Que indícios tem deixado Ugarte?
Manuel Ugarte tem vindo a ser titular na equipa do Sporting CP, desde a lesão muscular que João Palhinha sofreu. O internacional uruguaio foi um dos escolhidos para a dupla no meio-campo no dérbi lisboeta frente ao SL Benfica, e na última jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões, diante do Ajax.
Analisando um pouco a exibição de Ugarte no Estádio da Luz, pode-se afirmar que a forma como entrou pela primeira vez a titular no campeonato foi impactante. O médio esteve em todo o lado, revelando um pulmão incansável, e fez uma grande exibição naquilo que é habitual nos jogos de Palhinha: foi muito agressivo nos duelos, quer no desarme em pé, como nos cortes de carrinho.
🇵🇹 Benfica 🆚 Sporting
A fantástica exibição de Manuel Ugarte 🇺🇾
Nunca um jogador tinha conseguido tantas ações defensivas no meio-campo do Benfica (8) esta temporada#LigaBwin #LigaPortugalBwin #SLBSCP #RatersGonnaRate pic.twitter.com/MLfqrCho7z
— GoalPoint.pt (@_Goalpoint) December 3, 2021
Aliás, o maior elogio que se pode fazer a esta equipa leonina é mesmo o facto de não se ter notado que Coates e Palhinha, dois dos mais importantes jogadores do Sporting CP, estavam de fora do encontro. Este fator é revelador de que, mais uma vez, Ruben Amorim comprova que a tal questão do plantel curto tem sido preponderante para motivar todos os jogadores por igual, mesmo aqueles que não têm somado tantos minutos.
Ugarte é um atleta “feito” para jogar no meio-campo a dois que o treinador português tanto adora. Para além de ser um jogador muito inteligente no posicionamento, a sua agressividade sem bola pode ser ainda mais aplicada porque atrás tem três defesas centrais na cobertura, algo que dá mais liberdade para uma pressão intensa no adversário.
Para além dos aspetos defensivos de que tenho vindo a falar, penso que a vantagem que Ugarte tem a relação a Palhinha é mesmo no momento ofensivo da equipa. O uruguaio tem critério tanto na saída como na condução de bola, podendo também atuar como uma espécie de box-to-box. Aliás, essa foi precisamente a sua função no aquando do jogo da Taça de Portugal, contra o CF “Os Belenenses”, com Daniel Bragança a realizar o papel de 6 mais construtor.
Confesso que não me lembro de ver um meio-campo do Sporting CP com tão boas e diferentes opções: João Palhinha como médio destruidor de jogo, incansável e lutador durante toda a partida; Matheus Nunes como um 8 box-to-box, incrível no desequilíbrio e aceleração que mete no jogo aquando das saídas em transição; Daniel Bragança como o médio perfumado da equipa, mágico na forma como mete a bola onde e quando quer; e Manuel Ugarte, um destruidor com qualidade com bola no pé.
Num cômputo geral, penso que Manuel Ugarte pode ser uma grande mais-valia para este Sporting CP. É um médio bastante completo, tanto defensivamente como no momento atacante, e com os seus apenas 20 anos, tem uma enorme margem de progressão. Cabe-lhe a ele, agora, provar que a monstruosa exibição que realizou na Luz não foi fruto do acaso.