Flanco direito
Ricardo Esgaio, camisola 47 dos leões, tem sido o principal alvo das críticas. A verdade é que no mesmo número de jogos no ano passado (contas feitas com os primeiros nove jogos da Liga Portuguesa e quatro da Liga dos Campeões), ele somou 482 minutos, contra os 502 desta época até ao momento, motivo pelo qual me leva a pensar que ele não é único e exclusivamente o problema, mas sim, parte dele.
Apesar do seu péssimo momento de forma, a verdade é que o jogador, apesar de ser uma peça importante para Rubén Amorim pela sua polivalência (pode actuar como DC e DD), apresenta imensas limitações.
É fraco a defender: apresentando uma leitura de jogo abaixo da média resultante num mau cálculo de timing’s de entradas, como aconteceu em Alvalade contra o Olympique de Marselha, mau posicionamento e acompanhamento constante face ao adversário directo, como foi o caso do 3.º golo em Braga onde foi facilmente ultrapassado; é fraco a atacar: baixa velocidade, drible, envolvimento ofensivo previsível e uma eficácia de passes/cruzamentos que chega a ser doloroso de ver.
Por outro lado, e enquanto primeira opção no Sporting, Pedro Porro tem estado também uns furos abaixo daquilo a que nos tem habituado, com exibições intermitentes, podendo ser resultado da baixa de forma consequente à lesão que sofreu ou até mesmo do período anímico menos bom que se vive no reino do Leão.
Contudo, ao contrário de Ricardo Esgaio, apresenta rasgos e momentos individuais de quando em quando, que mostram que a qualidade continua lá e quem sabe não esquece. Espera-se um Pedro Porro mais consistente daqui para a frente.
Flanco Esquerdo
Para mim é sem dúvida nenhuma, o posto mais bem assegurado até ao momento. Com jogadores como Nuno Santos, Matheus Reis e ainda Flávio Nazinho que começa a aparecer, existem alternativas viáveis a quaisquer problemas físicos que possam surgir com algum dos atletas acima mencionados, sem sofrer na excelência que é aquele lado esquerdo defensivo.
Nuno Santos é o habitual detentor da posição, e tem-na desempenhado com uma força, garra e querer que lhe é já característica. Detentor de um pulmão incansável, percorre todo aquele flanco como se o jogo ainda mal tivesse começado, com uma precisão e toques deliciosos, tem sido, para mim, sem dúvida um dos homens mais desta versão 22/23 do Sporting, a par de Morita e daquele que é o tridente ofensivo regular desta época, composto por Francisco Trincão, Pedro Gonçalves e Marcus Edwards.
Meio-campo defensivo
Detentor da posição já desde a época passada, em que relegou João Palhinha (atualmente no Fulham FC) para o banco e assumiu um papel importante no esquema tático de Ruben Amorim, Manuel Ugarte tem crescido a olhos vistos e possui já com tenra idade (21 anos) características que lhe espreitam um grande futuro.
Com um elevado sentido posicional/tático, eficácia de passe incrível, leitura e visão de jogo, transformam-no numa das peças basilares daquilo que é a tática do Sporting, notando-se sobretudo este ano, um pouco à semelhança de Pedro Porro, alguma insegurança no aspecto defensivo que por vezes lhe toldam o pouco o discernimento na disputa da bola.
Quanto àquela que tem sido a segunda linha da posição, Sotiris (contratado no último dia de mercado após a saída de Matheus Nunes), tem dado boas indicações. Não se esconde do jogo, pega no jogo, defende, ataca, remata, e um pouco igual à margem de Ugarte, o jovem grego (20 anos), deixa um pouco de água na boca relativamente ao que poderá fazer quando tiver a sua adaptação feita a 100% e mais minutos de jogo. Não creio que seja por esta posição que o Sporting esteja a passar por este momento.