Tribuna VIP: Depois dos grupos de aperitivos, chega o prato principal!

    OS OUTROS GRUPOS DO EURO 2020

    O Grupo A mostrou à Europa uma das maiores candidatas a conquistar o troféu, apesar de não estar catalogada como tal desde o início: a Itália. Com princípios bem sustentados em posse (saída a três, elaboração por escalões dos médios, todos fortes com bola no pé e mobilidade e técnica no último terço), a Squadra Azzurra terminou a fase de grupos com três triunfos, sete golos marcados e nenhum consentido. A pressão incisiva sem bola e o preenchimento sagaz de todos os corredores tanto a defender como a atacar são as marcas de água de uma equipa de médios espetaculares (Jorginho, Locatelli, Barella e o regressado Verratti).

    Em segundo lugar, passou o País de Bale… perdão, de Gales, mais uma das várias estruturas que se apresentaram neste Europeu com três (ou cinco) defesas e que vive da vertigem e capacidade técnica do seu maior craque, aliada ao requinte de Ramsey ou Daniel James.

    A Suíça também se apurou, tendo sido uma das melhores terceiras classificadas. Petković manteve as bases sólidas dos últimos anos, numa equipa com defesas que trabalham bem a saída de bola (destaque particular para Akanji), que possui dois médios sólidos (Xhaka-Freuler), alas fortes na projeção atacante (com Zuber a vir bem por dentro) e um Shaqiri que complementa com magia e remate dois avançados de características distintas (Seferović e Embolo).

    Já a Turquia foi a grande decepção desta fase de grupos, numa demonstração de uma equipa caótica a defender e com um processo ofensivo muito dependente das individualidades e pouco harmonioso em termos coletivos.

    No Grupo B, imperou a força de uma Bélgica que agora se prepara para um confronto de titãs com Portugal. Os comandados de Roberto Martínez venceram todos os jogos do grupo e sem exibições excecionais, mostraram consistência nos processos de jogo, recursos criativos do meio-campo para a frente (De Bruyne, Tielemans e manos Hazard, sobretudo) e um Lukaku devastador a atacar a profundidade e a ganhar duelos individuais. Os belgas só tremeram de verdade nos primeiros 45 minutos frente à segunda classificada do grupo, a Dinamarca.

    Aos escandinavos, bastou uma vitória memorável frente à Rússia para arrebatar um lugar de acesso directo aos oitavos de final. A reação ao susto de Eriksen foi a melhor possível e Kasper Hjulmand provou ser um dos treinadores mais criativos e versáteis da prova, com a adaptação a um esquema de três defesas (5-2-3 no momento defensivo) face aos belgas, que deu resultado tático mas não prático. Maehle, Damsgaard ou Hojbjerg podem ser catalogados como três dos melhores jogadores da primeira fase da competição.

    De fora, ficam a defensiva Finlândia (5-3-2 competitivo, com Hradecky, Kamara e Lod como figuras) e uma Rússia que desiludiu em termos defensivos (erros colectivos e individuais consideráveis).

    Os três primeiros do Grupo C também seguem em frente, ainda que os Países Baixos se tenham mostrado claramente dominadores. Comandados por um Frenkie de Jong soberbo, os holandeses mostraram argumentos a nível atacante, em variantes táticas distintas, mas sabendo utilizar as características também diferentes dos avançados (o mais possante Weghorst, por contraponto com os móveis e rápidos Depay e Malen). No momento defensivo, ainda permitem que os adversários possam fazer mossa em transição e esse é um pormenor a ter em conta para a fase a eliminar.

    A segunda classificada Áustria cresceu taticamente no último encontro, com a introdução do versátil Grillitsch na equipa, que permitiu a passagem de Alana para a lateral esquerda (depois de dois jogos a jogar no centro da defesa a três de Franco Foda) e uma maior liberdade na pressão a Schlager e sobretudo Laimer. A experiência de grande parte deste plantel na Bundesliga é um factor competitivo adicional importante, num trajecto que apesar dos altos e baixos já valeu um apuramento inédito para os oitavos de final, ao terceiro Europeu.

    A Ucrânia de Andriy Shevchenko ficou em terceiro lugar depois da derrota frente aos austríacos, mas os primeiros 135 minutos disputados nesta prova deixaram um bom sabor de boca, sobretudo nos momentos com bola (com Malinovskyi como o diretor da orquestra). Falta afinar a estratégia a defender, pois a equipa perde equilíbrio e sofre quando não está em posse.

    A estreante Macedónia do Norte fechou a participação no Euro 2020 sem pontos mas com alguns momentos pontuais de bom futebol (quem tem Bardhi ou Elmas a criar jogo ao meio, pode sempre aspirar a tratar a bola por tu).

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