Moreirense FC 2-3 Sporting CP: Ataque salva defesa de náufragos

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    O Sporting CP suou bastante para levar de vencida o Moreirense, no jogo disputado no Minho. O Moreirense esteve duas vezes em vantagem, e os leões apenas conseguiram a reviravolta à entrada para o último quarto de hora do encontro. Valeu ao Sporting a qualidade dos seus avançados para colmatar as “borlas” dadas mais uma vez pelo setor defensivo.

    O Sporting voltou a alinhar com o onze mais habitual nos últimos tempos, devido aos regressos de Bruno César, William Carvalho e Alan Ruiz ao onze titular. Em relação ao jogo do Dragão, saíram Marvin Zeegelaar, João Palhinha e Matheus Pereira. Num terreno bastante pesado e mal tratado com o passar dos minutos, devido às más condições climatérias que afetaram Moreira de Cónegos neste fim de semana, o Moreirense entrou melhor que os leões. E entrou melhor porque o Sporting vive uma crise de confiança enorme. Confiança dos jogadores em si próprios e confiança na solidez defensiva (ou falta dela). A juntar a este fator, esteve a astúcia tática de Augusto Inácio. O treinador dos minhotos optou por iniciar a partida sem ponta de lança fixo, relegando Roberto para o banco de suplentes. Com a habitual dupla Fernando Alexandre – Cauê à frente do quarteto mais recuado, Inácio optou por ter Boateng, Dramé e o regressado Sougou na frente atacante. Para compor o ramalhete, temos de mencionar Nildo. O brasileiro foi o “joker”, que funcionou como terceiro médio e que também apoiava o ataque. Foi muito devido à movimentação inteligente de Nildo que o Moreirense chegou ao intervalo em vantagem.

    Essa vantagem começou a ser desenhada aos dezassete minutos. Num lance onde Ruben Semedo levou longe demais a condução de bola, acabando por perdê-la no grande círculo do terreno, um lançamento longo para as costas da defensiva leonina causou o caos. Coates aliviou mal e depois Bruno César e Rui Patrício protagonizaram uma triste cena, onde hesitaram e permitiram o golo do Moreirense. Inclusivamente, até foi Bruno César a tocar pela última vez na bola, perante a presença de Dramé. A partir do golo dos axadrezados, o Sporting tentou chegar ao empate, mas quase sempre de forma desinspirada, com um Bryan Ruiz inconsequente e Gelson Martins e Alan Ruiz a serem insuficientes para furarem a defesa adversária e servirem Bas Dost em condições. Perto do intervalo, os leões empataram, com Alan Ruiz, após uma excelente movimentação e cruzamento de Bas Dost no flanco esquerdo. Quando parecia que o Sporting ia partir em busca da vitória, surgiu novo revés. Em mais um lançamento longo, desta vez por Dramé, Boateng fugiu a Coates e Ruben Semedo e antecipou-se a Rui Patrício, que cometeu grande penalidade. Se os centrais estiveram mal, o guardião titular da seleção nacional esteve pior. Na conversão do castigo máximo, Cauê castigou os leões, que chegaram ao intervalo em desvantagem devido ao comportamento miserável da defesa nos primeiros 45 minutos.

    Na segunda metade, o Sporting entrou melhor, com uma atitude mais condizente com o estatuto de equipa grande e com a qualidade dos seus protagonistas. Ainda assim, escassearam as oportunidades de golo nos primeiros vinte minutos. A equipa de Jorge Jesus encostou o Moreirense à sua área, mas sem resultados práticos. Aos 65 minutos, surgiram as alterações que modificaram o jogo. Nos cónegos, entrou Bouba Saré para o lugar de Nildo. Nos lisboetas entrou Daniel Podence para a posição de Bryan Ruiz. O jovem formado em Alcochete trouxe outro dinamismo e criatividade que o costarriquenho continua a não conseguir dar à equipa do Sporting esta época. Três minutos após entrar em campo, Podence fez uma diagonal muito boa, da esquerda para o meio, rematou forte ao poste e Bas Dost, na recarga, empurrou para a baliza aberta. Estava dado o tónico para os leões, que, cinco minutos mais tarde, completaram a reviravolta no encontro. Adrien começou a jogada, deixou-a no flanco direito e foi para a área onde rematou para o golo, após assistência perfeita de Schelotto.

    Até ao fim, apenas houve mais um lance de perigo. Logo a seguir ao 3-2 do Sporting, o Moreirense esteve perto de empatar novamente. Novo lançamento longo a aproveitar o espaço nas costas da defesa leonina, Dramé só não marcou por milagre. O chapéu do avançado a Rui Patrício apenas foi travado pela barra da baliza leonina, no lance que foi o canto do cisne do Moreirense.

    O Sporting continua assim na perseguição ao Benfica e ao FC Porto, apesar de estes continuarem longe na tabela classificativa. Já o Moreirense portou-se muito bem e penso que conseguirá a manutenção sem grandes sobressaltos. Esta tarde, os leões de Alvalade livraram-se de um valente susto, mas apenas se podem culpar a si próprios. A defesa leonina continua a ser lastimável no campeonato. Se nas laterais o problema é crónico, ultimamente tem-se estendido também aos centrais e ao guarda redes. Se Rui Patrício já provou ser muito forte mentalmente e capaz de ultrapassar isto, talvez Ruben Semedo tenha de experimentar o banco para voltar posteriormente ao seu melhor nível.

     

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    Diogo Janeiro Oliveira
    Diogo Janeiro Oliveira
    Apaixonado por futebol, antes dos livros da escola primária já lia jornais desportivos. Seja nas tardes intermináveis a jogar, nas horas passadas no FIFA ou a ver jogos, o futebol está sempre presente. Snooker, futsal e andebol são outras paixões. Em Portugal torce pelo Sporting; lá fora é o Barcelona que lhe enche as medidas. Também sonha ver o Farense de volta à primeira…                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.