Muito se tem falado da formação da academia Sporting e do menor fulgor que a mesma vive. É verdade que houve tempos em que só nós apostávamos na formação de jovens, mas o tempo de “vacas magras” – ou “menos gordas” – que o futebol tem passado levou alguns clubes a apostar também nos jovens das academias, tendo muitos deles tentado copiar o nosso modelo.
O nosso modelo é dos melhores do mundo e não é por ter um ou outro ano menos bom que se pode colocar tudo em causa. Tem é que se ir inovando e melhorando sempre.
O futebol de formação é bastante comparável ao processo de educação de um filho. Só saberemos se foi o correcto quando eles chegarem à maioridade e mostrarem a sua personalidade e a forma como põem em prática a sua educação e formação.
Como os filhos, no futebol de formação é preciso também que eles sintam a frustração da derrota, de um não para aprenderem a responder às adversidades.
Devemos incutir-lhes a ideia de vitória, mas nunca esquecendo que em algum momento irão perder. Têm é que corresponder ganhando logo a seguir – ou pelo menos lutar por tentar.
O profissionalismo e o carácter são também características que ajudam a moldar grandes jogadores e homens. E isso por vezes falta a alguns miúdos (ou aos seu tutores) que tentam crescer mais depressa. E dar um passo maior que a perna pode arruinar o salto. Ultimamente temos alguns casos, de jogadores que se consideravam já “os maiores do mundo”, e não tenho ouvido falar deles. Mas é também uma forma de crescer e aprender. Podem é já não ir a tempo de emendar a mão e poderem ter o êxito que teriam com outro tipo de evolução.
Ser campeão é também saber ganhar e perder. Temos é que ganhar muitas vezes e perder poucas. E é isso que tem acontecido.
Continuamos a ter a melhor formação, porque ainda é a que ganha mais, a que erra menos no recrutamento e o que tem associados mais bolas de ouro. Ou seja, tem um passado de exito, mas tem também um presente e certamente um futuro.
A nossa academia tem associada a si dois jogadores que ganharam a bola de ouro, mesmo competindo contra jogadores de enorme talento. Isso aconteceu porque trabalharam e se dedicaram ao seu trabalho. No fundo, são verdadeiros profissionais e isso também advém de uma boa formação de atletas e homens.
O mesmo está a passar-se com os jogadores do presente, como Rui Patrício, William Carvalho, Adrien Silva, João Mário. Jogadores que são referências da equipa principal do Sporting, ajudando a apresentar um dos “futebóis” mais bem jogados que equipas do Sporting já alguma vez apresentaram.
Para o futuro mais próximo temos ainda Gelson Martins, Matheus Pereira, Iuri Medeiros, Palhinha, Rúben Semedo e Esgaio, assim como alguns que podem subir da equipa B e demonstrar qualidade para poder evoluir para a equipa principal.