A selecção nacional de sub-20 de Hóquei em Patins sagrou-se tetra campeã europeia. Em prova estavam também as selecções da Alemanha, de Andorra, da França, da Itália, da Suíça, da Inglaterra e da Espanha. Quem dispensou umas horas do seu serão para ver esta geração de um desporto que tantos sorrisos tem dado a Portugal certamente não se arrependeu. Desde o primeiro ao último embate, os jovens lusos foram brilhantes e imparáveis. A final foi frente aos nuestros hermanos de Espanha, e o caneco estava e permaneceu em solo português.
João Campelo e Miguel Vieira são dois dos campeões nacionais deste ano e partilharam detalhes das suas vidas sobre rodas.
João Campelo fez um bis frente à Alemanha
“Comecei a jogar Hóquei na equipa de Paço de Arcos, muito por influência do meu pai, que era também jogador”, relembra João Campelo. Para ele, o Hóquei, que começou por ser uma herança familiar, tornou-se rapidamente numa paixão; paixão essa que cresceu em cada clube por onde passou. “Joguei também na equipa da escola Stuart Carvalhais (em Massamá), no SL Benfica e no Sporting CP, onde estou agora”, acrescenta. Já soma um conjunto de clubes com diferentes dimensões mas garante que a sua entrega física e moral não tem cor, assegurando que dá sempre o seu melhor independentemente do símbolo que esteja a representar. “Em todos os jogos há pressão e há muita vontade de ganhar e de fazer um bom trabalho, mas, como é evidente, nos clubes maiores a camisola pode pesar mais, contudo, tento abstrair-me desses factores e concentrar-me em dar o máximo de mim mesmo”, afirma. Esteve nas formações de dois clubes rivais directos e admite que o dérbi é sempre um jogo especial, particularmente porque é o reencontro com os ex colegas, porém, realça que “as emoções ficam sempre fora de campo” e que “não haverá qualquer tipo de sentimento de vingança”.
Dois golos no jogo contra a Alemanha foram da autoria do camisola 7, mas o auge pessoal no Europeu foi a vitória na final. “Todos os momentos deste Europeu foram especiais e vão ficar na minha memória, mas foi no fim do jogo contra a Espanha que vi todo o trabalho árduo da equipa ser recompensado”, recorda, nostálgico.
Miguel Vieira marcou o golo no empate na final frente à Espanha
“Comecei a patinar com cinco anos por influência de um primo, e o meu primeiro clube foi o Barcelinhos”, recorda Miguel Vieira. Já vestiu diferentes camisolas, tendo passado pelo Braga e pelo Barcelos, clube actual, mas o que nunca muda é o seu maior apoio, o pai. O Europeu teve lugar em Valongo e, para o camisola 4, jogar “duplamente” em casa é mais uma vantagem do que um desafio acrescido. “Apesar de toda a pressão que sentimos ao jogar em Portugal e em frente aos nossos adeptos, sabemos que temos o apoio incondicional deles e que acreditam em nós. Com o passar dos jogos esta pressão transforma-se em motivação”, garante.
O Europeu foi uma semana intensa com jogos todos os dias, o que exigiu uma boa gestão das vitórias de jogo para jogo, tarefa que, por vezes, pode ser complicada. Contudo, Miguel diz que a equipa portuguesa soube ganhar e soube regular a confiança que ia adquirindo. Depois de a Espanha estar a ganhar por 1-0 à equipa lusa, foi Miguel Vieira quem fez acreditar na vitória com o golo do empate, golo com “sabor especial” para o jogador, principalmente quando se tem “um pavilhão cheio a torcer por Portugal”. Quando lhe pedi que descrevesse o momento, este disse que ficou “sem palavras”.
Depois de ser campeão e de ter marcado presença em três campeonatos da Europa, olha para o futuro com a certeza de que quer evoluir no clube actual, OC Barcelos, e atingir os objectivos traçados pela equipa. Sublinha o desejo que tem em continuar a jogar com a camisola das Quinas e conclui afirmando que não gosta de pensar a longo prazo porque acredita que o seu futuro é consequência do seu trabalho.
Curiosamente, quando questionados acerca da figura que, para eles, representa actualmente o Hóquei em Portugal, ambos disseram “Hélder Nunes”. “É um jogador jovem mas com muita maturidade”, diz o primeiro. “É um exemplo para qualquer um”, remata o segundo. Em poucas palavras adjectivam, em sintonia, o enorme talento do colega e sonham, um dia, estar também nas luzes da ribalta. Saibam os meios de comunicação social e o público dar-lhes o devido valor; afinal, o Hóquei português tem qualidade, saibamos nós merecê-lo.
Uma breve reflexão, sem grande profundidade, na sequência da jornada europeia de selecções. Esta abrangeu também as selecções sub-21, concorrendo para que o Sporting contasse com uma mobilização, em ambos os escalões, de 19 (!) jogadores cuja formação foi da sua responsabilidade. A saber:
Nos sub-21: Ié, Ilori, Bruma, Mané, Esgaio, Iuri, Ricardo e Tobias. Os três primeiros seriam excluídos por lesão, e o último, Tobias, acabaria por entrar na convocatória posteriormente.
Nos AA: Patrício, Beto, Cédric, Fonte, Moutinho, Adrien, Nani, João Mário, William, Ronaldo, Quaresma.
O prestígio – Por muito que custe a admitir a muitos, especialmente por razões de alergia clubista primária, o Sporting tornou-se no principal criador de jogadores de selecção. Esse facto é reconhecido internacionalmente de forma frequente, embora por cá não pareça merecer o mesmo destaque.
A evidência de uma aposta – O presente lote de jogadores deve ser considerado circunstancial, porque tanto inclui jogadores de “lugar cativo” na selecção como outros que estão de passagem. Isto tanto quer dizer que o número de jogadores pode ser menor ou até maior, não sendo o mais importante agora. Mais importante do que o número é a disseminação de jogadores de diversas gerações em cujas pontas do leque estão Beto e João Mário, completando 11 anos de diferença entre si.
Não estendo a análise aos sub-21 pois, neste escalão, é ainda demasiado cedo para falarmos em certezas. Ainda assim, atrevo-me a dizer que Ilori, Bruma, Mané, Esgaio, Ricardo e Tobias têm tudo aquilo de que é preciso para nos obrigarem a fixar os seus nomes pela próxima década ou quase. No meio ficam jogadores como Patrício e William, a assegurar a manutenção do nome do Sporting para lá da fase final do Europeu de 2016, com Nani, Moutinho, Ronaldo e eventualmente Quaresma a constituírem nomes incontornáveis pelo menos até lá. Para não tornar a análise demasiado especulativa, fico-me pelo critério do seleccionador que presidiu à actual escolha, abstendo-me assim de apontar outros nomes, mesmo que evidentes, a poder entrar para a actual selecção.
O que estes números revelam, e que me parece acima de qualquer contestação, é que o trabalho de prospecção, criação e de incubadora do departamento de formação do Sporting há pelo menos duas décadas consecutivas se elevou a um nível elevado, superando os seus concorrentes directos neste capítulo. Repare-se que mesmo os mais novos de idade são já quase veteranos no clube. Mané, por exemplo, tem apenas 20 anos mas está no clube desde 2001, há 13 anos, portanto. O que perfaz mais de metade da sua ainda curta vida, sendo por isso um dado incontornável e absolutamente notável!
Campanha de apuramento invicta Fonte: FPF
No aproveitar é que está o ganho. Ou o prejuízo – Se olharmos para os 18 jogadores da amostra rapidamente se conclui que apenas metade (nove) representam ainda o Sporting, sendo que um deles (Nani) o faz de forma episódica. Dos restantes nove que não possuem já ligação, quatro estão já definitivamente com um pé fora de Alvalade, apesar de pertencerem ainda aos sub-21. Precisamente aqueles que apontaríamos como os melhores da respectiva geração. Um dado a merecer reflexão, para se perceber se estamos a olhar para um mero episódio ou para uma tendência.
Obviamente que um clube que todos os anos lança para o mercado um plantel inteiro de jogadores acabados de chegar a seniores tem de se conformar com o facto de não poder ser infalível nas suas estimativas, quanto ao futuro dos jogadores. Assim como se deve (re)conciliar com a ideia de que não pode impedir os jogadores que forma de quererem mais – seja isso dinheiro, notoriedade, campeonatos mais competitivos, etc – do que aquilo que o clube pode oferecer. Neste capítulo o Sporting só pode fazer duas coisas: (i) procurar o ressarcimento do investimento feito no jogador e, num futuro tão breve quanto possível, (ii) tornar-se ainda mais atractivo como projecto de carreira para os seus formandos. O que, por muito que nos custe admitir, poucas vezes o tem sido.
Necessidade ou convicção? – Duas razões me parecem acima de contestação para justificar o sucesso da formação do clube: (i) a elevada qualidade dos jogadores que forma, tornando-os apetecíveis aos olhos de quem tem disponibilidade para pagar o que eles valem. Olhe-se, se preciso fosse, para os clubes que representam. E o facto de o clube (ii) incorporar diversos jogadores no seu plantel principal com origem na sua academia, o que o distingue claramente dos seus rivais.
Falta saber se o faz por necessidade – seja ela por falta de mais recursos, seja ela ditada por motivações eleitoralistas – ou por convicção. É que, sempre que parece haver um pouquinho mais de dinheiro para gastar, a convicção parece perder força e os jogadores da casa lá têm de correr mais do que os outros, ganhando quase sempre menos, para, quase sempre, e com grande facilidade, fazerem mais e melhor do que os “forasteiros”.
O que dizem as bolas de cristal sobre o futuro? – Alguns dados recentes, como sejam a falta de títulos – cujo valor indicativo é ligeiramente significativo, mas é apenas “um dos”-, o número de jogadores nas selecções jovens, os resultados gerais e os específicos com os rivais e clubes que melhor formam como, por exemplo, Vitória(s), Braga, etc, já fizeram soar várias campainhas. Ora isto são apenas resultados que ocorrem quase nunca por acaso mas, como a palavra indica, como corolário do trabalho da prospecção, da qualidade dos técnicos e dos dirigentes.
Mais do que um libelo definitivo, ditado por ocorrências esparsas, é necessária reflexão. Dispensam-se excessos de optimismo ou pessimismo militante, que a realidade se encarrega de desmistificar. Até porque as transformações estruturais, e por isso basilares, raras vezes detectadas a “olho nu”, requerem demorada digestão e compilação de factos.
Passados 209 dias, Helton volta de lesão e já faz trabalho de campo (recorde-se que foi utilizado na vitória no particular diante do Moreirense, à porta fechada, no Olival), criando assim uma positiva “dor-de-cabeça” ao técnico Julen Lopetegui. Sabendo nós, Portistas atentos, que o espanhol instaurou um mini tiki -taka no clube azul-e-branco, um dos grandes handicaps desta equipa era o algo deficiente jogo de pés do guarda-redes Fabiano, que tinha uma grande percentagem de bolas postas directamente fora quando, depois da sequência de passes entre centrais e o guardião e respectiva subida de linhas adversárias, procurava jogar num dos laterais ou alas, com bola aérea. O actual titular é um monstro dentro dos postes, mas esse tal aspecto menos positivo levou a muitos acreditarem que o espanhol Andrés Fernández poderia chegar ao Dragão para ser titular – não aconteceu e Fabiano “pegou de estaca”. Já Ricardo – excelente guarda-redes na minha opinião – nem sequer foi considerado para opção.
Sendo assim, o que quererá dizer o regresso de Helton? Só aposto em 2 cenários:
i) O veterano guarda-redes de 36 anos ficará no banco o resto da época e assumirá um cargo na estrutura portista no final da temporada (à imagem de Vítor Baia, substituído depois do jogo com o Estrela da Amadora por… Helton);
ii) Naturalmente voltará à titularidade (quando atingir os índices físicos indicados) e aí os adeptos do clube da invicta deixarão de ter tantos calafrios quando a bola passar pelos pés do guarda-redes (embora Helton goste, às vezes, de ser um “brinca na areia”, coisa que geralmente lhe sai sempre bem, diga-se).
209 dias depois da grave lesão, Helton regressou Fonte: abola.pt
Certo é que a saída, a título de empréstimo, de Ricardo parece um cenário cada vez mais real. Mesmo a saída temporária de Andrés Fernández poderia ser um cenário interessante, visto que Ricardo, nas competições europeias, é considerado um jogador formado internamente, e bem sabemos como o Porto tem poucos…
Voltando à questão central, desafio o leitor a escolher uma das duas opções, sabendo que Helton “anunciou” o final de carreira com aquela enigmática imagem na sua conta pessoal no Instagram… Mas se assim fosse, porque voltaria o brasileiro ao treino e até a jogar particulares? Para “matar o bichinho” do futebol? Isso, com todo o respeito, acontece nos distritais, não em clubes grandes ou sequer profissionais.
A recuperação do profissional mais antigo do actual plantel dos Dragões foi mais rápida que o esperado, e talvez o tenha surpreendido a ele mesmo… O tempo o dirá, e a palavra de Lopetegui (que já se demonstrou muito aberto à tal rotatividade) será a chave de todo este longo tempo de “seca” para Helton.
Seria um prazer ver-te voltar a jogar, Helton! Acredito que Fabiano é um excelente guarda-redes e Andrés também o será (já falei sobre Ricardo) mas tu és o “Rogério Ceni da invicta”, e, enquanto puderes jogar e te sentires bem, serás sempre um esteio da nossa defesa.
Ontem, enquanto via o jogo da Seleção Nacional frente à Dinamarca, tive a certeza de que a inconsistência de Eliseu, no Benfica, não é um problema individual mas, sim, coletivo. Aliás, é um problema de setor. Antes de partir para a explicação, devo deixar bem salvaguardado que não acho que Eliseu tenha qualidade suficiente para ser titular como lateral esquerdo do Benfica (mais facilmente o seria a médio ou, até, a extremo) mas que, apesar de tudo, seria “suficiente” se não existissem outros problemas na defesa.
É por aí que começo, pelo plano geral. Na temporada passada, no lado esquerdo da linha defensiva, o Benfica tinha Garay como central e Siqueira como lateral – e continuo a insistir que estas duas perdas foram as mais graves para o conjunto benfiquista . Este ano, parece-me inegável que a qualidade baixou consideravelmente com a entrada de Jardel e de Eliseu. Juntos compõem um setor que tem dado inúmeros problemas à equipa liderada por Jorge Jesus. Basta ver que, em qualquer jogo do Benfica, o lado esquerdo da defesa encarnada é constantemente bombardeado pelos ataques dos adversários. A explicação é óbvia e lógica: são o elo mais fraco da equipa, quem comete mais erros e permite mais espaço. É natural, portanto, que o adversário opte, com grande frequência, pela ala direita para efetuar as transições.
A nível individual, e salvo algumas exceções, Jardel não oferece a Eliseu a devida cobertura – movimento em que Garay era exímio e que permitia a Siqueira subir com maior confiança. Já Eliseu mostra graves problemas de posicionamento e não fecha em bloco com eficácia e competência no centro da defesa, quando assim é necessário. Ambos cometem erros individuais que juntos se tornam um problema gravíssimo. É o setor de maior risco no onze encarnado e aquele que poderá mais facilmente expor o Benfica ao erro – leia-se derrota.
Eliseu destaca-se pela propensão ofensiva Fonte: Rádio Renascença
Voltando ao jogo de ontem, Eliseu, longe de ter sido genial, fez um jogo sólido, no limite da qualidade que poderá oferecer como lateral esquerdo. A diferença para o péssimo jogo realizado frente à França é que tinha Ricardo Carvalho como companheiro de setor (e William como trinco, é bom relembrar). Um pormenor que faz toda a diferença. Ainda que a qualidade dos dinamarqueses seja inferior à dos franceses, isso, por si só, não explica a disparidade entre as exibições. O segredo esteve, evidentemente, na excelente cobertura realizada por Ricardo Carvalho e por William, que, ao contrário do jogo de Paris, raramente deixaram o lateral do Benfica em situações de dois para um.
Com isto não pretendo defender Eliseu e atacar Jardel. Muito pelo contrário. Ainda recentemente referi que Jardel é um mal menor na defesa do Benfica, porque, à imagem de Eliseu, é limitado mas razoável para as competições nacionais. O grande problema é que o Benfica jogo com os dois… e do mesmo lado. Ter um jogador deste calibre na equipa é aceitável. Ter dois jogadores desta qualidade no mesmo setor é suicídio. É imperativo que se mude algo naquele setor. Enquanto assim não for, o Benfica arrisca mais do que devia.
Uma palavra sobre a vitória de Portugal frente à Dinamarca: quando menos esperavam, os portugueses alcançaram um vitória crucial a todos os níveis. Gosto bastante de ver a seleção a jogar neste sistema de losango. Acho que é a melhor forma de explorar todo o potencial de Cristiano Ronaldo (viram as movimentações como faz em Madrid?). E quem dispõe de um jogador assim, não pode pensar em mais nada… que o digam os dinamarqueses.
A Índia é, pelos dias de hoje, uma das mais pluralistas e multiculturais sociedades do globo terrestre. Inserida na Ásia Meridional, é o segundo país mais populoso do mundo e o sétimo maior em área geográfica. É uma república composta por 28 estados e tem uma das economias mais fortes do mundo. Apesar de ser um país que ainda revela algumas carências a nível social – com a pobreza e o analfabetismo a estarem no topo das preocupações –, a Índia teve uma evolução brutal desde o início dos anos 90 e é uma das maiores potências económicas do planeta. A nível desportivo, como se sabe, o críquete é o desporto-rei e o futebol está longe de ser uma prioridade. Mas será assim por muito mais tempo?
REJUVENESCIMENTO DO FUTEBOL INDIANO
A questão levantada não tem, para já, uma resposta concreta. Mas a planificação desta nova temporada da Liga Indiana deixa antever que haverá uma aposta muito mais séria no futebol indiano. Nota-se que há interesse em fomentar o gosto pela modalidade e todo o investimento que tem sido feito é maioritariamente para agradar ao grande público, que anseia por entretenimento. A aposta dos indianos, para já, não é estrutural e por isso não se espere grandes melhorias na qualidade das seleções indianas dos próximos anos. O foco principal é o marketing e a divulgação desta reestruturada competição, que tem agora novos motivos de interesse para todos os amantes de futebol (indianos e não só).
INDIAN SUPER LEAGUE
A Indian Super League conta apenas com 8 equipas e está organizada em duas fases distintas. A primeira parte da competição é a fase regular, que arrancou neste mês e irá prolongar-se até novembro. Durante este período, cada equipa joga em casa e fora contra cada uma das restantes sete equipas do torneio e procura classificar-se para a ronda seguinte. Como? Ficando entre os quatro primeiros lugares da fase regular. Serão eles que darão acesso à segunda ronda do torneio, esta já em formato de playoff. As quatro equipas finalistas são sorteadas para jogar as meias-finais da competição, numa eliminatória a duas mãos. A final será um jogo único.
EQUIPAS
As cidades das 8 equipas em disputa Fonte: Wikipédia
E é aqui que tudo começa a ficar engraçado. O maior foco de interesse da Liga Indiana são as exigências para a formação do plantel. Cada equipa deve ter 14 jogadores indianos (4 deles naturais da cidade onde jogam), 7 estrangeiros e… um jogador “estrela”. Leu bem, todas estas normas devem ser respeitadas. É mesmo obrigatório que cada equipa tenha 7 estrangeiros e um jogador de craveira mundial no seu plantel. E, se ainda não conhece os plantéis, vai ficar surpreendido com os nomes que irei avançar em seguida. Aqui ficam então as 8 equipas presentes na competição:
ATLÉTICO DE KOLTAKA
Jogador “Estrela”: Luis García (ESP)
Treinador: Antonio López Habas (ESP)
Portugueses: Não tem
Outros jogadores de destaque: Édel Apoula (ARM), Josemi (ESP) e Borja Fernández (ESP)
Considerações: O Atlético de Kolkata apostou muito no mercado espanhol e escolheu Luis García, 36 anos, como o seu jogador “estrela”. O internacional espanhol, que já passou pelo Barcelona, Atlético de Madrid e Liverpool – neste último foi inclusivamente campeão europeu – é a figura de proa de uma equipa que ainda conta com os nomes do guarda-redes Apoula e dos espanhóis Josemi e Borja.
NORTHEAST UNITED
Jogador “Estrela”: Joan Capdevila (ESP)
Treinador: Ricki Herbert (NZL)
Portugueses: Miguel Garcia
Outros jogadores de destaque: Alexis Tzorvas (GRE) e Koke (ESP)
Considerações: Naturalmente, já deve ter esboçado um pequeno sorriso com os nomes aqui apresentados. Sim, é verdade. Capdevila, 36 anos, antigo campeão do mundo pela Espanha e ex-jogador do Benfica é o jogador “Estrela” desta equipa, que tem ainda o herói de Alkmaar, Miguel Garcia, no plantel principal. E pasme-se, leitor, que o português de 31 anos não é o único jogador ex-Sporting desta equipa do NorthEast United. Koke diz-lhe alguma coisa? Não, não é o do Atlético de Madrid. Koke é também espanhol, mas este é avançado e foi jogador dos leões em 2005/2006. Lembra-se dele?
DELHI DYNAMOS
Jogador “Estrela”: Alessandro Del Piero (ITA)
Treinador: Harm van Veldhoven (HOL)
Portugueses: Henrique Dinis
Outros jogadores de destaque: Nada a assinalar
Considerações: Pasmem-se os adeptos do futebol. Alessandro Del Piero, 39 anos, está de volta aos relvados e é ele que irá liderar a equipa do Delhi Dynamos neste campeonato. Não há mais nenhum jogador de relevo ou de craveira internacional, pelo que as atenções estarão todas viradas para aquele que é considerado por muitos como o melhor jogador de sempre do futebol italiano. Em relação a portugueses, o médio Henrique Dinis, ex-Vitória de Guimarães B, é o único jogador que faz parte do plantel.
PUNE CITY
Jogador “Estrela”: David Trezeguet (FRA)
Treinador: Franco Colomba (ITA)
Portugueses: Não tem
Outros jogadores de destaque: Bruno Cirillo (ITA) e Katsouranis (GRE)
Considerações: David Trezeguet, 37 anos, é ainda hoje recordado como um dos mais letais avançados da história do futebol francês. Fez 34 golos na seleção francesa e se olharmos, por exemplo, para a sua estadia na Juventus, verificamos que os números falam por si: 245 jogos – 138 golos. Um jogador com diversos títulos no currículo e que procura agora juntar mais um à sua coleção. Será interessante mencionar ainda o nome de Katsouranis, antigo jogador do Benfica, que faz parte deste plantel orientado pelo italiano Franco Colomba.
A taça com a presença de algumas das estrelas da competição Fonte: Globo
GOA
Jogador “Estrela”: Robert Pirès (FRA)
Treinador: Zico (BRA)
Portugueses: Edgar Marcelino, Bruno Pinheiro e Miguel Herlein
Outros jogadores de destaque: André Santos (BRA)
Considerações: Orientada por Zico, antiga glória do futebol brasileiro, esta equipa do Goa é aquela que tem mais portugueses nas suas fileiras, sendo Edgar Marcelino, jogador formado no Sporting, aquele que apresenta um melhor currículo. No entanto, currículo algum neste plantel se poderá comparar com o do jogador “estrela” desta equipa: Robert Pirès é ainda hoje recordado com saudade pelos adeptos franceses. Uma verdadeira lenda viva do velhinho Highbury Park (Arsenal) ao serviço de Zico e acompanhado pelo internacional brasileiro André Santos.
CHENNAIYIN
Jogador “Estrela”: Elano (BRA)
Treinador: Marco Materazzi (ITA)
Portugueses: Não tem
Outros jogadores de destaque: Bernard Mendy (FRA), Mikaël Silvestre (FRA) e Bojan Djordjic (SUE)
Considerações: Em termos de agressividade e garra, arrisco-me a dizer que esta equipa do Chennaiyin vai ser a líder do campeonato indiano. Obviamente que quem nomeia Marco Materazzi como treinador-jogador sujeita-se a ler este tipo de considerações. O defesa-central italiano, que foi campeão europeu com Mourinho no Inter, é um jogador de nível internacional, mas até nem foi o escolhido como jogador “estrela” da equipa. A honra ficou para Elano, médio criativo brasileiro, conhecido pelas suas passagens pelo Shakhtar Donetsk, Manchester City e Galatasaray.
KERALA BLASTERS
Jogador “Estrela”: David James (ING)
Treinador: David James (ING)
Portugueses: Não tem
Outros jogadores de destaque: Nada a assinalar
Considerações: A nível de vedetas/jogadores de relevo internacional, esta equipa dos Kerala Blasters é provavelmente a mais fraca das participantes. Quando o único jogador de destaque é “Calamity” James (o nome não vem por acaso) as expectativas terão de ser substancialmente mais reduzidas. O guarda-redes inglês David James sempre foi conhecido pelos erros colossais que cometia e nunca foi um nome consensual na baliza inglesa. Apesar de desconhecer o seu estado físico atual, não lhe prevejo grandes sucessos, dado que, aos 44 anos, os seus reflexos certamente não melhoraram.
MUMBAY CITY
Jogador “Estrela”: Fredrik Ljungberg (SUE)
Treinador: Peter Reid (ING)
Portugueses: André Preto e Tiago Ribeiro
Outros jogadores de destaque: Nicolas Anelka (FRA) e Manuel Friedrich (ALE)
Considerações: Muito questionável a escolha de Ljungberg, 37 anos, como jogador “estrela” dos Mumbay City. Nada contra a tremenda carreira do sueco, mas parece-me claro que Nicolas Anelka fazia mais por justificar esse estatuto, ou não fosse ele o jogador que mais milhões movimentou em transferências em toda a história do futebol. Ainda assim, quem tem Anelka e Ljungberg no plantel só pode ambicionar a conquista do título. Logicamente que 1 ou 2 jogadores não fazem uma equipa, mas tê-los no plantel dá uma (enorme) ajuda.
O FUTURO
Ninguém sabe ao certo se esta jogada de marketing vai dar certo ou não. Tanto pode correr muito bem, como correr muito mal. Mas deve louvar-se a coragem e a abertura dos investidores indianos, que querem dar algum dinamismo ao seu futebol. Mesmo que tudo isto se revele um enorme fiasco, a atenção dos media ficou redobrada. E nestes primeiros jogos, as bancadas dos estádios indianos têm estado completamente preenchidas para ver de perto alguns dos melhores jogadores da história do nosso futebol. Afinal, sejamos honestos: quem não pagaria para ver Del Piero, Trezeguet ou Pirès a dar uns toques na bola com jogadores da cidade do seu coração?
Como marcar golo? Começo este texto com a pergunta mais importante do futebol provavelmente. O que é preciso os jogadores fazerem, que estratégia a adoptar, que táctica implementar? Das diversas aprendizagens, influências e até personalidades (quem não se lembra do Boavista durinho como o Jaime Pacheco?), surge a resposta a esta pergunta (ou pelo menos pensa-se que surge já que o futebol não é uma ciência).
Cada treinador segue uma filosofia e implementa-a na sua equipa. Alguns querem a equipa a jogar conforme eles aprenderam; outros adaptam a forma de jogar às características dos jogadores que orientam – tudo na busca da táctica mais eficiente, da estratégia perfeita.
Olhamos para o Porto desta época e vemos uma equipa mais organizada e com uma filosofia de jogo diferente do ano passado: temos um treinador novo, uma equipa renovada e a forma de jogar mudou, assim como o plantel tambem mudou. Lopetegui tem uma filosofia de jogo assente na posse de bola, tal como as selecções espanholas têm, e tenta implementá-la no Porto. Porém, parece que falta algo nos nossos jogadores, parece que há ali uma barreira invisivel que impede os jogadores de brilharem, de fazerem a triângulação perfeita, de trocarem de bola de tal forma que deixe os adversários confusos.
Oliver tem as características que Lopetegui procura num jogador Fonte: abola.pt
Ora, o primeiro passo a fazer quando se olha para o Porto deste ano é tratar da nossa própria gestão de expectativas. Não de resultados – porque aí não exijo nada menos do que a vitória – mas exibicionais. Quem se lembra da posse de bola de toque curto, triângulações rápidas, desmarcações à entrada da área lembra-se do célebre Barcelona de Guardiola; se quisermos pensar a nível nacional encontramos como um excelente exemplo o Porto de Mourinho, que jogava em ataque continuado abafando o adversário. Mas tendo Lopetegui a escola espanhola e olhando para a forma como os sub-21 de Espanha jogavam, parece mais correcto fazer a comparação com os culés. Não adianta pensar que vamos ter um Porto à Barcelona, não vamos, faltam 2 pontos importantes: a formação dos jogadores e a sua qualidade.
O Porto actua em 4-3-3 nas camadas jovens, é uma forma de promover o potencial dos jogadores e de formar jovens com especial aptidão para determinadas posições. Não temos tiki-taka, os nossos jogadores não estão formatados para jogar dessa forma desde crianças e, além do mais, no nosso plantel quase não há espaço para jovens da formação. O outro ponto já referido é a qualidade dos jogadores: temos talento no plantel mas não temos um Messi, Xavi, Iniesta, Piqué, etc. Quem tem Iniesta, por exemplo, tem um jogador que garante duas coisas essenciais para quem joga no estilo tiki-taka: excelente recepção de bola e passe. A visão de jogo surreal e a técnica são mais dois dos factores que o transformam num craque. É preciso entender então as características dos nossos atletas. Temos um duo jogadores que são dotados de talento acima da média e que têm características propícias para o futebol de posse de bola – Ruben Neves e Oliver Torres – e depois temos jogadores que com maior ou menor talento não se encaixam totalmente no padrão exigido para jogar desta forma. É normal, portanto, que o Porto, por mais treinos e palestras que faça, não atinja aquele futebol espectacular com o qual sonhamos no inicio de cada época, que tenha dificuldades em passar o meio-campo com a bola controlada e que o poder de decisão no ultimo passe não seja o melhor. Se não atingimos a excelência, exijo então que atinjamos a quase excelência, aquele patamar antes da excelência que está reservado só para alguns plantéis; exijo também o título de campeão (será preciso referir isto?!) mas isso está no nosso ADN.
É preciso perceber a matéria-prima com que se trabalha, adapatar o futebol aos jogadores que o jogam e gerir as expectativas das exibições. Não que agora tenha que se perdoar as más exibições, nada disso. Apenas é preciso dar tempo à equipa e ao treinador para que se consigam adaptar um ao outro e perceber que, por enquanto, não vamos chegar ao ponto que muitas grandes equipas da história atingiram. Lopetegui tem lido bem os jogos, tem actuado de forma firme nas substituições e nas convocatórias e tem uma filosofia de jogo – o Porto vai adaptar-se e melhorar com o tempo. A quantidade de posse de bola (de quantidade não nos podemos queixar) vai-se transformar em qualidade mas iremos estar sempre reféns das características da matéria-prima – os jogadores.
O Campeonato Nacional de Futsal prossegue a um bom ritmo, e ontem terminou a quinta jornada da competição com jogos extremamente competitivos.
Recordo que o Benfica venceu por 2-5 o Unidos Pinheirense, jogo disputado na passada quarta-feira em Gondomar. A vitória encarnada inaugurou a jornada cinco e colocou a equipa liderada por Joel Queiroz em 1º lugar à condição, visto que o Sporting ainda não tinha disputado o seu jogo diante dos Leões de Porto Salvo.
Depois do empate em casa frente ao Modicus, o Benfica tinha de reagir e sabia perfeitamente que não podia perder mais pontos; todavia, o jogo não começou como esperado: ao minuto cinco, Zé Marau inaugura o marcador, fazendo vibrar o pavilhão do recém promovido Pinheirense.
Após o golo houve uma reação muito positiva por parte dos encarnados, mas a finalização voltava a ser ineficaz e isso refletia-se no marcador. A um minuto do intervalo, Alessandro Patias marca, empatando a partida. As equipas foram para o intervalo empatadas a um golo.
No segundo tempo, o Benfica entrou de forma irrepreensível, marcando três golos sem qualquer resposta do adversário, dois deles por intermédio de Bruno Coelho. O Pinheirense ainda reduziu, mas Alan Brandi, jogador que fez a diferença no último jogo, fechou o resultado em 2-5, apontando um belo golo.
Bruno Coelho foi, sem dúvida, o homem do jogo, ao apontar dois golos Fonte: Slbenfica.pt
De referir que o Unidos Pinheirense soma até ao momento zero pontos, tendo aumentado a sua série de derrotas para cinco consecutivas. Contudo, efetuou um bom jogo perante um adversário claramente melhor.
Com este resultado, a turma encarnada soma 13 pontos, estando a dois do rival Sporting.
Na próxima jornada há um escaldante Benfica-Braga, jogo entre 2º e 3º classificados, ambos em igualdade pontual, ou seja, será um jogo em que ambas as equipas irão dar tudo em campo, o que será extremamente apetecível para os amantes da modalidade.
O Burinhosa continua a surpreender! Ontem deslocou-se ao reduto do Belém e venceu por 1-2 num jogo bastante intenso, com inúmeras oportunidades para ambos os lados. Com esta vitória, a equipa de Alcobaça alcança uns importantíssimos três pontos, somando agora sete, enquanto o Belenenses continua sem pontuar, estando a fazer até ao momento um campeonato desastroso. Este resultado é extremamente positivo para a equipa em questão mas não só, porque são estes resultados que fazem os jogadores e restantes equipas técnicas acreditarem no sucesso e na força do trabalho árduo.
A equipa do Sporting de Braga continua a sua série de bons resultados. No domingo venceu a difícil equipa do Rio Ave por 1-0. É um resultado justo mas algo estranho, devido ao facto de ser muito invulgar haver apenas um golo num jogo de futsal. Com esta vitória, a equipa minhota continua sem saber qual é o sabor da derrota, estando em 2º lugar com 13 pontos. Está a ser um bom início de prova para o Braga, que no próximo fim de semana terá uma muito complicada deslocação até ao Pavilhão da Luz, jogo esse que servirá para perceber o que esperar desta perigosa equipa para as restantes jornadas.
O adversário do Braga, Rio Ave, receberá o campeão nacional num jogo que será muito disputado por ambos e que, certamente, terá incerteza no resultado e um nível de intensidade e qualidade altíssimos. Contudo, espero uma vitória leonina devido à magnífica qualidade que tem apresentado em todos os encontros que disputa.
Jogos da jornada seis, que serão realizados no próximo fim de semana. Serão certamente jogos de enorme qualidade, tendo obviamente de destacar o jogo da jornada: Benfica-Braga Fonte: ZeroZero
O Sporting entrou em campo no 2º lugar, mas saiu de campo novamente em 1º devido à folgada vitória diante dos Leões de Porto Salvo por 7-1. Quem não viu o encontro deve achar que foi extremamente fácil para a equipa de Alvalade vencer; todavia enganam-se, porque foi um jogo de altíssima dificuldade. Os leões de Lisboa entraram bem no jogo e, ao minuto sete, inaugurou o marcador por intermédio do reforço Diogo, num remate que desvia num jogador adversário, traindo assim o guarda-redes. Passados cinco minutos, houve um novo golo, outra vez por intermédio dum reforço, mas desta feita foi Cássio, que, através de um bom trabalho individual e forte remate, faz o 2-0. Antevia-se um jogo mais tranquilo do Sporting porque apenas tinha de ir gerindo o resultado. No entanto, Djô comete falta dentro de área, falta essa que originou uma grande penalidade e respetiva expulsão para o jogador (a falta é clara mas para amostragem de cartão amarelo – nota muito negativa para os árbitros da partida neste lance).
Tuca encarregou-se de marcar o penálti e, perante Cristiano na baliza, não vacilou e marcou. Com este golo, a esperança dos visitantes num resultado positivo renascia, tendo sido este 2-1 o resultado ao intervalo.
A expulsão de Djô fez bem à equipa da casa, que entrou em campo de forma muito dominadora, concentrada e dispôs de inúmeras oportunidades para dilatar o marcador. Foi uma segunda parte de sonho para a equipa da casa, ao marcar cinco golos. Contudo, fica na retina que poderia ter marcado muitos mais. Os tentos foram apontados por Alex, Pedro Cary, Fábio Aguiar (dois) e Varela.
Fábio Aguiar, antigo jogador do Győri ETO FC da Hungria, apontou dois bons golos diante dos Leões de Porto Salvo, estando a começar a afirmar-se na equipa verde e branca Fonte: UEFA
Com este resultado, a equipa comandada por Nuno Dias encontra-se no 1.º lugar com cinco vitórias em cinco jogos, possui o melhor ataque e a melhor defesa e está numa forma excecional.
O encontro entre Modicus e Cascais terminou com uma sofrida vitória por parte da equipa da Linha por 4-5.
A equipa do Cascais esteve a vencer por 0-3, mas teve uma ligeira quebra de rendimento. Esteve a ganhar pela diferença mínima (2-3), conseguiu fazer o 2-4, melhorando significativamente a sua probabilidade de vencer. A equipa de Sandim ainda reduziu a quatro minutos do fim, porém a boa organização defensiva e um exemplar espírito de sacrifício valeram à equipa visitante os merecidos três pontos.
Com este resultado, o Cascais encontra-se com nove pontos, estando em igualdade pontual com o Olivais, Fundão e o Póvoa Futsal. No próximo fim de semana irá jogar com o Unidos Pinheirense, atualmente em 13º na classificação ainda com zero pontos, ou seja, à partida será um jogo em que conseguirá facilmente os três pontos.
Completamente caída do céu: assim foi a vitória de Portugal, esta noite, no Parken Stadium, em Copenhaga. Não que a seleção das quinas não tivesse tido alguns bons momentos de futebol, mas com o passar dos minutos o empate parecia um desfecho perfeitamente natural e justo para tanto equilíbrio entre as formações. Contudo, e tal como já tinha acontecido há uns meses na Suécia, Cristiano Ronaldo resolveu.
Como se previa, Fernando Santos fez duas alterações relativamente ao onze que havia entrado em campo, no último sábado, em Paris, frente à França: Ricardo Carvalho e William Carvalho entraram para os lugares de Bruno Alves e André Gomes. Na Dinamarca, o experiente Morten Olsen optou por entregar a Hojbjerg e Kvist a primeira fase de construção ofensiva dinamarquesa, com Vibe e Krohn-Dehli a descaírem para as faixas, deixando à estrela da equipa Eriksen a tarefa de servir Nicklas Bendtner. Apesar de os treinadores terem apostado em modelos ofensivos, o que é facto é que a primeira parte ofereceu aos espetadores um ritmo muito baixo e pouco intenso. O pouco barulho que vinha das bancadas era suficientemente descritivo para explicar aquilo que as equipas faziam em campo: sempre devagar, Portugal apenas a espaços conseguia chegar com perigo à baliza contrária, ainda que cada protagonista do trio da frente lusitano (Nani aos 25 minutos, Danny aos 13 e Cristiano Ronaldo aos 7) tenha tido uma boa chance para fazer balançar as redes de Schmeichel.
Do lado dinamarquês, destacavam-se as nítidas dificuldades dos dois centrais, Agger e Kjaer, em construírem jogo ofensivo, o que provocava o constante recuo de Kvist e Hojbjerg, que, por isso, não se conseguiam incorporar com eficácia no último terço do terreno. Isso levou a que, não raras vezes, se tenha visto o quarteto defensivo de Olsen bombear bolas para o jogo aéreo de Bendtner. Ainda assim, coube a Krohn-Dehli a melhor oportunidade do primeiro tempo, com um remate colocado do lado direito do ataque a esbarrar no poste da baliza de Rui Patrício.
O jogo foi sempre muito disputado, mas nem sempre bem jogado Fonte: EPA / Daily Mail
No segundo tempo, pouco se alterou no figurino da partida pois, apesar das palavras de ambos os técnicos, as equipas vieram com pouca capacidade para dar outra dinâmica ao seu jogo ofensivo. Por isso, a oportunidade flagrante desperdiçada por Cristiano Ronaldo aos 51 minutos perante Schmeichel foi uma gota num oceano de acalmia vivida em Copenhaga. Para Portugal, nem as entradas de João Mário, Éder e Quaresma tiveram, numa primeira fase, o condão de fazer despertar os comandados de Fernando Santos. Do lado dinamarquês, sempre ficou a ideia de que o empate já não seria um mau resultado e que apenas de uma bola parada ou de uma transição rápida poderia chegar o perigo para as redes de Patrício.
O jogo encaminhava-se para o final e, quando já poucos ou nenhuns o faziam antever, eis que o milagre lusitano aconteceu: jogada pela direita do ataque, com Quaresma a fazer um cruzamento “dos antigos”, teleguiado para a cabeça de Cristiano Ronaldo, que, a meias com Kjaer, fez o golo português no último minuto da partida. Mesmo que tenha feito pouco para o merecer, Portugal sai da Dinamarca com três pontos que podem ser cruciais na luta pelo apuramento. Mas, mais importante que tudo, parece que com Fernando Santos chegou também a estrelinha para a nossa seleção… e que bom seria que continuasse a seguir-nos, depois de tantos anos de ausência.
A Figura
Ricardo Carvalho – O central português fez uma exibição irrepreensível: não falhou um único corte, não cometeu nenhum único erro de destaque. A exibição perfeita do central do Mónaco resulta nesta distinção
O Fora-de-Jogo
Nani – Foi o primeiro a sair e, pelo que vimos esta noite, mais valia nem ter entrado em campo. Sempre longe do jogo, apenas aos 25 minutos apareceu no relvado. Apagou-se ao longo do encontro e foi, por isso, substituído com naturalidade.
Hoje é um dia histórico para o futebol português. Com um merecido triunfo e uma exibição de grande personalidade, a selecção portuguesa de sub-21 completou o pleno na fase de qualificação – com dez vitórias em dez jogos, é a primeira selecção portuguesa de sub-21 a manter um registo 100% favorável – e apurou-se para um Campeonato da Europa deste escalão oito anos depois. A caminhada imaculada de Portugal até aqui cria grandes expectativas em relação à fase final, a disputar na República Checa em 2015, e é um motivo de esperança para uma selecção AA que se quer “renovada”.
A Mata Real, em Paços de Ferreira, acolheu o jogo de todas as decisões e viu um dos seus grandes talentos, o médio Sérgio Oliveira, capitanear a turma de Rui Jorge nesta segunda mão do play-off. Com apenas uma alteração em relação ao onze da primeira mão (Tozé no lugar do castigado Rafa), Portugal enfrentou uma Holanda que, de forma tão desorganizada quanto afoita, procurou o golo desde o primeiro minuto. Vamos à história do jogo.
Depois de alguns instantes de reconhecimento mútuo, o festival de golos começou. O relógio marcava 13’ e Ruben Vezo fez mexer a contagem pela primeira vez – livre de Tozé, desvio do central do Valência, 1-0. A resposta não tardou – dois minutos mais tarde, o gigante Weghorst (1,97m) bateu José Sá com um cabeceamento bem medido. Aos 20’ foi a vez de Ruben Neves corresponder da melhor forma a um canto cobrado pelo endiabrado Tozé.
O “benjamim” Ruben Neves, de apenas 17 anos, marcou o segundo de Portugal Fonte: zerozero.pt
Por esta altura, já se percebia que iríamos ter jogo com um ritmo frenético e de transições rápidas – o esquema ultra-ofensivo da Holanda, com três homens mais recuados e cinco unidades claramente vocacionadas para o ataque, causou muitos calafrios a Rui Jorge. Incapaz de travar o adversário pelo ar, a defensiva portuguesa foi muito permeável em bolas metidas em profundidade pelos holandeses à procura dos seus elementos mais rápidos na frente. No entanto, o volume ofensivo dos visitantes abriu brechas na sua própria defesa e Portugal conseguiu ir resolvendo a maior parte dos problemas, atacando com um futebol maduro, apoiado e envolvente.
Momentos antes do apito para os balneários, o possante Kongolo voltou a repor a igualdade no encontro com uma cabeçada fulminante: 2-2 ao intervalo. No reatar da partida, sem Ivan Cavaleiro e com Carlos Mané em campo, o domínio da selecção portuguesa intensificou-se. Mesmo sem conceder grandes espaços na retaguarda e trocando a bola com mais fluidez do que no primeiro tempo, Portugal acabou por se ver a perder pela primeira e única vez no jogo: Nathan Aké fez o 2-3.
A seguir, veio a contraofensiva – três golos e pelo menos o dobro dos falhanços escandalosos por parte de todos os elementos do ataque. Ricardo Pereira, que apontou dois golos de belíssimo efeito, e Bernardo Silva, que “matou o jogo” com um trabalho individual fabuloso, viraram o resultado para 5-3. Mas também Carlos Mané, Iuri Medeiros e Ricardo Horta – todos vindos do banco – agitaram a defesa neerlandesa e estiveram muito perto de levar a contagem para valores surreais.
Bernardo Silva foi provavelmente o melhor jogador no conjunto das duas mãos Fonte: EPA / telegraaf.nl
Aos 89’, o último fôlego de uma laranja muito pouco mecânica – Nathan Aké aproveitou uma grande penalidade cometida por Ruben Vezo para bisar e pôr fim às mudanças no placard, que acabou a exibir um 5-4 esclarecedor.
Esta selecção, jogando sempre de forma muito organizada e concentrada, mostrou em toda a qualificação que há muito talento em Portugal. Esta geração de sub-21, bem como aquela que foi à final do Euro Sub-19, tem condições para servir de base à chamada “renovação” da selecção AA. Agora resta-nos esperar que estes jogadores continuem a ter um espaço de afirmação nos respectivos clubes e aguardar ansiosamente pelo Euro 2015. Seja como for, hoje já foi escrita história.
A Figura
Ricardo Pereira – podia salientar a simplicidade de processos, a cultura táctica, a qualidade técnica e as duas assistências de Tozé, que se afirmou como o elemento em maior evidência no primeiro tempo. Mas a escolha de Ricardo Pereira é inevitável – os dois golos que marcou com grande classe e sangue frio, e que catapultaram Portugal para a vitória final, falam por si. Sempre muito trabalhador e inteligente dentro de campo, e muito habilidoso com a bola nos pés, Ricardo tem também o raro dom de tomar quase sempre a decisão certa. A extremo (como habitualmente), a segundo avançado (como hoje), a lateral-direito (como é utilizado no FC Porto) ou onde quer que seja, Ricardo será sempre uma mais-valia. Grande desempenho!
O Fora-de-Jogo
Permeabilidade Defensiva – a exibição ofensiva de Portugal foi tão extraordinária que não há como não sublinhar pela negativa os quatro golos encaixados. A defesa portuguesa sentiu algumas dificuldades perante a velocidade, o poder de choque e a capacidade aérea do ataque holandês – especialmente na primeira parte – e concedeu um número de golos ao adversário que podia ter sido o suficiente para comprometer a passagem à fase final.
“Congratulations on the constructors’ world championship. History in the making!” Lewis Hamilton sabe-o. Aliás, todos o sabem. A Mercedes vive uma época histórica no Campeonato Mundial de Fórmula 1 e a edição inaugural do circuito de Sochi – cidade russa que depois dos Jogos Olímpicos de Inverno está pela primeira vez incluída no calendário da competição – serviu de primeiro palco para a festa da equipa alemã.
Talvez assombrada pelo terrível acidente testemunhado em Suzuka sete dias antes, a corrida decorreu de forma mais tranquila do que, inclusive, era previsto: sem safety car, sem acidentes de maior ou polémica. A corrida de estreia em Sochi fica, sim, marcada por boas razões: foi lá que a Mercedes fez a festa no que ao Mundial de Construtores diz respeito. Confirmou o inevitável, por outras palavras, dado que os resultados de Lewis Hamilton e Nico Rosberg não deixam margem para dúvidas já há alguns meses.
Em pista estavam 21 pilotos e um ‘fantasma’. E que fantasma. Jules Bianchi tinha gravada na pista uma mensagem de incentivo e esteve presente em cada uma das cinquenta e três voltas dos pilotos — talvez por isso não se tenha verificado nenhum acidente de maior e não tenha sido necessária a intervenção do safety car.
Com o estado crítico de Bianchi presente no pensamento de todos, a edição inaugural do Grande Prémio de Sochi serviu… Para cumprir calendário. Sem acidentes, sem surpresas Fonte: Sutton Images
Lá na frente, Hamilton viu Rosberg ganhar-lhe o primeiro lugar ao falhar a travagem na primeira curva, motivo pelo qual a Mercedes se apressou a restabelecer a ordem. A partir daí, foi mais um passeio para o britânico, enquanto o alemão fazia o impensável: recolheu à box no final da primeira volta com vibração de pneus e… Não mais terminou. Um jogo de pneus para uma só corrida.
Se à Mercedes tudo corria bem, a Red Bull ajudava a equipa germânica como se assim fosse necessário: nem Ricciardo (7º), nem Vettel (8º) conseguiam fazer frente à irreverente dupla que lidera e, assim, estava confirmada a primeira parte de um filme inevitável – Mundial de Construtores para a Mercedes, que pela nona vez na temporada terminava uma corrida com os dois carros na linha da frente!
No que ao mundial de pilotos diz respeito… É apenas uma questão de tempo. Depois de muita polémica entre os dois, Lewis Hamilton tem agora uma vantagem de 17 pontos sobre Nico Rosberg na classificação geral. O título será certamente entregue a um dos dois, dado que Daniel Ricciardo tem menos 75 pontos que o alemão. Para já, seguem-se 17 dias de pausa até ao GP dos Estados Unidos da América ter início. Depois, Brasil e Abu Dhabi.