Ser campeão é mesmo uma chatice | Sporting CP

    Fez ontem precisamente um mês da conquista do 23.º campeonato nacional de futebol do Sporting CP. Uma conquista com muitos asteriscos, diga-se. Primeiramente, beneficiamos da falta de público nas bancadas. Depois, fomos eliminados das competições europeias muito cedo, pelo que só fizemos um jogo por semana e os rivais jogaram quase todos os dias.

    Falemos dos rivais. Aproveitámo-nos do surto de COVID-19 que atingiu o SL Benfica e que quase fez vários jogadores terminarem a carreira, como um documentário recente do clube em questão comprovou. Uma (quase) tragédia sem precedentes no desporto em Portugal. E o que dizer dos muitos penáltis não assinalados a favor do FC Porto, claramente a equipa mais prejudicada pelo “centralismo” neste campeonato? Este ano tudo conspirou contra eles – suspeito que o trio Varandas, Viana e Zenha tenha estado envolvido na contratação de Armando Nhaga.

    Falando dos nossos, Rúben Amorim fez o que quis no banco e só foi castigado mais para o fim, quando estava tudo decidido. Para além disso, nem curso tinha. Uma vergonha. Palhinha nunca foi suspenso, mesmo vendo cinco amarelos, e o árbitro muitas vezes só acabava os jogos do Sporting CP quando Sebastián Coates marcava um golo – todos eles com muita sorte à mistura, claro.

    Coates Sporting CP
    Sebastián Coates foi uma das armas secretas do Sporting CP durante 2020/2021
    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Do estádio ao pavilhão, comecemos pelo futsal. Tivemos a sorte de apanhar um Barcelona enfraquecido e lá ganhamos um troféu europeu. No hóquei, tivemos uma mãozinha dos árbitros espanhóis e lá veio mais um título internacional. Falemos do basquetebol. O Sporting CP venceu porque o árbitro não assinalou uma falta escandalosa a favor do FC Porto, caso contrário teria sido mais uma derrota devido ao desinvestimento. Ah, espera! Também depois de tanto investimento nesta modalidade, que é uma bandeira da direção, também se não ganhassem nada…

    Pelo meio, ainda ganhamos qualquer coisa no voleibol, creio. Falando ainda do futsal e do hóquei, ainda estamos na luta pelos campeonatos nacionais, mas se ganharmos algum deles será só mesmo por mero acaso, já que o desinvestimento (tenho lido muito este termo, deve concorrer à categoria “palavra do ano” da Porto Editora em 2021) está a matar as modalidades.

    Ah! Lembrei-me que, no andebol, o Sporting CP ganha nada. Que chatice!
    Nota: não sou apoiante desta direção (nem de nenhuma), não sou sequer grande fã de Varandas e companhia, mas sou ainda menos fã de quem torce por determinados desfechos para ter razão.

    Artigo revisto por Joana Mendes

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    Francisco Guerra
    Francisco Guerrahttp://www.bolanarede.pt
    É apaixonado por futebol, principalmente pelo Sporting CP, o seu único clube. Está a licenciar-se em Comunicação e Jornalismo, adora escrever sobre futebol no geral, além de outras modalidades como o wrestling, que acompanha desde pequeno. Também gosta de apreciar o futebol fora do espectro da paixão clubística, tendo como principais referências Cristiano Ronaldo e Diego Maradona.                                                                                                                                                 O Francisco escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.