Sporting CP 2-1 CD Santa Clara: Coates a escrever direito por linhas tortas

    A CRÓNICA: UM SPORTING CP ALGO ADORMECIDO QUASE TROPEÇOU ESTA NOITE

    O duelo começou bem animado, com um CD Santa Clara a fazer jus às promessas do técnico Daniel Ramos. Os açorianos começaram a mostrar desde cedo que não vinham a Alvalade para conceder facilitismos. Uma pressão alta logo na primeira fase de construção acabou por “anular” a equipa leonina e, assim, o Sporting CP estava a ter muitas dificuldades para ligar o seu jogo. Podia ver-se um Santa Clara bem posicionado e a conseguir jogar sobretudo no seu meio-campo ofensivo. O conjunto de Daniel Ramos estava a condicionar de tal forma o Sporting, que os da casa não tinham feito nenhum remate nos primeiros 20 minutos.

    Conta corrente, e porque o futebol tem destas coisas, aos 22 minutos o Sporting marca por intermédio de Pedro Gonçalves depois de uma recuperação de João Mário e um passe de encher o olho de Tabata. Aplausos para a eficiência leonina que em apenas um remate consegue descomplicar (pelo menos por enquanto) um duelo que parecia nunca mais conseguir “desamarrar”. O resto da primeira parte acabou por ter menos intensidade do que os minutos iniciais. Os açorianos sentiram muito o golo, mas, ainda assim, o Sporting não conseguiu dominar o adversário. Teve mais posse de bola, sim, mas sem conseguir criar grande perigo. O resto da primeiro tempo foi então mais apagado e menos interessante, principalmente quando comparado com a fase inicial do duelo.

    O Santa Clara entra melhor novamente à semelhança do que aconteceu anteriormente. Conseguiu mais cantos e chegar mais vezes à área adversária. Só não estava a conseguir mesmo era marcar golo. Continuou com a pressão alta sob o portador da bola, o que levou ao leões a perderem a posse muitas vezes na saída e a jogarem muito longe da área do Santa Clara.

    Esta postura dos açorianos acabou por dar frutos e repor alguma justiça no resultado. O Santa Clara acabou por chegar ao golo por Rui Costa aos 84′. Aí, o Sporting começou a tentar impor-se mais no jogo, mas sem muito tempo para emendar o resultado que, verdade seja dita, se pôs a jeito para retirar daqui esta noite. Mas a “estrelinha” acabou por aparecer novamente para os comandados de Rúben Amorim. A sorte procura-se, é certo, mas hoje o Sporting voltou a ser feliz ao cair do pano em Alvalade.

     

    A FIGURA

    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Estrelinha do Sporting – Há mesmo estrelinha neste Sporting. E trabalho também, claro. Não é para desvalorizar o que se tem feito em Alvalade, mas a verdade é que este fator é importante para qualquer equipa que aspira ser campeã em Portugal e o Sporting tem saboreado muito disso.

     

    O FORA DE JOGO

    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Saída de bola do Sporting – Houve muitas dificuldades para o Sporting sair a jogar esta noite. Muito por culpa da pressão alta do adversário, mas também por alguma passividade por parte dos leões esta noite. À semelhança do que se sentiu na semana passada no Clássico, os comandados de Rúben Amorim acabaram por mostrar algumas debilidades quando há pressão alta logo na primeira fase de construção.

     

    ANÁLISE TÁTICA – SPORTING CP

    A equipa de Rúben Amorim apresentou-se esta noite em Alvalade com duas novidades: Tabata ocupa o lugar de Nuno Santos e Matheus Nunes vai render o lesionado Pedro Porro na ala direita, uma posição onde já jogou na Prova Rainha.

    O Sporting apresentou-se num 3-4-3 e apesar de não ter controlado a partida desde início, há que dar nota de um estilo muito caraterístico deste conjunto de Rúben Amorim. O Sporting não estava a controlar o duelo, quem o estava a fazer até ao golo de Pote era mesmo a equipa adversária. Não obstante, fica a evidência desta tendência leonina: o Sporting não procura o controlo total do jogo através da posse de bola. Aliás, são várias as vezes em que os leões procuram um golo através de rasgos e que sobretudo aposta na transição. Uma estratégia que tem sido eficaz e, hoje, o tento foi prova disso mesmo. O Sporting não estava a saber reagir à elevada pressão no portador da bola que o conjunto do Santa Clara estava a exercer. Graças a isto, houve muita dificuldade na saída e um jogo essencialmente disputado longe da área adversária.

     

    11 INICIAIS E PONTUAÇÕES

    Adán (6)

    Feddal (6)

    Coates (8)

    Nuno Mendes (5)

    Palhinha (6)

    Tabata (6)

    Matheus Nunes (5)

    João Mário (7)

    Tiago Tomás (5)

    Pedro Gonçalves (5)

    Gonçalo Inácio (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Matheus Reis (5)

    Daniel Bragança (6)

    Nuno Santos (5)

    Jovane Cabral (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – CD SANTA CLARA 

    Do lado do CD Santa Clara apresenta uma novidade em relação ao último onze. Ainda assim, já esperada. Rafael Ramos volta ao onze inicial depois de ter estado castigado no último encontro e os açorianos voltam assim àquele que pode ser considerado atualmente o seu melhor onze.

    O Santa Clara apresentou-se como uma equipa muito bem encaixada e a jogar olhos nos olhos frente ao líder do campeonato nos minutos iniciais. Havia pressão alta logo na primeira fase de construção leonina, o que dificultou a tarefa aos comandados de Amorim que, até certa altura, não conseguiram chegar ao último terço do campo. Depois do tento sofrido, os comandados de Daniel Ramos caíram de rendimento. Começaram a perder muitas bolas no último passe e acabaram por permitir mais iniciativa (ainda que tímida) aos leões. Uma postura que acabou por inverter novamente no segundo tempo. Houve mais Santa Clara na segunda parte: voltou a haver uma maior pressão logo na primeira linha de construção e isso condicionou a criação leonina que não estava a conseguir avançar no terreno.

     

    11 INICIAIS E PONTUAÇÕES

    Marco (6)

    Ramos (5)

    Mikel Villanueva (4)

    Fábio Cardoso (4)

    Mansur (5)

    Allano (5)

    LincoIn (6)

    Carlos Jr. (5)

    Cryzan (4)

    Morita (6)

    Anderson Carvalho (5)

    SUBS UTILIZADOS 

    Rui Costa (7)

    Jean Patric (-)

    Nené (-)

    João Afonso (-)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    Sporting CP

    BnR: Houve sempre um homem do Santa Clara a “cair” no portador da bola desde logo na primeira fase de construção. Sente que esta pode ter sido a principal dificuldade, em responder à pressão alta, à semelhança daquilo que aconteceu no clássico da semana passada?

    Rúben Amorim: Houve, por exemplo, muitos pontapés de baliza que, enquanto a bola estava no Ádan e nós a sair a jogar e quando conseguíamos fazer quatro passes e tirávamos da zona de pressão, aí o Santa Clara baixava as suas linhas. Eu lembro-me de algumas vezes em que lançámos na profundidade em alturas em que não tínhamos pressão nenhuma. E temos que aprender esses timings. Temos de aprender também a capacidade de ficar com a bola. Houve uma ou outra vez em que podíamos ter saído com outra qualidade. Agora, mais uma vez, as equipas são muito bem treinadas. Relembrar que somos a melhor defesa e o segundo melhor ataque, estamos invitos. É porque estamos a fazer alguma coisa bem, mas temos pontos a melhorar obviamente.

    CD Santa Clara

    BnR: O Santa Clara estava muito bem. O Sporting, contra a maré, chega à vantagem. Como compor uma equipa que acaba por se ver a perder contra um adversário que no primeiro remate acaba por fazer golo. Queria perguntar também o que disse aos jogadores ao intervalo, sendo que o Santa Clara cai de rendimento depois de sofrer e no regresso aos balneários volta a melhorar a performance?

    Daniel Ramos: A melhor equipa em campo foi o Santa Clara, sem dúvidas. Saímos com qualidade, tínhamos a pressão alta. Conseguimos impor a nossa ideia de jogo ofensiva. O golo surge de um erro e acaba por ficar em vantagem. Até ao final da primeira parte, não fomos tão consistente. Não conseguimos controlar.

    Depois, fizemos uma segunda parte fantástica. Criámos bem no jogo, não nos limitámos a ter uma posse limitada. Foi nessa crença e nesse trabalho que chegámos ao empate. Depois o lance do segundo golo que não devia ter acontecido. Podíamos ter vencido o jogo, mas perdemos. Faz parte do processo. O que me alegra imenso é que arriscámos hoje. E são períodos como os de hoje que nos fazem olhar de uma forma mais fria. Vale a pena correr o risco como o de hoje, porque aí as situações de sucesso serão maiores do que as de insucesso.

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    Inês Marques Santos
    Inês Marques Santoshttp://www.bolanarede.pt
    A Inês é licenciada em Jornalismo. A experiência do Bola na Rede veio juntar duas coisas de que gosta de fazer: escrever e ver futebol. Desde nova que quer entrar no mundo do jornalismo desportivo e espera um dia conseguir marcar o seu lugar no mesmo.