Fez ontem precisamente um mês da conquista do 23.º campeonato nacional de futebol do Sporting CP. Uma conquista com muitos asteriscos, diga-se. Primeiramente, beneficiamos da falta de público nas bancadas. Depois, fomos eliminados das competições europeias muito cedo, pelo que só fizemos um jogo por semana e os rivais jogaram quase todos os dias.
Falemos dos rivais. Aproveitámo-nos do surto de COVID-19 que atingiu o SL Benfica e que quase fez vários jogadores terminarem a carreira, como um documentário recente do clube em questão comprovou. Uma (quase) tragédia sem precedentes no desporto em Portugal. E o que dizer dos muitos penáltis não assinalados a favor do FC Porto, claramente a equipa mais prejudicada pelo “centralismo” neste campeonato? Este ano tudo conspirou contra eles – suspeito que o trio Varandas, Viana e Zenha tenha estado envolvido na contratação de Armando Nhaga.
Falando dos nossos, Rúben Amorim fez o que quis no banco e só foi castigado mais para o fim, quando estava tudo decidido. Para além disso, nem curso tinha. Uma vergonha. Palhinha nunca foi suspenso, mesmo vendo cinco amarelos, e o árbitro muitas vezes só acabava os jogos do Sporting CP quando Sebastián Coates marcava um golo – todos eles com muita sorte à mistura, claro.
Do estádio ao pavilhão, comecemos pelo futsal. Tivemos a sorte de apanhar um Barcelona enfraquecido e lá ganhamos um troféu europeu. No hóquei, tivemos uma mãozinha dos árbitros espanhóis e lá veio mais um título internacional. Falemos do basquetebol. O Sporting CP venceu porque o árbitro não assinalou uma falta escandalosa a favor do FC Porto, caso contrário teria sido mais uma derrota devido ao desinvestimento. Ah, espera! Também depois de tanto investimento nesta modalidade, que é uma bandeira da direção, também se não ganhassem nada…
Pelo meio, ainda ganhamos qualquer coisa no voleibol, creio. Falando ainda do futsal e do hóquei, ainda estamos na luta pelos campeonatos nacionais, mas se ganharmos algum deles será só mesmo por mero acaso, já que o desinvestimento (tenho lido muito este termo, deve concorrer à categoria “palavra do ano” da Porto Editora em 2021) está a matar as modalidades.
Ah! Lembrei-me que, no andebol, o Sporting CP ganha nada. Que chatice!
Nota: não sou apoiante desta direção (nem de nenhuma), não sou sequer grande fã de Varandas e companhia, mas sou ainda menos fã de quem torce por determinados desfechos para ter razão.
Artigo revisto por Joana Mendes