair no final da época e o treinador for eu?

    Vários têm sido os indícios que dão conta de que o fim da era Rúben Amorim no Sporting Clube de Portugal parece estar próxima do fim, mais concretamente no final da presente temporada. Como o Bola na Rede está sempre um passo à frente, vamos então recriar num autêntico ambiente de Football Manager, e mostrar aquilo que faríamos caso fôssemos nós próprios a pegar no plantel leonino. Para isso, e a fim de ter o máximo de realidade presente na peça, iremos ter como base as receitas do ano passado (merchandising, bilheteira, entrada no grupo da Champions League e ainda direitos televisivos), e o actual plantel verde e branco.

    Rúben Amorim
    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Em primeiro lugar, e como não poderia deixar de ser, vamos fazer uma breve análise à entrada de receitas (sem a venda de ativos do plantel) nos cofres leoninos (os números estarão na ordem dos milhões de euros). Para isso iremos recorrer então a quatro fontes, merchandising (8,9), bilheteira (17,2), entrada na fase de grupos da Champions League (27), e por fim direitos televisivos (42,9), este último tendo em conta o acordo que foi realizado em 2015 e que previa uma verba de 515 milhões por 12 épocas (não estão contabilizados os adiantamentos até então realizados). Assim, e somando estes quatro valores, podemos afirmar que entrarão no Sporting cerca de 96 milhões de euros.

    Como não só de entradas se faz um negócio, vamos então analisar quanto desse valor seria destinado a salários, algo que estaria em torno dos 33,7 milhões de euros/ano. Importa realçar que poderá haver alguma margem de erro sobre este número, visto  que aqui está contabilizado o vencimento de Francisco Trincão que aparece disparado no primeiro lugar com um valor na casa dos 8 milhões/ano, e que contudo, aufere qualquer coisa como dois milhões e meio brutos/época.

    Se retirarmos então dos nossos 96 milhões de euros, o valor que assegurará toda a folha salarial dos jogadores do Sporting CP durante toda a época desportiva, ficaremos então com 62,3 milhões de euros. Acrescendo ainda a isso, iremos tirar ainda a esse bolo uma porção do gasto com o “pessoal”, cerca de 50% do total (tendo em conta que isto é apenas uma simulação e o “pessoal” inclui futebol e extra-futebol), o que resultará numa diminuição desse número em 31 milhões (o total encontra-se nos 62 milhões de euros), o que totalizará então uma verba final de 31,3 milhões de euros.

    Rúben Amorim e jogadores do Sporting
    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Saltando agora a parte da tesouraria, e olhando então para o plantel que teremos por volta do próximo verão, vamos avaliar os pontos fracos, os pontos fortes, as entradas e como não poderia deixar de ser também, as saídas.

    Começando pelas saídas, colocaria disponíveis para empréstimo os seguintes jogadores: Franco Israel, Eduardo Quaresma, Flávio Nazinho e Dário Essugo.

    Quanto à venda de atletas, colocaria na porta de saída Ricardo Esgaio (avaliado em três milhões e meio de euros), Jovane Cabral (cinco milhões de euros) Paulinho (dez milhões de euros), Tiago Ilori (600 mil euros), Idrissa Doumbia (um milhão e 900 mil euros), Luiz Phellype (um milhão e meio de euros) e Rafael Camacho (dois milhões de euros). Tendo em conta os valores em que eles estão avaliados, o que nunca é traduzido no valor pelo qual eles saem, seria uma entrada em torno de 24,5 milhões, que somados ao que já tínhamos resultaria numa verba de 55,8 milhões de euros. A este valor, teriam que ser reduzidos os 10 milhões de euros da cláusula de compra de Francisco Trincão (por 50% do passe), algo que se tornará obrigatório visto que os termos de empréstimo contemplam que caso o Sporting não desça de divisão, a opção de compra será automaticamente acionada.

    Posto isto, o nosso orçamento para transferências seria de 45,8 milhões, pelo que as compras desportivas dos atletas terão que ser conjugadas de forma a não ultrapassar o mesmo.

    Quanto a entradas, e começando pelos regressados de empréstimos, contaríamos com Rúben Vinagre para o lugar de Nazinho e Tiago Tomás para nosso ponta de lança, não para substituir Paulinho, mas para ser uma alternativa a um avançado que funcione como referência e que ainda teremos que ir contratar, visto que TT apresenta um tipo de jogo mais móbil, um pouco à margem do que tem sido feito por Edwards na presente temporada.

    Tiago Tomás foi uma das primeiras apostas de Rúben Amorim
    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Além de termos que reforçar o nosso sector ofensivo, teremos também que fortalecer a nossa baliza, com um guarda-redes que concorra directamente com o guardião espanhol Antonio Adán, a nossa defesa com um defesa central para ocupar o lugar de Luís Neto, que acaba contrato esta temporada e que penso já não reunir condições para ser atleta do Sporting CP, e ainda o nosso meio campo com um médio já com alguma experiência para assumir o meio-campo leonino a pronto, e poder transmitir conhecimento aos mais jovens.

    Começando por então encontrar um guardião para a nossa baliza, e mantendo a nossa identidade (clube formador, que compra/lança para depois poder vender), surgem dois nomes interessantes que parecem preencher os requisitos. Em primeiro lugar, aparece o ucraniano Andriy Lunin, de 23 anos, e que se encontra contratualmente ligado ao Real Madrid. Contratado pelos merengues na época 2018/2019 ao Zorya Lugansk e sem espaço no plantel, tem sido emprestado ao longo das épocas. Avaliado em dois milhões e meio de euros, e com final de contrato em 2024, poderia ser uma boa contratação (e relativamente barata na relação preço/qualidade) para o plantel leonino, quer para o imediato quer para o futuro. O seu salário está nos dois milhões por época, valor que deveria ser renegociado visto ultrapassar o teto salarial dos leões.
    Na mesma perspectiva de negócio, aparece ainda Alban Lafont. O guarda-redes nascido na Burkina Faso, também de 23 anos, aparece com uma avaliação de 16 milhões de euros, valor que poderá ser drasticamente reduzido em negócio, tendo em conta a péssima campanha que o FC Nantes tem feito esta temporada na Ligue 1, ocupando o 16º posto, um acima da linha de água, contabilizando apenas duas vitórias em 13 partidas disputadas. O seu vencimento é comportável para a equipa de Alvalade (1.3 milhões/ano).

    Alban Lafont em partida da Liga Europa
    Alban Lafont em partida da Liga Europa (vs Olympiacos FC)
    Fonte: FC Nantes

    Para a linha defensiva central, e mantendo o mesmo esquema tático usado por Ruben Amorim com três defesas centrais, passaria a ser o nosso próximo reforço por alguém experiente, mas acima de tudo, com qualidade. E foi por isso que equacionei Francesco Acerbi, atualmente ligado ao Inter de Milão, por empréstimo da SS Lazio (clube com o qual acaba contrato em 2025). Por altura do mercado de transferências do próximo verão, a idade da nossa linha defensiva rondaria em torno dos 24 anos, contando já com as entradas e saídas acima enunciadas, bem como o aumento de idade de um ano a cada atleta. Por isso, e no seguimento do que é atualmente Neto no plantel leonino, penso que a vaga seria bem entregue ao italiano para desempenhar o papel de transmitir experiência aos mais novos, mas não menos importante assegurar a qualidade e estabilidade necessária no sector defensivo mais recuado da formação leonina.

    Acerbi encontra-se atualmente avaliado em quatro milhões de euros, e conta na sua bagagem com uma vasta experiência no futebol italiano, tendo passado por clubes como AC Milan, Genoa CFC, Chievo Verona, Sassuolo, SS Lazio e Inter de Milão. O seu salário é de quatro milhões e quatrocentos mil euros, algo que teria que ser reduzido para a sua vinda para Alvalade. Uma outra opção, e segundo os mesmos parâmetros, poderia passar por Samuel Umtiti (28 anos), jogador do US Lecce emprestado pelo FC Barcelona, e que parece não entrar nas contas do técnico Xavi Hernández. O francês termina só termina contrato com os catalães em 2026, algo que aliado ao seu elevado salário, que se encontra na casa dos quatro milhões de euros, colocariam certamente alguns entraves à sua contratação. Uma outra ainda alternativa seria Eliaquim Mangala (31 anos), ex-jogador do FC Porto, e que se encontra sem clube desde o término do seu contrato com o Saint-Étienne. Após a passagem pelos dragões, esteve em clubes como Manchester City, Everton FC, Valencia CF e por fim, Saint-Étienne.

    Avançando um pouco no terreno, chegamos ao meio-campo que a meu ver urge em ser reforçado. Com poucas soluções para aquilo que é um número oito, com Pedro Gonçalves a ser chamado várias vezes esta época para ocupar a posição, e à margem do que acontece no sector defensivo, com uma média de idades baixa, penso que alguém mais uma vez, com experiência mas acima de tudo qualidade, seria uma mais-valia. Eis então que surge o nome de Stefano Sensi, internacional italiano de 27 anos, que se encontra ao serviço do AC Monza por empréstimo do Inter de Milão. Com o contrato a entrar no último ano, seria uma boa opção para avançar pelo atleta, algo que custaria em torno dos sete milhões de euros.

    Até ao momento esteve presente em 14 jogos (12 deles como titular), e contabiliza dois golos e uma assistência. Uma alternativa a este negócio poderia passar pela tentativa de empréstimo de Ander Herrera junto do FC Paris Saint Germain, visto que a sua contratação de forma definitiva acarretaria além dos oito milhões de euros de valor de mercado do atleta, um salário de três milhões e 650 mil euros, muito acima do teto salarial leonino. Neste momento, o médio espanhol encontra-se a jogar pelo Athletic Bilbao, e conta com uma assistência em cinco jogos disputados até ao momento.

    Francesco Sensi
    Fonte: AC Monza

    Por fim, e não menos importante, chegamos à posição de ponta-de-lança. Um homem de área, uma referência no ataque, e claro, uma veia goleadora é o que se procura para esta posição, e com esses requisitos chegamos a dois jogadores: Fran Navarro (Gil Vicente FC) e Alfredo Morelos (Rangers FC). Fran Navarro, espanhol de 24 anos, tem sido uma das figuras de destaque da equipa de Barcelos, tendo apontado até ao momento 7 golos (dos 10 marcados pela equipa na Liga Portuguesa).

    Associado ao Sporting CP no Verão passado, atualmente com um valor de mercado de cinco milhões de euros, seria então a minha primeira aposta para a posição (vale realçar que a formação gilista atravessa um mau momento na Liga Portuguesa, ocupando no momento a 16ª posição, lugar que caso a presente época terminasse agora, teria que enfrentar o play-off de despromoção). Caso não fosse possível concluir a transferência anteriormente referida, então avançaria com uma proposta pelo atleta colombiano Alfredo Morelos (26 anos).

    Gil Vicente FC
    Fonte: Paulo Ladeira / Bola na Rede

    Recentemente associado ao FC Porto, tem perdido o seu lugar no onze da formação escocesa, contabilizando apenas até ao momento uma partida como titular. Com uma avaliação em 13 milhões de euros, penso que tal como Fran Navarro, seria uma peça fundamental na formação leonina.

     

     

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    Ricardo Gonçalves
    Ricardo Gonçalves
    Como uma célebre música diria, "eu tenho dois amores", com o desporto e a comunicação a ocuparem 50/50 do seu coração. Entusiasta confesso daquilo que é a alegria do futebol, promete transmitir-vos através de palavras as emoções que se sentem durante os 90 minutos (e além disso). Escreve sem acordo ortográfico