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«Se não for para jogar no Sporting CP, não quero voltar a Portugal» – Entrevista BnR com Luiz Phellype

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– Futebol sem vícios –

«A Liga Japonesa e a Liga Portuguesa, tirando as equipas grandes, estão ao mesmo nível»

Bola na Rede: Como é que caracterizas o futebol japonês?

Luiz Phellype: É muito rápido. Os japoneses gostam muito de correr. Já sabia que essa era uma característica deles. O jogo tem poucas faltas. Lances em que na Europa, normalmente, se marca logo falta, aqui deixam andar para que o jogo flua. É sempre a andar.

Bola na Rede: Isso prejudica as tuas características?

Luiz Phellype: Não. Também não gosto do jogo muito parado. Na Europa, tem-se muito o costume de, quando é apitada uma falta, os jogadores irem reclamar com o árbitro. Aqui, eles não fazem isso. Se o árbitro marcou, está marcado. Gosto disso, mas é uma realidade nossa. Faltas que marcavam sobre mim na Europa, aqui, muitas vezes, não se marcam. Por vezes, vou para o chão a pedir falta e não é. Precisei de me habituar a isso, porque são vícios que ganhamos quando estamos na Europa. Não podemos parar para pensar nisso, o jogo está a decorrer.

Bola na Rede: E a tua equipa, como é que caracterizas? Têm um treinador espanhol, Albert Puig. É uma equipa europeia a jogar na Ásia?

Luiz Phellype: É um treinador que está a tentar implementar o estilo espanhol, de ficar com a bola, não a perder, ter bastante posse, sair a jogar de trás. No entanto, está a ter dificuldades, porque leva tempo mudar a cultura de jogo. O FC Tokyo, há três anos, foi vice-campeão (nunca foi campeão). É um clube que tem crescido bastante. Hoje, é um clube de primeira metade da tabela. O objetivo é que o FC Tokyo seja campeão em três, quatro anos. Com mais tempo e mantendo o trabalho que está a ser feito é possível que aconteça. Contrataram um treinador europeu para isso e têm cinco jogadores estrangeiros. É um clube bem estruturado e que joga com 50 mil pessoas no estádio.

Bola na Rede: Conheces a realidade do futebol português e do futebol japonês. Atualmente, temos muitos jogadores nipónicos a virem para o campeonato português. Como é que o Japão olha para o futebol em Portugal?

Luiz Phellype: A qualidade dos jogadores japoneses surpreendeu-me bastante. Quando estamos na Europa, não olhamos muito para o futebol asiático. Pensamos que os asiáticos têm um nível diferente e que a Europa é o centro do mundo, porque tem a Liga dos Campeões, a maior competição. Só que também há muita qualidade no Japão. As equipas sabem jogar bem. Por exemplo, no FC Tokyo, praticamente todos os jogadores têm capacidade para jogar em Portugal. Não sei se nas equipas grandes ou não, mas todos têm capacidade para jogar em Portugal. Os jogadores japoneses que saem daqui são admirados por deixar um país onde as coisas funcionam perfeitamente, deixam a sua casa e vão para Portugal para ganhar bem menos do que ganham aqui. Vão tentar o sonho de jogar na Europa e têm o respeito das pessoas. Sinceramente, acho que a Liga Japonesa e a Liga Portuguesa, tirando as equipas grandes, estão ao mesmo nível.

Bola na Rede: Achas que não há uma discrepância muito grande entre o campeonato português e o campeonato japonês?

Luiz Phellype: O futebol europeu é mais pensado. Aqui, os japoneses aceleram o jogo sempre que podem. Tecnicamente, não vi diferença, o que me surpreendeu.

Francisco Grácio Martins
Francisco Grácio Martinshttp://www.bolanarede.pt
Em criança, recreava-se com a bola nos pés. Hoje, escreve sobre quem realmente faz magia com ela. Detém um incessante gosto por ouvir os protagonistas e uma grande curiosidade pelas histórias que contam. É licenciado em Jornalismo e Comunicação pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e frequenta o Mestrado em Jornalismo da Escola Superior de Comunicação Social.

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