Força da Tática: O cérebro azul e branco #1

    ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

    FC Porto é a terceira equipa com a maior média de pontos por jogo (86.6), atrás de Sporting (1.ª) e Benfica (2.ª)
    Fonte: FPB

    Como foi mencionado previamente, o estilo do FC Porto oferece grande relevância aos jogadores interiores, com a procura incessante de Sasa Borovnjak através de bloqueios que o libertem, ou simplesmente através de isolações que o «obriguem» a atacar o adversário. Esta procura faz sentido, ao passo que Sasa é claramente o poste mais versátil e perigoso em zonas perto do cesto na liga, sendo que, em adição, conquista frequentemente faltas nessas zonas. Para além disso, o poste sérvio é bastante eficaz na linha de lance livre (82%).

    O problema surge, quando o FC Porto inicia e desfecha as jogadas com jogadores interiores a tomarem a decisão final, na medida em que tal ideia de jogo promove poucos rasgos de criatividade, alguns «turnovers» desnecessários e lançamentos forçados a colegas de equipa ou até aos próprios. O único jogador interior, esta temporada, capaz de contrapor os restantes colegas da mesma posição foi Tanner McGrew. Isto acontece, porque o atleta norte americano é um jogador distinto, com recursos mais vastos que o típico jogador tradicional a atuar em zonas perto do cesto, sendo capaz de decidir de forma exímia e de finalizar em qualquer zona do campo. Aliás, não é por acaso que o melhor momento da temporada portista corresponde ao momento em que Tanner está em campo (o norte americano lesionou-se em inícios de novembro).

    No vídeo abaixo, será possível averiguar alguns pormenores (positivos/negativos) da ofensiva portista, desde as boas “leituras” de quem deve ser o cérebro da equipa, às más decisões que mesmo não prejudicando a equipa com turnovers, resultam em embaraços e consequentes lançamentos forçados.

    Os azuis e brancos deviam aproveitar melhor os recursos ao seu dispôr, na medida, em que com tantos jogadores de capacidade atlética elevada (Soares, Purifoy, Sheehey, Alkins), a transição ofensiva devia acontecer com maior frequência. A exploração de um jogo mais rápido, sairia a benefício do FC Porto, ao passo que firmava um estilo mais solto que salientasse de forma irrefutável os recursos técnicos individuais de cada jogador. Isto, sem naturalmente desvirtuar o coletivo.

    Não obstante, o Basquetebol não deve ser uma anarquia, onde se deve atacar sem harmonia ou lógica, contudo o jogo do FC Porto é por vezes demasiado cerebral e pouco objetivo, avançando com ataques longos e por vezes mal decididos.

    Por exemplo, quando o clube azul e branco ataca o adversário com situações simples de 2×2, com jogadores (transportador de bola ou o bloqueador) por norma, superiores em termos de recursos técnicos e físicos, a jogada acaba por fluir com maior naturalidade. O desfecho destas mesmas jogadas, surge quase sempre com um tiro sem grande oposição ou com uma vantagem criada.

    Para terminar, no que diz respeito ao processo ofensivo e à organização ofensiva, o FC Porto é das equipas mais disciplinadas e tradicionais do campeonato. Dispondo de jogadores das mais variadas características, Moncho López utiliza várias ações que potenciam o jogo interior azul e branco. Desde box-to-box screens, à utilização dos mais diversos tipos de bloqueios diretos (sendo o mais comum o lateral), ou a uma set play que traz sempre os postes à periferia da linha dos três pontos (com o objetivo de criar situações eficazes a partir da visão abrangente dos mesmos), o treinador azul e branco tem a primazia de explorar a criação de vantagens perto do cesto.

    Como foi referido anteriormente, o FC Porto tem jogadores de uma capacidade técnica e física para fazer muito mais. O técnico espanhol ainda trabalha como se tivesse muitas limitações dentro do plantel, não apresentando grande noção dos jogadores ao seu dispôr que parecem constrangidos num «basket» vagaroso e com poucos sinais de adaptação ao basquetebol moderno.

    Foto de Capa: FC Porto Sports

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    Diogo Silva
    Diogo Silvahttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo lembra-se de seguir futebol religiosamente desde que nasceu, e de se apaixonar pelo basquetebol assim que começou a praticar a modalidade (prática que durou uma década). O diálogo desportivo, nas longas viagens de carro com o pai, fez o Diogo sonhar com um jornalismo apaixonado e virtuoso.