Força da Tática: Não é preciso Deus para o Barcelona, do Rei Arthur, dominar o “tá lento” italiano


    No jogo entre líderes do Grupo B da Liga dos Campeões, levou a melhor a formação espanhola. Com Messi na bancada e dias antes de receber o Real Madrid CF, para La Liga, a equipa Blaugrana venceu confortavelmente os Nerazzurri, que vinham motivamos depois da vitória no Derby de Milão.

    Mais do que os três pontos, a vitória é a confirmação de um novo FC Barcelona, diferente daquele que vimos em 17/18, desde logo pela afirmação de um talento brasileiro, que já abordei em outro artigo.

    Para o lado italiano, como tive oportunidade de explicar ainda esta semana, é a confirmação de são uma equipa limitada e muito longe das melhores formações europeias.

    Vamos então olhar para este jogo.

    Um novo Barcelona, com toque brasileiro

    Ao longo da última época, fomos observando um Barcelona conservador, onde tudo girava em redor de Busquets-Rakitic-Messi. Busquets e Rakitic, formavam um duplo pivot no meio campo, atrás do Argentino, que ocupava uma posição central no campo.

    Suárez jogava mais sobre a esquerda do ataque, partilhando o espaço entre o corredor esquerdo e o central com Iniesta. Nesse corredor esquerdo aparecia Alba, que aproveita ao máximo a liberdade e o espaço que tinha no flanco. A posição de Suárez e Messi, transformava a estrutura do Barcelona em um 4-4-2, que sustentando pelo duplo pivot Busquets-Rakitic, podia pressionar o adversário de forma agressiva.

    A eliminação frente à AS Roma, na última edição da Liga dos Campeões, levantaram muitas dúvidas sobre o futuro deste sistema. Quando o nível dos adversários era elevando, notava-se a dificuldade do Barcelona em posse de bola. Uma circulação lenta e previsível, que não conseguia fazer a bola chegar a Messi no último terço, obrigado o Argentino a baixar demasiado no campo para pegar no jogo.

    Assim, esta época introduziu um sistema mais ofensivo. Tudo começou com a colocação de Dembelé na esquerda e Messi na direita, não como extremos, mas nos espaços entre corredores. A derrota frente ao CD Leganés, o empate em casa com o Girona, veio expor um problema, que se estava a tornar cada vez mais evidente: Defender é “uma cena que não assiste” a Dembelé.

    A solução, como já falei aqui no BnR, foi a introdução de Arthur no meio campo e o adiantamento de Coutinho para junto de Suaréz e Messi. A estabilidade defensiva aumentou brutalmente e a estrutura ofensiva, hoje, permite uma harmonia muito maior entre a Defesa – Construção – Ataque.

    Curiosamente, ou talvez não, ontem o escolhido para substituir Messi não foi Dembelé, mas sim Rafinha. A razão: Transição Defensiva.


    Fonte: ESPN

    O brasileiro é o elemento mais adequando (vs Dembelé, Malcom) para realizar o trabalho defensivo que Valverde pretende, nomeadamente os momentos de pressão.

    Inter tá lento para atacar

    Coloquei o último GIF não só para mostrar o trabalho defensivo de Rafinha, mas para mostrar o que aconteceu frequentemente (particularmente na primeira parte) quando o Inter tentou iniciar a construção desde trás. Simplesmente não conseguiam criar nada.

    Fonte: ESPN

    Busquets, Arthur e Rakitic avançavam agressivamente para dentro do meio campo italiano, asfixiando a linha defensiva do Inter, que não conseguia lidar com a pressão espanhola. Em cima, Arthur pressiona a bola, enquanto Busquets e Rakitic dividem o espaço entre Borja Valero e Vecino, evitando que a bolas lhes chegasse.

    Quando conseguiam ter bola mais à frente, Brozovic procurava imediatamente os corredores para … já se sabe. Cruzamentos, mesmo que a posição seja a meio do meio campo. A verdade é que com Mauro Icardi na área, qualquer bola que lhe chegue pode dar em golo.


    Fonte: ESPN

    Normalmente, em Itália, o Inter joga de forma lenta, ponderadamente trocando a bola, reciclando-a de um lado ao outro. Não é por acaso que o jogador com mais passes realizados da Série A é Marcelo Brozovic.  Agora quando o adversário pressiona de forma mais agressiva, a história é outra.

    2º Parte

    A saída de Candreva trouxe melhorias ao conjunto Italiano. Spalletti foi, como era expectável, conservador na primeira parte, defendendo em bloco baixo raramente pressionado o Barcelona dentro do seu meio campo, sem contar com pontapés de baliza.

    Este conservadorismo resultou em uma diferença brutal na primeira parte, em termos de posse de bola. Depois, quando recuperavam a bola, por estarem tão próximos da sua baliza o Inter não conseguia sair do seu meio campo o que contribuíam e facilitava a já referida estrutura do Barcelona para fazer a contrapressão.

    Com a entrada de Politano, vimos um Inter mais pressionante e a pressionar mais longe da sua baliza. Um pouco semelhante ao que vimos frente ao AC Milan, no fim de semana. Valero e Icardi pressionavam os centrais, enquanto que Perisic e Politano faziam o mesmo ao laterais. Esta primeira linha de pressão tinha o apoio do duplo pivot de meio campo (Brozovic-Vecino), que tentava neutralizar o impacto do meio campo do Barcelona.


    Fonte: ESPN

    Esta nova postura do Inter permitiu-lhe dominar os primeiros minutos do segundo tempo, forçado o Barcelona a jogar longo, permitindo à formação Nerazurra ganhar segundas bolas e ter bola dentro do meio campo do adversário.

    Contudo, não demorou muito para o Barcelona reconquistar o domínio da partida. A resistência à pressão de Arthur e Rakitic, permitiu ao Barcelona impor o seu jogo posicional face á pressão italiana.


    Fonte: ESPN

    Apesar do resultado, curto, foi um jogo fácil e uma exibição sólida do Barcelona.

    Foto de capa: FC Barcelona

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    João Mateus
    João Mateushttp://www.bolanarede.pt
    A probabilidade de o Robben cortar sempre para a esquerda quando vinha para dentro é a mesma de ele estar sempre a pensar em Futebol. Com grandes sonhos na bagagem, está a concluir o Mestrado em Engenharia e Gestão Industrial, pela Uni-Nova e procura partilhar a forma como vê o jogo com todos os que partilham a sua paixão.                                                                                                                                                 O João escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.