Sporting CP 2-0 FC Paços de Ferreira: Por caminhos acidentados, comboio leonino chega à vitória

    A CRÓNICA: TRÊS PONTOS ASSEGURADOS PARA O SPORTING CP EM NOITE SUADA DE DIFICULDADES

    A primeira de sete finais. É com esta mentalidade habitual que o Sporting CP venceu o FC Paços de Ferreira por 2-0, aumentando a série invicta na Liga Portuguesa (9J).

    Até à vitória, o itinerário do comboio leonino foi forçado a várias paragens e obstáculos. Para começar, as dificuldades na ligação de setores e na construção (mérito pacense). Teria de ser Sebastián Coates a desmarcar Paulinho de forma sublime, no qual este recebe, finta  o guarda-redes e cai dentro de área. Grande penalidade assinalada e, aos 20´, o golo entra no comboio (1-0 de Pablo Sarabia). Até ao intervalo, manteve-se o mesmo cenário com uma ligeira melhoria verde e branca.

    Na segunda parte, a ficha de jogo mudou por completo. Começámos por ver uma ótima entrada do FC Paços de Ferreira, dominando a partida. Depois, o Sporting CP voltou a assumir o comando e alterou os seus problemas: passou de ter dificuldades na construção para ter na finalização. Numa maré de desperdícios, Nuno Santos contraria a corrente e aumenta a vantagem leonina para 2-0.

    Entretanto, a equipa do Paços de Ferreira estava inexistente na partida: cansada, desinspirada e fragmentada sem conseguir impor o seu jogo. Neste seguimento, o comboio leonino chega ao seu destino: vitória por 2-0 frente ao FC Paços de Ferreira.

    A FIGURA

    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Nuno Santos – Que belíssima exibição do extremo português. No decurso da partida, explorou várias vezes o espaço nas costas da defesa, foi importante na construção (dois passes-chave e 91% de eficácia de passe), marcou golo e ainda ajudou no capítulo defensivo (três interceções, um corte e dois alívios de bola). Noite muito positiva.

     

    O FORA DE JOGO

    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Últimos 30 minutos do FC Paços Ferreira – Talvez por quebra de cansaço ou crescimento leonino. Talvez até pelos dois. Mas a verdade é que houve uma clara diferença de partes do Paços de Ferreira (de um modo geral): no primeiro tempo, provocou dificuldades ao Sporting e esteve competente defensivamente; e no segundo, começou muito bem, mas nos últimos 30 minutos esteve inexistente no processo ofensivo e demonstrou um coletivo fragmentado com vários erros defensivos.

     

    ANÁLISE TÁTICA – SPORTING CP

    Na 28ª jornada da Liga Portuguesa, o Sporting CP não surpreendeu no sistema tático: 3-4-2-1/3-4-3 com João Palhinha a regressar à titularidade. Manteve também as mesmas rotinas: saem a jogar numa dinâmica de três centrais, Matheus Nunes (condutor de bola) e João Palhinha (tarefas mais defensivas) ocuparam o corredor central, Pedro Porro (algo apagado) e Nuno Santos (a explorar o espaço nas costas da defesa) encarregues nas alas e o tridente ofensivo Pedro Gonçalves-Paulinho-Pablo Sarabia.

    Em certos momentos, o Sporting aplicou ainda uma pressão alta à primeira fase de construção pacense e apresentou uma boa reação à perda. Além disso, tal como referido, sentiu-se alguns constrangimentos na conexão de setores e construção ofensiva na primeira parte. Isto porque nos últimos 45 minutos, melhoraram nesse aspeto ainda que pecassem na finalização.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Antonio Adán (6)

    Matheus Reis (7)

    Sebastián Coates (7)

    Gonçalo Inácio (7)

    Nuno Santos (8)

    Matheus Nunes (6)

    João Palhinha (6)

    Pedro Porro (5)

    Pedro Gonçalves (5)

    Pablo Sarabia (7)

    Paulinho (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Manuel Ugarte (7)

    Marcus Edwards (6)

    Ricardo Esgaio (5)

    Islam Slimani (5)

    Daniel Bragança (x)

     

    ANÁLISE TÁTICA – FC PAÇOS FERREIRA

    Em novo reencontro com Rúben Amorim, César Peixoto organizou a sua equipa num 5-4-1 que teve por base a proteção do jogo interior e a consequente limitação construtiva do Sporting CP, convidando o adversário a explorar os corredores laterais. Já a linha defensivos de cinco elementos procurava controlar a largura e anular a ofensiva leonina.

    Na segunda parte, entrou muito bem mas acabou por perder rendimento, revelando um conjunto fragmentado sem muitas esperanças, dando por completo o domínio de jogo ao Sporting CP.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    André Ferreira (6)

    Uilton (6)

    Vitorino Antunes (6)

    Nuno Lima (6)

    Marco Baixinho (7)

    Juan Delgado (7)

    Rui Pires (6)

    Nuno Santos (6)

    Nicolás Gaitán (4)

    Hélder Ferreira (5)

    Adrián Butzke (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Matchoi Djaló (6)

    Lucas Silva (4)

    Edmilson Mendes (5)

    Mohamed Diaby (7)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    Sporting CP 

    Não foram colocadas questões ao treinador do Sporting CP, Rúben Amorim

    FC Paços Ferreira

    BnR: Boa noite, mister. Na primeira parte, conseguiu proteger o jogo interior através de uma dinâmica de 5-4-1 o que provocou dificuldades ao Sporting e ainda conseguiu chegar à baliza adversária. Começou bem a segunda parte, mas não foi tão feliz nos últimos 30 minutos. Considera que o cansaço teve forte influência na quebra de rendimento da equipa, tanto a nível ofensivo como defensivo.

    César Peixoto: Boa leitura tática. Foi exatamente isso que fizemos na primeira parte: proteger o jogo interior. Na segunda parte, estivemos muito bem nos primeiros 20 minutos e sim, depois o Sporting CP foi rodando a equipa. Olhou para o banco onde tem outras soluções e acrescentou frescura ao seu jogo.

    Na parte final, a nossa equipa caiu um pouco fisicamente mas não estraga o que de bem fizemos. Ou seja, foi uma equipa sempre muito organizada que tentou arriscar, muitas vezes pressionar alto e ficar quase de homem a homem atrás porque queríamos muito criar problemas e “chatear” o Sporting. Penso que fizemos um bom jogo.

    No final da segunda parte, o Sporting teve mais oportunidades e iniciativa o que é natural também, mas não estraga o grande jogo que fizemos aqui e o orgulho que eu tenho nos meus jogadores.

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    Diogo Lagos Reis
    Diogo Lagos Reishttp://www.bolanarede.pt
    Desde pequeno que o desporto lhe corre nas veias. Foi jogador de futsal, futebol e mais tarde tornou-se um dos poucos atletas de Futebol Freestyle, alcançando oficialmente o Top 8 de Portugal. Depois de ter estudado na Universidade Católica e tirado mestrado em Barcelona, o Diogo está a seguir uma carreira na área do jornalismo desportivo, sendo o futebol a sua verdadeira paixão.