Frio, chuva e muita emoção. Estes foram os três principais ingredientes da última noite no Giuseppe Meazza, na receção do FC Internazionale de Milão à SS Lazio para os Quartos de Final da Taça de Itália.
Depois de uma exibição dominadora da Lazio, fez por não ir a prolongamento quanto mais a penaltis, que voltou a ser perdulária na fase de finalização – como tinha acontecido frente à Juventus FC – os biancocelesti acabaram por levar a melhor no desempate por grandes penalidades (4-3).
Com Fevereiro à porta, a Lazio consegue rubricar duas exibições muito interessantes, particularmente pela forma como frustrou a estratégia dos seus adversários potencializando as qualidades dos seus jogadores mais influentes como Immobile, Correa, Luis Alberto e Milinkovic-Savic.
Por sua vez, o Inter voltou a desiludir por aquilo que não consegue fazer. Um jogo previsível, pouco intenso, muito inconstante em termos de qualidade. Afinal, de nada vale ter um dos (Se não o melhor) melhores nº9 do futebol atual, se não existe a capacidade de potencializar as suas qualidades.
Inter de Milão – SS Lazio
Luciano Spalletti apostou em Antonio Candreva e Politano como extremos, dentro de um 4-2-3-1. Se quisermos um 4-1-4-1, já que Vecino (vermelho em baixo) posicionava-se praticamente à mesma altura que João Mário (amarelo em baixo).

Na primeira parte, o Inter rubricou uma das piores exibições que tenho memória, pela falta de ideias, passividade e previsibilidade do futebol.
No início de construção, com Brozovic muito bem guardado por Correa-Immobile, eram os centrais – Skriniar e Miranda – que gozavam de mais tempo com a bola nos pés, o que tornou a circulação do Inter muito previsível, tanto pela incapacidade em assumir o risco destes jogadores – passe e condução – como pela falta de opções de passe na sua frente.
Assim, a bola acabava quase sempre por chegar aos defesas laterais do Inter, que eram rapidamente pressionados por Luís Alberto ou Milinkovic-Savic.
Apesar do bom trabalho dos jogadores da Lazio, o receio dos laterais do Inter em invadir o espaço, após uma variação rápida de jogo, com bola para criar algum desconforto no adversário foi fator que mais limitou os Nerazzurri. Como vemos em baixo:
A única ideia parecia ser jogar no apoio frontal de Icardi, esperar que o argentino aguentasse o contacto, soltasse no corredor – para Politano ou Candreva explorarem situações de 1vs1 e … cruzar – ou no apoio frontal do médio, para ser ele a jogar no corredor! Enfim, estas últimas linhas resumem 80% do que o Inter têm feito esta temporada na fase ofensiva, assim não é de estranhar que todos – adversários incluídos – estejam à espera. Como podemos observar em baixo, o jogo previsível:
Na segunda parte o jogo do Inter melhorou. Não só com a entrada de Vecino para o lugar de Gagliardini, mas particularmente com uma maior agressividade com bola dos defesas centrais, que invadiam o espaço e assumia o risco do passe, assim João Mário podia se posicionar em zonas mais altas o que permitia ao Inter chegar ao último terço … e? Adivinham? cruzar!
Inacreditável, tendo em consideração os indivíduos que têm nas suas fileiras, como fraco é o futebol da armada Nerazurra.
A Lazio, na linha daquilo que tinha feito frente à Juventus FC, uma exibição muito inteligente da Lazio. Os problemas no capítulo de finalização, voltaram a fazer-se sentir, mas não tiveram impacto no resultado final.
Novamente em 5-1-2-2, a chave desta equipa está na estrutura, que se monta à frente de Lucas Leiva (Como vemos em baixo).

A articulação de Luis Alberto, sobre a esquerda, e Milinkovic-Savic, direita, com a dupla Correa-Immobile é muito interessante, particularmente na contrapressão e nas transições ofensivas.
Como vemos em cima, bastam os quatros jogadores para transitar rapidamente e de forma articulada, dando tempo ao resto da equipa para subir de forma organizada. Em cima, também é possível observar a péssima reação à perda do Inter, uma constante ao longo do jogo, que dava espaço aos jogadores biancocelesti para fazer passes que quebravam linhas de pressão e colocavam em dificuldades a linha defensiva, que via-se obrigada a defender constantemente em contrapé.
Foto de Capa: SS Lazio
Artigo revisto por: Jorge Neves