Académico de Viseu 3-0 AD Camacha: Entrada forte garante «oitavos»

    A CRÓNICA: ACADÉMICO GERIU JOGO, CAMACHA MOSTROU FOGACHOS

    O dia dedicado à Quarta Eliminatória da Taça de Portugal começou no Estádio do Fontelo. O Académico de Viseu FC, da Segunda Liga, recebia os insulares da AD Camacha, do Campeonato de Portugal.

    O jogo começou como seria de esperar com os favoritos na eliminatória a estarem mais próximos da baliza adversária e o golo não esperou muito para aparecer. Aos 10’, na sequência de um canto pela direita, André Almeida ganhou no ar ao primeiro poste e finalizou de cabeça.

    Pouco depois foi Pana que na grande área rematou para junto do poste direito para defesa de Fremlin. Este foi um aviso para o 2-0 que viria aos 17’. No corredor direito, perto da grande área, Vítor Bruno surpreendeu e atirou alto diretamente para o fundo da baliza da Camacha.

    A equipa da casa diminuiu o ritmo e os madeirenses chegaram perto da área viseense. Contudo, os visitantes só alvejaram a baliza de por uma vez por Cristiano Gomes, num remate rasteiro fácil para Janota. Já o Académico também teve uma boa oportunidade até ao intervalo em zona frontal, mas Quizera rematou fraco para defesa tranquilo do guardião camaronês.

    Na segunda parte, o Académico voltou novamente com vontade em pegar no jogo e teve duas boas oportunidades uma a seguir à outra.

    Primeiro Yuri Araújo conquistou a bola perto da área adversária e com espaço assistiu para Quizera. O internacional jovem português perdeu tempo de remate e perante a pressão do guarda redes da Camacha devolveu para Yuri Araújo. Com Framelin fora da baliza, o avançado brasileiro rematou, mas Ponte tirou a bola sobre a linha da baliza.

    A seguir, tentativa da Camacha em sair a jogar desde trás com Bonera a perder a bola perante a pressão de Yuri Araújo. O extremo viseense entregou para dentro da grande área para Quizera que no frente a frente a Framelin não conseguiu bater o guardião camaronês.

    À medida que os minutos corriam, a Camacha conseguia sair mais perigosa e conseguiu a sua melhor oportunidade no jogo perto da hora de jogo. O recém entrado Afonso cruzou da direita diretamente para a cabeça de Johnson que obrigou Janota à defesa do jogo.

    Depois o Académico respondeu por Ramirez que rematou para defesa incompleta do guarda redes adversário.

    O ritmo de jogo diminui e só perto do final da partida voltou a existir motivos de interesse. A quatro minutos dos 90, Ott recebeu a bola da direita de Mesquita na grande área e ofereceu a Labila o 3-0, estreando-se a marcar pelo Académico de Viseu.

    Triunfo tranquilo do Académico de Viseu, que assim marca presença nos oitavos de final da Taça de Portugal.

     

    A FIGURA

    Vítor Bruno – O lateral não tem sido muito utilizado, mas aproveitou a partida para se mostrar. Responsável pelas bolas paradas, cobrou o canto que deu origem ao 1-0 e marcou o segundo golo do Académico, num livre que apanhou de surpresa o guarda-redes adversário. de Destaque também para Yuri Araújo que dinamizou bastante o ataque viseense, criando várias situações de desequilíbrio para a defesa madeirense.

     

    O FORA DE JOGO

    Bonera – O defesa da Camacha teve algumas dificuldades, nomeadamente no primeiro golo da equipa adversária em que nem ele nem os seus colegas conseguiram travar André Almeida. Na segunda parte, teve bastante dificuldade nas saídas a jogar desde trás, dando origem a um lance muito perigoso do Académico de Viseu ao perder a bola nas imediações da grande área da Camacha. Foi o primeiro a ser substituído.

     

    ANÁLISE TÁTICA – ACADÉMICO DE VISEU FC

    Com muitas alterações no onze, Jorge Costa apostou no habitual 4x3x3 com Quizera ao centro, Yuri e Ramirez pelos corredores ofensivos. Com muita posse de bola e a jogar muito adiantados no terreno de jogo, os médios Capela e Pana juntaram-se várias vezes ao trio da frente.

    Nas laterais também houve novidades com Mesquita à direita e Vítor Bruno à esquerda e a ficar responsável pela marcação de livres. Como novidade também, mas em posição, Nduwarurgira recuou do meio-campo para o centro da defesa, fazendo dupla com André Almeida. Na segunda parte, o treinador da equipa beirã aproveitou para fazer a gestão do plantel, tirando alguns dos jogadores mais utilizados esta época.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Ricardo Janota (7)

    Vitor Bruno (8)

    Andre Almeida (7)

    Nduwarugira (6)

    Mesquita (6)

    Capela (6)

    Pana (7)

     Quizera (7)

    Silva (6)

    Yuri Araújo (8)

    Ramirez (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Labila (6)

    Milioransa (6)

    Messeguem (5)

    Ott (6)

    Toro (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – AD CAMACHA

    Só com seis opções no banco de suplentes, Christopher Pilar apostou num 4x4x2 que defensivamente se transformava num 5x3x2. Mendy e Johnson compunham o duo móvel ofensivo, enquanto Wellysin que funcionava como lateral esquerdo com a equipa em posse se juntava a Ponte e Bonera.

    A equipa tentou sair a jogar desde trás e passou por dificuldades no início da segunda parte devido a perdas de bola e maus passes com o próprio guarda-redes Framelin a arriscar demasiado com a bola nos pés, embora sem grandes consequências.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Ohoulo Framelin (5)

    Cristiano Gomes (5)

    Wellysin (5)

    Rodrigo Alírio (5)

    Samuka Rodrigues (5)

    Huguinho (5)

    Vieirinha (5)

    Carlos Ponte (6)

    Bonera (4)

     Johnson (5)

    Mendy (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Afonso (6)

    Belo (5)

    Joao Fernandes (5)

     Rudy (-)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    Académico DE Viseu FC

    BnR: A pressão sobre a defesa adversária foi solução para tornar fácil a partida?

    Jorge Costa:   A chave esteve dentro da cabeça dos jogadores. A pressão que nós fizemos é aquilo que o Académico faz ou tenta fazer em todos os jogos. Com as várias mudanças que fizemos hoje, poderia haver aqui alguma dúvida se teríamos ou não capacidade de o fazer.  Como trabalhamos todos os dias há já algum tempo e como esta é a nossa ideia de jogo, conseguimos fazê-lo. Como conseguimos fazê-lo como equipa, simplificámos as coisas para nós e complicamos a vida ao adversário.

     

    AD Camacha

    BnR: A Camacha é uma equipa que sofre poucos golos. A entrada negativa no último jogo para o Campeonato de Portugal frente ao Valadares Gaia com dois golos sofridos logo no início do jogo [empate 2-2], influenciou a confiança para esta partida?

    Christopher Pilar: Sim. O primeiro golo do Valadares também nasce do canto. Infelizmente muitas equipas aproveitam as bolas paradas bem trabalhadas e nós também tentamos aproveitar. A bola parada é uma forma crucial para desbloquear o jogo hoje em dia.

    Aconteceu-nos o mesmo aqui em Viseu. O primeiro golo ocorreu mais ou menos na mesma altura do jogo. É norma que uma equipa que entra no jogo a frio e sofre um revés destes acaba por sentir dificuldades nesse momento.

    Nós somos uma equipa que sofre poucos golos ou sofríamos até então porque eu também passo essa mensagem aos atletas. Eu não gostava de ver a bola na rede ou a rede a abanar como guarda-redes que fui. Essa é a mensagem que passo para a minha equipa: uma equipa com as linhas juntas e coesas sem deixarmos dar grandes oportunidades de golo ao adversário. Só que os golos aparecem e há que saber dar a volta à situação. Foi o que fizemos na semana passada.

    Demos 45 minutos de avanço ao adversário. Neste jogo voltamos a fazer exatamente o mesmo, mas esta é uma aprendizagem e agora é voltar a entrar nos eixos. Trabalhar novamente a situação de não sofrer golos e fazer sempre mais golos do que o adversário para poder ganhar.

    BnR: Como gerir este maior desgaste das viagens que os jogadores da Camacha têm de fazer relativamente aos adversários do Continente? O facto de só ter seis jogadores no banco de suplentes está relacionado com este maior desgaste?

    Christopher Pilar [técnico principal]: Relativamente às viagens, infelizmente nós já solicitámos um esclarecimento à Federação Portuguesa de Futebol para tentar saber o motivo por que jogamos na Série A na zona Norte do Campeonato de Portugal porque temos muito menos viagens do Porto para a Madeira do que de Lisboa para a Madeira. Já com as equipas dos Açores, na Série Sul, acontece o mesmo: têm mais viagens do Porto para os Açores do que de Lisboa para os Açores. Andamos aqui a trocarmo-nos uns aos outros, ou seja, uns vão para cá outros vão para lá.

    Muitas vezes somos obrigados a fazer escalas em Lisboa, como nos aconteceu ontem para vir para Viseu, ou seja, Madeira – Lisboa, Lisboa-Porto e depois jantamos pelo caminho e chegamos ao hotel já ao final da noite. Tem sido frequentemente feito dessa forma. É desgastante para o atleta, para a equipa técnica e para a direção.

    Não podemos mostrar aos jogadores que existe desgaste físico devido á questão das viagens. Temos de entrar na cabeça dos jogadores, fazer ver que as condições ao nosso dispor são estas. A Camacha disponibiliza-nos excelentes condições de treinos. Viajamos sempre a tempo e horas. Temos excelentes hotéis, comemos bem. Nós trabalhamos de forma profissional independentemente da viagem.

    Agora claro que depois, no meio disto tudo, se reflete no jogo e isto tem acontecido muitas vezes quando jogamos fora de casa, mas isto não pode ser um handicap para as aspirações da Camacha. Nós só evoluímos trabalhando na dificuldade. Se fosse muito fácil, também não estaria aqui. Só crescemos procurando sempre retificar uma ou outra situação para poder melhorar.

    Em relação aos suplentes, é mais um handicap que nós temos. No entanto, não pode ser também um problema. Nós temos de superar também isso que é verdade que nós temos um plantel curto e temos algumas lesões desde o início da época.

    Posso dar um exemplo claro: nós contratámos um jogador numa segunda-feira, na terça a seguir os ligamentos cruzados foram ao ar. O jogador já estava inscrito e perdemos logo aí um atleta. Nós não abandonamos o jogador, como podem pensar de muitas equipas de nível mais baixo. Nós não o fizemos isso. Continuamos a trabalhar com ele e a ajudá-lo naquilo que necessita. Por outro lado, isto limita-nos também em ter mais um elemento numa posição especifica que nos está aqui a falta que é no meio-campo. Daí por termos três ou quatro lesões graves no joelho, limita-nos no banco.

    Depois também não é só isso porque o nosso Governo Regional só comparticipa com 17 ou 18 viagens. Limita-nos também porque depois o resto é suportado pelo clube que também não abunda de dinheiro.

    Temos de conseguir dar à volta à situação, seja na Taça de Portugal, seja no Campeonato, seja onde for. Compete à equipa técnica e à direção tentar arranjar soluções. O que nós temos é um conjunto de 18 jogadores para levar e para viajar e vamos em frente com tudo para poder dar a sequência aos bons resultados que temos tido ao longo da época.

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    Pedro Filipe Silva
    Pedro Filipe Silvahttp://www.bolanarede.pt
    Curioso em múltiplas áreas, o desporto não podia escapar do seu campo de interesses. O seu desporto favorito é o futebol, mas desde miúdo, passava as tardes de domingo a ver jogos de basquetebol, andebol, futsal e hóquei nacionais.