Académico Viseu FC 1-3 UD Leiria: Leirienses controlaram destino  

    A CRÓNICA: MAIOR OBJETIVIDADE DEFINIU RUMO DA ELIMINATÓRIA

    Depois da pausa para os compromissos das seleções, Académico Viseu FC e União Desportiva de Leiria vinham, para a terceira eliminatória da Taça de Portugal, com objetivo de inverter o rumo depois do desaire que ambas tiveram na última jornada da Segunda Liga. Ambas traziam seis novidades no onze.

    O Leiria começou por assumir as rédeas do jogo, ao tentar manter o controlo da bola e a subir as linhas. Com pressão alta, a formação da cidade do Lis quase aproveitou para marcar, na sequência de uma desatenção na reposição de bola do guarda redes Mbaye. No entanto, a equipa da casa foi a primeira a visar a baliza, por Yuri Araújo, aos 17′, para defesa segura de Fábio Ferreira.

    Os visitantes conseguiram trocar melhor a boa e através de um cruzamento pela esquerda em que Empis meteu a bola em arco para a cabeça de Lucho que fez o 1-0 para os visitantes, aos 22′.

    A partir daí, desacerto total dos viseenses. Os anfitriões demonstraram a falta de ideias na construção de jogo e com o adversário a explorar o ponto fraco de Mbaye nos remates de longe.

    O Leiria acabaria mesmo por chegar ao segundo golo, antes do intervalo, no tempo de compensação. Num canto à esquerda batido por Leandro Silva, Baixinho saltou alto e de costas para a baliza desviou para o fundo da baliza viseense.

    No segundo tempo, o treinador dos beirões, Vítor Martins, fez entrar Quizera e Simonsen para dar outra dinâmica à equipa. Perante um Leiria com menos iniciativa atacante, o Académico tentava através de bolas paradas e de remates de longe incomodar Fábio Ferreira. Só aos 75′, houve um desequilíbrio criado pela equipa da casa, por Quizera, no 1×1, que anunciaria o seu golo, três minutos depois, num remate rasteiro de meia distância.

    Só que as esperanças dos anfitriões duraram apenas até aos 82′. Novamente criado a partir do lado esquerdo do ataque leiriense, Bryan Rochez recebeu a bola no coração da área para estabelecer o resultado final e mostrar as fragilidades defensivas do Académico, sem Arthur Chaves.

    O Académico sai assim de forma precoce da Taça de Portugal, depois de ter chegado aos quartos de final na última temporada. Já o Leiria segue para a quarta eliminatória da Prova Rainha nacional e já fez mais do que na anterior edição, onde ficou pela segunda ronda. No regresso da Segunda Liga, já no próximo fim de semana, os viseenses recebem o Nacional, enquanto a União Leiria vai a Oliveira de Azeméis defrontar a formação local.

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    BnR:  A equipa explorou os remates de meia distância e as bolas paradas, mas teve dificuldade em fazer chegar à bola à grande área, exceto nos últimos minutos do jogo.  O que faltou para tal?

    Vítor Martins [treinador principal do Académico Viseu FC]: De alguma forma, tentámos chegar, ou de forma muito acelerada, ou depois com intenções um bocadinho defraudadas porque a bola passava pelos centrais e tentávamos meter a bola em profundidade e depois não saía nada.

    Não conseguíamos chegar realmente. Na última oportunidade, ao fechar as jogadas, sobretudo na primeira parte, acho que é muito claro e tínhamos jogadores posicionados bem pelo meio para conseguir abrir aqueles espaços e não o conseguimos fazer. Por outro lado, com o desposicionamento que nós íamos fazendo, quando isso acontecia, nós tínhamos as tais ligações.

    Depois, na segunda parte, fomos tendo oportunidade em cima de oportunidades para criar ainda mais lances de perigos, mais remates e não conseguimos.

    Mesmo assim, temos algumas. O Clóvis faz a jogada ao lado do Yuri e aparece isolado. Temos algumas muito claras que não conseguimos aproveitar. É algo que aconteceu desde o primeiro jogo, com o Vilaverdense. Tem acontecido, de alguma forma, a tal ineficácia. Usando o slogan, falta a bola na rede.

    BnR:  As seis alterações no onze do UD Leiria surpreenderam-no? De que forma prejudicaram a estratégia inicial do Académico no jogo?

    Vítor Martins: Não, em nada fomos surpreendidos. É um treinador com quem estamos a fazer carreira lado a lado e conheço bem o Vasco Botelho [da Costa]. Depois do que aconteceu nos últimos jogos do Leiria, contava com uma alteração.

    Não vou estar a dizer que contava e que sabia quais as peças em que ia mexer, mas adivinhava que iam jogar com uma linha [defensiva] de cinco e preparamos assim. Daí, o Steven Petkov e o Clóvis estarem no onze inicial.

    BnR: O UD Leiria criou os três golos do lado esquerdo do ataque. Este corredor foi mais explorado durante o jogo, tendo em conta as características do Académico Viseu?

    Vasco Botelho da Costa [treinador principal da UD Leiria]: Nós sabíamos que a equipa do Viseu basculhava muito a pressão e a equipa para o lado da bola. Portanto, tínhamos de ser mais rápidos do lado contrário e penso que foram esses os momentos onde nós conseguimos ser mais desequilibradores.

    Acabou por ser sempre a nossa saída mais pela direita para depois chegar rapidamente à esquerda. Acabou por funcionar bem, mas nós sabíamos que tínhamos de ser muito fortes do lado contrário e no corredor lateral. Independentemente de ser o direito ou o esquerdo é algo que tínhamos trabalhado e onde vimos que podíamos ferir o nosso adversário. 

    BnR: Depois do último jogo ter sido há cerca de duas semanas, promoveu seis alterações no onze. Quais foram os motivos?

    Vasco Botelho da Costa: Quem acompanha a equipa do União Leiria, sabe que nós somos muito estratégicos. Portanto, de um jogo para o outro, costumamos sempre fazer algumas alterações porque pensamos muito no jogo, do ponto de vista daquilo que identificamos no nosso adversário e daquilo que são as características dos nossos atletas.

    Mas a pausa acabou por ser muito positiva, principalmente para recuperar gente que tínhamos fora por lesão. A nossa intermitência em excesso, digamos assim, nas nossas opções tem também sido fruto dessas situações que acabam por ser normais nas épocas das equipas.

    Fundamentalmente, serviu para recuperar a maior parte dos jogadores que tínhamos de fora. Portanto, também foi mais por aí, sentimos que quem voltou já estava em condições de ajudar a equipa. Não há outra razão especial que não essa.

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    Pedro Filipe Silva
    Pedro Filipe Silvahttp://www.bolanarede.pt
    Curioso em múltiplas áreas, o desporto não podia escapar do seu campo de interesses. O seu desporto favorito é o futebol, mas desde miúdo, passava as tardes de domingo a ver jogos de basquetebol, andebol, futsal e hóquei nacionais.