Madeira Rodrigues: o candidato que não sabe marcar golos

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Parece que foi ontem que o resultado das urnas ditou a eleição de Bruno de Carvalho. Entretanto passaram quatro anos e o Sporting mudou. Como é da praxe, há que fazer as retrospectivas, apontar para os objectivos futuros e analisar os candidatos em época de confronto eleitoral.

Hoje o Sporting volta a contar com um Presidente que se recandidata após o cumprimento do seu mandato, depois da intermitência que o cargo registou nos últimos anos. Postos os nomes hipotéticos e as candidaturas voláteis, eis que se confirma o avanço do único candidato da oposição à actual Presidência leonina. Com um percurso profissional iniciado na esfera empresarial e alternado para a esfera Governativa, a primeira presença de Pedro Madeira Rodrigues em listas eleitorais aconteceu com a candidatura de Pedro Baltasar, em 2011, com o cargo de Vogal do Conselho Directivo. Anos mais tarde, e já a encabeçar a sua própria lista, volta a encontrar Bruno de Carvalho na oposição. Actualmente, e em paralelo com a carreira de empresário, Madeira Rodrigues tem desempenhado o cargo de Secretário Geral da Câmara de Comércio e Indústria, e entre outras curiosidades do seu percurso encontra-se a autoria do musical “Sporting 1906”, que lhe valera um Prémio Stromp.

E talvez nesta última sua obra se configure uma boa deixa para assegurar que toda a subjetividade inerente a este artigo não pretende questionar o Sportinguismo de Pedro Madeira Rodrigues, nem tão pouco a dose de altruísmo clubístico que qualquer adepto de futebol possui. Trata-se mesmo de uma teoria simples. E lógica. Alguém gostar muito de jogar futebol e de festejar golos não será, por si só, condição para que esse alguém se torne num goleador nato. Do mesmo modo, desejar ser Presidente de um clube também não é condição suficiente para que esse desejo se consuma. É por isso que, neste caso, falamos igualmente de talento. Atendendo à existência de dois candidatos, viabiliza-se a comparação entre as valências de um e de outro. E embora os circunstancialismos sejam distintos, os elementos comparativos são sustentáveis. Em exemplificação, se analisarmos a estreia eleitoral de Bruno de Carvalho e a compararmos com a estreia de Madeira Rodrigues, há algo que considero superficial. Num candidato que, regra geral, é desconhecido dos sócios e adeptos do clube, a confiança transmitida deve ser prioritária.

Pedro Madeira Rodrigues tem Carlos Severino e Abrantes Mendes como aliados nestas eleições. Fonte: Facebook de Carlos Severino
Pedro Madeira Rodrigues tem Carlos Severino e Abrantes Mendes como aliados nestas eleições
Fonte: Facebook de Carlos Severino

Bruno de Carvalho, que perdera as primeiras eleições para Godinho Lopes devido ao peso dos votos provenientes dos sócios mais antigos, deixou claro que, mais tarde ou mais cedo, viria a ocupar a cadeira de Presidente. Isto é uma maneira de a confiança actuar. Eram tempos instáveis, claro. Bruno de Carvalho representou a voz da esperança. Mas nas palavras de Pedro Rodrigues as coisas hoje não vão melhor, embora não encontre no seu discurso as razões concretas para a identificação desta crítica, da mesma forma que não encontro a confiança para a reverter. Pode parecer injusto tentar traçar o perfil de um candidato falando do outro, mas talvez seja este um método viável para determinar a posição em que cada um dos candidatos parte. Existe, contudo, um dado susceptível da devida saliência. Depois da mudança de paradigma imposta por Bruno de Carvalho no Universo Sportinguista, há que ser Corajoso para concretizar a candidatura à Presidência do clube. A coragem, de facto, é também uma virtude essencial que deve integrar o leque de qualidades da pessoa que ocupa este cargo. Digamos que Madeira Rodrigues até começou bem esta caminhada.

Mas depois, num gesto cuja interpretação embacia, resolveu dizer aos Sportinguistas que deixou o seu trabalho para se candidatar ao cargo de Presidente do Sporting, colocando em causa a sua própria subsistência financeira, cabendo então aos sócios interpretar este seu gesto. E isto, cá para mim, foi tão ou mais escandaloso do que falhar um golo de baliza aberta.

Foto de capa: Super Sporting

Ricardo Gonçalves
Ricardo Gonçalves
Como uma célebre música diria, "eu tenho dois amores", com o desporto e a comunicação a ocuparem 50/50 do seu coração. Entusiasta confesso daquilo que é a alegria do futebol, promete transmitir-vos através de palavras as emoções que se sentem durante os 90 minutos (e além disso). Escreve sem acordo ortográfico

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