O Perigo Da “Portização” Do Sporting

    sporting cp cabeçalho 1A espuma mediática que domina, neste momento, grande parte do comentário futebolístico em Portugal cinge-se à polémica da troca de emails entre o Benfica, na pessoa de Paulo Gonçalves, e o antigo árbirtro Adão Mendes. Esses contactos foram revelados no Porto Canal pelo diretor de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques.

    É possível perceber que esses emails tinham como principal objetivo o condicionamento das arbitragens dos jogos a favor do clube da Luz. Mas a revelação pública desses emails conduziu inevitavelmente à aproximação entre FC Porto e Sporting Clube de Portugal no que à acusação aos encarnados diz respeito. Vamos por partes.

    Há, neste momento, em Porto e Sporting, uma batuta que se agita no mesmo sentido. O triângulo definido por Sporting, Porto e Benfica, conhecido como “os três grandes”, corre agora o risco de se tornar num eixo em que num ponto extremo temos o Benfica e no outro temos Sporting e Porto. As acusações dos dois clubes ao Benfica podem, por isso, polarizar o triângulo que deteve e detém a hegemonia do futebol português. É caso para dizer que o tiro de Sporting e Porto ao Benfica pode, se não for devidamente certeiro e eficaz, sair pela culatra aos dois.

    Francisco J. Marques e Nuno Saraiva, diretores de comunicação de FC Porto e Sporting CP Fonte: http://planete-sporting.blogspot.pt/
    Francisco J. Marques e Nuno Saraiva, diretores de comunicação de FC Porto e Sporting CP
    Fonte: http://planete-sporting.blogspot.pt/

    Convém neste ponto lembrar que, desde maio deste ano, existe um acordo formalizado e assinado entre os dois clubes, protagonizado pelos seus respetivos diretores de comunicação, que assenta na “obrigatoriedade de introduzir maior transparência e verdade desportiva e de defender aqueles que são os valores que devem nortear o desporto nacional” (site de O Jogo, dia 11 de maio de 2017). Quanto a  isto, nada contra. Todos os movimentos clubísticos e/ou associativos no sentido da pacificação seja do que for revelam-se sempre algo de salutar e de elevada importância para uma maior transparência no Futebol. Mas há, sob esta espuma mediática, um fundo que não pode ser escondido: como adepto do clube de Alvalade, falo do perigo de uma “portização” do Sporting, uma dificuldade do clube verde e branco criar um espaço próprio e independente que o diferencie e distancie relativamente às críticas dos Dragões.

    Quais as razões para esta minha preocupação? Outro caso: desde a divulgação dos emails trocados entre os dirigentes do Benfica e alguns comentadores televisivos ligados aos encarnados – a tão falada cartilha – que o Sporting cavalga na estratégia comunicacional do FC Porto no que às acusações ao Benfica diz respeito. Se ambos os clubes se outorgam de razões para criticar e condenar as condutas anti-desportistas do Benfica, que o façam de um modo autónomo e independente, que não esperem a ação de um para que se siga a ação mimética do outro, traduzida na frase do acordo de maio de que “é mais aquilo que nos une do que o que nos separa”.

    Como sportinguista quero que o meu clube se defenda por si próprio, que não necessite de mensageiros portistas nem que cavalgue nas críticas de Terceiros face a outros Terceiros. Confio, por isso, no trabalho da Direção e do Presidente Leonino, para que esse trabalho de construção de limites e fronteiras entre os dois emblemas se construa e sedimente. Porque Porto e Sporting foram, são e sempre serão eternos rivais e não há nem nunca haverá cartilha benfiquista nem bruxo ou coisa que o valha que una aquilo que sempre permaneceu e deve permanecer para sempre separado.

    Fonte: Sporting com Filtro

    artigo revisto por: Ana Ferreira

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    Simão Mata
    Simão Matahttp://www.bolanarede.pt
    O Simão é psicólogo de profissão mas isso para aqui não importa nada. O que interessa é que vibra com as vitórias do Sporting Clube de Portugal e sofre perante as derrotas do seu clube. É um Sportinguista do Norte, mais concretamente da Maia, terra que o viu nascer e na qual habita. Considera que os clubes desportivos não estão nos estádios nem nos pavilhões, mas no palpitar frenético do coração dos adeptos e sócios.                                                                                                                                                 O Simão escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.