Um Pulitzer para Portugal? Nem que isso fosse possível

    No que toca ao Sporting, Octávio Machado é o novo acontecimento que a imprensa precisava para atacar o seu alvo preferencial, Bruno de Carvalho. Aliás, não é apenas a comunicação social, mas toda a organização do futebol português. Não quero com isto ilibar Octávio Machado, uma vez que não é já a primeira vez que se aproveita desta sede do sensacionalismo dos meios de comunicação para “lavar roupa suja”, mas acontece apenas porque o “palmelense” sabe como funciona, e o que move as instituições que rodeiam o futebol. Foi uma estratégia “win-win”, em que o ex-treinador pôde atacar no que se havia agora tornado um inimigo comum.

    Os ataques a Bruno de Carvalho, e histórias sobre os seus usos e costumes já fizeram mais manchetes que dez apitos dourados ou casos de e-mails.

    Octávio Machado, logo após a saida da estrutura do Sporting CP, decide atacar um alvo que era agora comum Fonte: http://camaroteleonino.blogs.sapo.pt
    Octávio Machado, logo após a saida da estrutura do Sporting CP, decide atacar um alvo que era agora comum
    Fonte: Camarote Leonino

    Tudo isto serve para tentar matar vários coelhos de uma cajadada.  Ou seja, com o ataque ao presidente do Sporting, tentam descredibilizar quem começou a desmascarar o sistema montado (e depois daquela frase do director de comunicação do norte a referir o portátil de Jorge Jesus, poderemos ter ficado a perceber ainda melhor o ataque que este sofreu quando veio para o Sporting),  aproveitado para desviar atenções de assuntos mais graves que se passam no futebol português e que já ninguém duvida existirem, havendo agora a única preocupação de tornar o email uma não prova.  Ou seja, existem, e são verdadeiros como o próprio clube de origem admite e não desmente, mas tenta que não seja possível usar como prova.  Ora isso de pouco importa para o futebol em Portugal.  O que importa é que Bruno de Carvalho é um passarinho, gatinho, e mais umas quantas comparações zoológicas do agricultor de Palmela.

    Aqui está, portanto, o jornalismo que conseguiu, do nada, criar uma guerra entre dois países, a trabalhar para um sistema instalado, e os interesses de quem manda. Depois de tanto trabalho, Pulitzer tem apenas a satisfação de saber que este tipo de jornalista nunca conseguiria ganhar um prémio de jornalismo por si criado.

    E sai um Pulitzer para o jornalismo português? Não, não me parece. Nem que fossemos uma região do país onde esse prémio se atribui.

    Fonte de capa: icebookcream.wordpress.com

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    Nuno Almeida
    Nuno Almeidahttp://www.bolanarede.pt
    Nascido no seio de uma família adepta de um clube rival, criou ligação ao Sporting através de amigos. Ainda que de um meio rural, onde era muito difícil ver jogos ao vivo do clube de coração, e em tempos de menos pujança futebolística, a vontade de ser Sporting foi crescendo, passando a defender com garras e dentes o Sporting Clube de Portugal.