A CRÓNICA: O SPORTING VENCE E CONVENCE CONTRA UM GALO ATORDOADO
Na oitava jornada da Primeira Liga, o Sporting CP recebeu e venceu o Gil Vicente FC por 3-1. Os leões deram um sinal forte aos adversários, tanto os que pisaram o relvado de Alvalade, como os que ocupam as primeiras posições do pódio.
Os dois emblemas tinham apenas um ponto de diferença, e com esta vitória, o Sporting CP recomeçou a sua subida aos lugares cimeiros.
A equipa de verde e branco entrou muito autoritária e com a determinação certa para encontrar logo o golo da vantagem. De facto, não tivemos que esperar muito para isto acontecer, visto que Morita ‘estreou’ a baliza gilista aos 16 minutos, finalizando uma grande assistência de Nuno Santos desde a lateral esquerda.
Seis minutos depois, a equipa de Amorim voltou a mexer com o marcador, desta vez por Pote, que concretizou após um passe de calcanhar de Morita, fuzilando Andrew com um remate cruzado imparável.
O domínio territorial do Sporting CP e a ótima posse de bola anularam qualquer iniciativa ofensiva dos gilistas no primeiro tempo, que raramente criaram perigo perto da baliza de Adán.
Na segunda parte, a equipa de Ivo Vieira foi ligeiramente mais perigosa, criando duas oportunidades interessantes, com Murilo e Navarro, ambas bem defendidas pelo guarda-redes leonino.
Durante quase todo o segundo tempo, a equipa de Alvalade continuou a dominar em todos os espaços, sobretudo nas laterais, num sinal claro de procura do terceiro golo, que chegou aos 83 minutos. Rochinha, entrado há cinco minutos, recebeu um passe em profundidade de Esgaio da lateral direita, controlou a bola, desmarcou-se de Lucas e assinou o terceiro tento leonino, que fechou definitivamente o resultado e permitiu ao leão de rugir novamente para os adversários.
Foi apenas nos minutos de compensação que o galo levantou a cabeça e marcou o golo de honra, através de Fran Navarro, deixando o resultado final em 3-1.
A FIGURA

Hidemasa Morita – Partida para emoldurar do japonês, um dos protagonistas do sucesso leonino. Marcou o seu primeiro golo com a camisola do Sporting CP e ofereceu um passe de calcanhar sublime para Pote, que marcou o segundo golo leonino. Todo o meio-campo hoje funcionou lindamente, mas Morita deu um impulso extra para alcançar a vitória.
O FORA DE JOGO

Ivo Vieira – Normalmente, o Gil Vicente FC é uma equipa muito complicada de se enfrentar, mas hoje foi irreconhecível. A equipa pareceu não estar preparada, nem tatica, nem mentalmente, para esta viagem até Alvalade.
O esquema tático escolhido por Ivo Vieira, com uma linha de cinco na defesa, não funcionou, de todo, vistas as inúmeras oportunidades criadas pelo Sporting CP.
Os jogadores, tanto na defesa como no ataque, jogaram de forma confusa, sem encontrar a própria posição no terreno.
ANÁLISE TÁTICA – SPORTING CP
Rúben Amorim orientou a equipa Num 3-4-3. Na defesa, destacou-se a estreia nesta temporada de José Marsà, a ocupar uma posição central, no lugar habitualmente ocupado por Coates, lesionado.
O treinador leonino não contou igualmente com Pedro Porro, também de baixa por lesão, e o lugar na lateral direita foi ocupado por Esgaio.
Voltou à titularidade Paulinho, completamente recuperado, num tridente poderoso com Trincão e Pote, que teve muito espaço e iniciativa de jogo.
Como é hábito, os três da frente trocaram entre eles frequentemente, também para não dar pontos de referências à defesa gilista.
Trincão, sobretudo, trocou por vezes com Ricardo Esgaio, posicionando-se, quando oportuno, mais centralmente, e deixando o corredor direito nas mãos do companheiro de equipa.
O apoio do meio-campo leonino foi fundamental para fazer funcionar o mecanismo das transições, sobretudo nas laterais, ponto fraco da defesa gilista, que se deixou superar demasiado facilmente por parte dos jogadores do Sporting CP.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Adán (5)
Gonçalo Inácio (7)
Marsà (6)
Matheus Reis (6)
Esgaio (7)
Ugarte (6)
Morita (8)
Nuno Santos (8)
Pedro Gonçalves (7)
Paulinho (6)
Trincão (7)
SUBS UTILIZADOS
Edwards (5)
St. Juste (5)
Alexandropoulos (6)
Rochinha (7)
ANÁLISE TÁTICA – GIL VICENTE FC
Ivo Vieira apostou num 4-2-3-1, que muito rapidamente transformou-se num 5-4-1, devido à pressão do Sporting CP desde o início do encontro, escolha que de facto traduziu-se num jogo muito confuso por parte do Gil Vicente FC.
Rúben Fernandes foi o quinto defesa, num jogo em que quase todos os jogadores pareciam não encontrar a posição ideal em frente da baliza.
Apesar da superioridade numérica da defesa gilista, o Sporting CP conseguiu facilmente rasgá-la em várias ocasiões, anulando desde logo as possíveis incursões na lateral esquerda de Marín, que quase não existiram.
A escolha deste sistema de jogo influenciou também a prestação do resto da equipa, que dificilmente conseguia roubar bola aos adversários, e ainda menos apoiar Fran Navarro, deixado-o completamente sozinho na linha da frente.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Andrew (4)
Lucas Cunha (4)
Tomás Araújo (5)
Adrían Marín (4)
Danilo Veiga (5)
Vítor Carvalho (5)
Rúben Fernandes (4)
Fujimoto (4)
Murilo (4)
Kevin Villodres (4)
Fran Navarro (6)
SUBS UTILIZADOS
Boselli (5)
Santana (6)
BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
Gil Vicente FC
BnR: Mister, boa noite. Hoje, a sua equipa pareceu estar em campo de uma forma um pouco confusa, como se os jogadores não encontrassem a própria posição. Acha que a sua escolha tática influenciou bastante o rendimento e, consequentemente, o resultado?
Ivo Vieira: Na primeira parte, não estivemos praticamente em jogo, e admito que a responsabilidade foi exclusivamente minha. Tinha pensado este jogo de uma forma diferente, queríamos dar profundidade com os laterais e anular o jogo exterior do Sporting CP, por isso optamos para jogar com uma linha de cinco quando estávamos sem bola. Não conseguimos anular o jogo do Sporting CP, nem quando tivemos bola conseguimos dar continuidade ao processo ofensivo. Não conseguimos projetar os nossos laterais e, como já disse, a estratégia não foi bem montada. Na segunda parte, estivemos ligeiramente melhor, conseguimos discutir no mínimo o jogo, mas também não conseguimos estar em cima do Sporting CP.
Sporting CP
BnR: Mister, boa noite e parabéns pela vitória. A escolha do Paulinho como titular foi mesmo só de natureza tática, ou foi uma estratégia também para poupar Edwards, tendo em vista a Liga dos Campeões?
Ruben Amorim: Os que jogaram hoje foram os que tinham de jogar, sobretudo porque estiveram muito bem na fase de preparação da partida. Num clube como o nosso, não podemos pensar que há jogos de borla e, para nós, o campeonato é a nossa competição principal, portanto, tento meter em campo a melhor formação possível.
Não tinha a ideia de poupar o Marcus [Edwards], simplesmente avaliei as caraterísticas do Gil Vicente FC e o andamento dos treinos durante a semana. Escolhi o Paulinho pelas caraterísticas dele e correu muito bem.
Artigo revisto por Gonçalo Tristão Santos