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Ressacas europeias e egos desmedidos

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Enquanto escrevi este texto, o Benfica colocou-se com cinco pontos de vantagem perante o Sporting no topo do campeonato nacional, isto num cenário muito pouco previsível ainda há poucas semanas, quando os leões se passeavam no topo da tabela e até já haviam vencido um dos seus principais rivais, em Alvalade, por 2-1.

Muitas podem ser as razões a apontar para esta queda abrupta da equipa verde-e-branca, sendo que alguns, com certa razão, lembrarão que o Sporting está a ter imensa dificuldade para reagir às saídas de João Mário e Islam Slimani. Afinal, por muito bom jogador que seja Gelson Martins, a verdade é que a pérola de origem cabo-verdiana não tem a mesma capacidade do agora jogador do Inter de Milão para gerir os tempos de jogo e para ajudar a equilibrar o centro do meio-campo.

Quanto ao argelino, e mesmo que este até seja inferior a Bas Dost nas funções específicas de um ponta de lança, a verdade é que “Super Slim” era importantíssimo na primeira zona de pressão, ajudando muitas vezes a sufocar imediatamente o início da zona de construção do adversário. Nisso, o internacional holandês está a anos luz de Slimani e quem o acompanha (André ou Markovic) tem colocado os adeptos leoninos a suspirar até pelo irascível Teo Gutiérrez.

O Sporting CP ainda sente muito a falta de Slimani e João Mário. Fonte: Sporting CP
O Sporting CP ainda sente muito a falta de Slimani e João Mário
Fonte: Sporting CP

Isto, aliás, leva-me a meditar sobre as mudanças no plantel do Sporting e sobre se os verde-e-brancos terão ficado com um plantel assim tão superior ao da época passada. Tirando Bas Dost, que me parece um claro upgrade a Slimani, isto mesmo com a nuance supracitada, será que algum dos segundos avançados contratados conseguirá esquecer Teo? Será o actual Elias, totalmente formatado para um meio-campo de três elementos, superior a Aquilani? Terá feito sentido trocar Naldo por Douglas? Jogando Markovic e Campbell preferencialmente pela direita, não teria feito mais sentido trazer só um deles e, numa fase em que Bryan Ruiz começa a entrar no crepúsculo da sua carreira, ter apostado num ala esquerdo?

A verdade nua e crua é que o investimento pode ter sido alto mas ficamos com a ideia que o plantel do Sporting continua a ter inúmeras lacunas na sua génese, o que acaba por tornar-se ainda mais notório quando os jogos exigentes se tornam frequentes e Jorge Jesus tem dificuldade em gerir o grupo sem clara perda de qualidade.

A ausência de Adrien Silva, que tem sido usada como desculpa para bater (excessivamente, diga-se) em Elias e para justificar a maioria dos desaires leoninos está longe de explicar os maus resultados, ou não tivesse estado o capitão no pior jogo da época do Sporting, o 1-3 em Vila do Conde, diante do Rio Ave.

Curioso, ou talvez não, é que o Sporting soma sete pontos perdidos no campeonato e todos eles na sequência dos jogos da “Champions”: 1-3 com o Rio Ave após o jogo com o Real Madrid (1-2); 3-3 com o V. Guimarães após o jogo com o Legia de Varsóvia (2-0); e 1-1 com o Tondela após o duelo com o Borussia Dortmund (1-2). Ou seja, sempre que foi necessário apelar à profundidade do plantel, o grupo não soube dar a devida resposta.

Esta consequência transporta-nos automaticamente para a época passada e talvez explique o porquê de Jorge Jesus ter colocado a Liga Europa em segundo (eu até diria terceiro) plano. O treinador do Sporting saberia que se espremesse em demasia os melhores valores do plantel verde-e-branco dificilmente teria capacidade para lutar pelo título até ao fim. Este ano, contudo, disputa-se a muito mais prestigiada Liga dos Campeões e, perante a impossibilidade de entrar com segundas linhas em tão importante competição, os resultados estão à vista.

Ricardo Figueiredo
Ricardo Figueiredohttp://www.bolanarede.pt
Sportinguista sofredor desde que se conhece, a verdade é que isso nunca garantiu grande facciosismo, sendo que não tem qualquer problema em criticar o seu clube quando é caso disso, às vezes até com maior afinco do que com os rivais. A principal paixão, aliás, sempre foi o futebol no seu contexto mais generalizado, acabando por ser sintomático que tenha começado a ler jornais desportivos logo que aprendeu a ler. Quanto ao ídolo de infância, esse será e corre o risco o de ser sempre o Krassimir Balakov, internacional búlgaro que lhe ofereceu a alcunha de “Bala” até hoje. Ricardo admite que ser jornalista desportivo foi um sonho de miúdo que conseguiu concretizar e o que mais o estimula na área passa pela análise de jogos e jogadores, nomeadamente os que ainda estão no futebol de formação ou naqueles campeonatos menos mediáticos e que pensa sempre que ninguém vê como o japonês, sul-coreano ou israelita..                                                                                                                                                 O Ricardo não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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