A guerra da informação no futebol está ao rubro. Está como nunca esteve, e promete não ficar por aqui.
Nesta, como em todas as guerras, existem baixas “civis”, decisões difíceis de tomar, mas necessárias, pessoas sem escrúpulos a usar toda e qualquer estratégia para ganhar vantagem sobre o adversário: negociações, espionagem, e muito, mas muito jogo sujo. Muitas destas vertentes, se não todas, já se verificaram e continuarão a observar neste “bate-boca” que enche diariamente as várias emissões e publicações jornalísticas. E não podem, por isto, culpar apenas uma pessoa, uma classe, ou apenas uma instituição. Todos têm culpa e, no entanto, essa irá morrer solteira. Ninguém vai assumir que a certa altura também errou, e contribuiu para este ruído que destrói a imagem do futebol em Portugal.
Já vimos directores de comunicação contra directores de comunicação, esses contra dirigentes, jornalistas contra dirigentes e até o oposto: órgãos de comunicação a tomarem partido sem se preocuparem minimamente com uma tal de “isenção” que deveria fazer parte da sua ética deontológica. A comunicação de um clube não deveria ter como principal função defender a sua instituição de ataques exteriores e enviar ataque reactivos. Deveria sim servir de meio de informação e promoção para os adeptos e sócios, e “vender” a melhor imagem institucional para que potenciais sócios, adeptos e patrocinadores se sintam atraídos.
Por exemplo, este departamento, no meu clube, se não estivesse tão concentrado nas guerras em que se tem mantido, poderia ter mais tempo para, em conjunto com as equipas de marketing, encontrar uma boa opção para levar mais famílias, não apenas ao futebol, mas a participar nos tais “dias de Sporting”, sendo que, neste momento, para eu levar a minha família (apenas o meu agregado) a participar a um desses eventos teria que gastar uns bons cem euros (isto com apenas um jogo de futebol e um de futsal; e isto a preços de sócio). Bem sei que a alguns não custa dá-los, e a mim também não, mas como tenho outras responsabilidades, e bocas para alimentar, já penso duas vezes. (Não digo que não mantenha essas guerras, que muitas vezes lhe são trazidas à porta por outros, mas que não se dedique em exclusivo a isso).
Um presidente deve defender sempre o seu clube, e deve servir o mesmo sempre, mas não deve servir-se dele para se autopromover. Bem sei que outros o fazem, mas não gosto quando o meu presidente o faz, e o mais flagrante foi usar os meios de comunicação e as instalações do clube para comunicar uma parte da sua vida pessoal. Continuo e continuarei a apoiar Bruno de Carvalho pelo excelente trabalho que tem feito pelo nosso clube, que até há pouco tempo se encontrava moribundo desportiva e financeiramente, no entanto apoio-o apenas porque ele está a ajudar o meu clube. Assim que vir que se está a tornar mais um que se está a servir do clube, terá que ter o tratamento que outros ex-presidentes estão a ter neste momento. Terá o meu apoio enquanto servir o clube como o fez até agora.
Um jornalista deve ser isento, e tratar todos os agentes de igual forma. Pelo que, ao pronunciar-se individualmente sobre um presidente de um clube, o deverá fazer também relativamente aos outros que podem até estar implicados em coisas bem mais graves. Se não se pronunciar, então ou está a dar tratamento preferencial, ou está a levar para o campo pessoal, e aí já não é um jornalista ou um profissional, mas apenas alguém parcial que usa canais oficiais, e em posição privilegiada e supostamente isenta, para fazer passar o seu ponto de vista inquinado pelo “ódio” pessoal. Porque, como alguém disse há uns dias, um jornalista não se pode basear em “achismos”, e uma opinião sobre outra pessoa não passa disso mesmo, e aí já não está a ser jornalista, e não se pode proteger atrás do seu profissionalismo e isenção.