Na noite da passada sexta-feira, RasenBallsport Leipzig e. V foi à Coface Arena, empatar a três com o 1. Fußball- und Sportverein Mainz 05.
O resultado pode dar a ideia de um jogo equilibrado, mas a superioridade do Leipzig foi evidente. Acabou por construir, com alguma facilidade, uma vantagem parcial de 1-3, contudo a qualidade dos primeiros 45 minutos deu lugar ao relaxamento.
Este foi um jogo muito interessante de acompanhar. O Mainz apresentou um 442 losango, onde foi possível observar como este é um sistema “para quem pode e não para quem quer”.
O sucesso/insucesso deste sistema passa pela resposta à pergunta: “Em um sistema que por defeito é muito estreito, quem garante a largura? “. Com o extra de o Mainz apresentar um início de construção lento, onde os defesas laterais são (demasiado) pacientes na subida pelo corredor. Uma atitude que não facilita a progressão da bola, particularmente frente a um adversário que se alimenta de equipas que circulem a bola de forma previsível.
Reparem como o Lateral Direito está na mesma linha horizontal dos Defesas Centrais, quando poderia (e deveria) estar mais projetado para facilitar a progressão da bola. No lado esquerdo Aarón (defesa lateral esquerdo) é ligeiramente mais ofensivo, mas só se projeta pelo corredor quando o médio interior preenche a sua posição. Tudo isto é paciente e lento, ou seja, tudo isto facilita o pressing adversário.
Vejam como Latza (médio Iinterior esquerdo) baixa, e acaba por ocupar uma posição redundante. Isto é:
– Está a cortar a linha de passe do Defesa Central para o Defesa Lateral.
– Facilita/Permite/Convida a vida ao adversário. O jogador do Leipzig estará sempre condições de o pressionar, na eventualidade de ele receber.
Tudo isto somado dava … bola na frente.
Onde o Leipzig conseguia recolher a maioria das bolas, já que tinha superioridade numérica e jogador fisicamente mais fortes.
Este lance, é perfeito para ilustrar. Gbamin recolhe a bola, levanta a cabeça, e onde estão colocados os Defesas laterais? Aliás, reparem como os jogadores do Mainz estão todos condensados no corredor central. Ninguém a garantir largura.
A responsabilidade para compensar a ausência de extremos, realizando movimentos dentro-fora, recaia nos ombros dos dois avançados (isto no último terço), mas não era suficiente.
Esta construção lenta, paciente e que necessitava de muito tempo para os defesas laterais assumirem uma posição segura, é manteiga para um Leipzig que é das equipas que melhor reage a estímulos para iniciar o pressing.
Vejam como a equipa reage ao estímulo (passe “sujo”) e coletivamente salta no pressing, acabando por recuperar a bola.
Finalmente, mas não menos importante, particularmente perante um 532 adversário, é importante responder à pergunta: “Quem pressiona os corredores?”.
Como o Leipzig construía com 3, o Mainz tinha sempre desvantagem perante essa 1ª linha. Assim, quando outro jogador do Leipzig vinha receber ao corredor (em amarelo) a dúvida instalava-se.
Como podemos ver, era o médio interior a sair para pressionar o corredor. Assim, com médio a sair no corredor e com o DL fixando à linha defensiva pelo adversário (azul na imagem anterior), o Leipzig ia aproveitando os espaços que se abriam nos corredores interiores. Corredores interiores, onde Forsberg pode fazer cenas …
Foto de Capa: FS Mainz 05