Com poderes equilibrados, pender sempre a vitória para o mesmo lado não se deve só à competência da estrutura aliada à sorte. Há sempre um incremento, um doping, que dá aquela ajuda necessária para, no momento crítico, poder ser sempre o mesmo a levar vantagem.
E como enquadrar o Sporting nisto? Dizendo que nunca (tirando agora um senhor da segurança, que nem corromper sabe, ou não seria apanhado logo a seguir – principiante) esse clube foi tido nem achado nesses processos de corrupção e doping, e por isso mesmo também não tem ganho. Temos equipa, estrutura também, sócios, adeptos… Mas por coincidência não ganhamos (também ajudaram as presidências incompetentes que deixaram fugir a influência que o Sporting ainda conseguia ter em algumas instituições).
Mas, ao que parece, a grande maioria dos sportinguistas são felizes assim. Antes honestos que vencedores.
Vêm sempre apregoar que serão campeões sem ajudas de terceiros. Será que conseguem?
Conseguimos, uma ou duas vezes de 18 em 18 anos, mas não me parece que seja isso o que queremos.

Fonte: Sporting CP
Considerando isto só temos duas hipóteses. Ou conseguimos que a corrupção desapareça do futebol, para que não lutemos contra concorrência com armas muito mais fortes que as nossas, ou associamo-nos ao mesmo sistema e com certeza ganharemos mais vezes. E a primeira hipótese está a ser difícil de conseguir, já a segunda traz-nos vitórias e impunidade.
No final contam os títulos conquistados, porque neste país muito dificilmente se encontra alguém com a coragem de abrir todas as “malas” que por aí andam, e retirar de lá tudo sem excepções ou clubites.
PS – Há pagamentos que não cabem em malas, como os pagamentos de ordenados de jogadores adversários, pagamento de lotação de estádios, ou o favor de aceder a jogar em casa de adversários (também pode ser quantificado, porque poupa despesas ao clube que joga em casa).
Foto de Capa: Sporting CP