Universo Paralelo: E se Paulo Sérgio fosse treinador desde o inicio?
Após a retoma do campeonato, temos visto um Portimonense SC bastante diferente. Mas o que teria acontecido se Paulo Sérgio tivesse sido a primeira escolha dos responsáveis pelo emblema algarvio, aquando do início da época 2019/2020? Acompanhe-me, caro leitor, numa viagem a um universo paralelo no qual tal se verificou.
O trabalho de António Folha ficou aquém das expectativas dos dirigentes do Portimonense, pelo que, decidiram contratar um novo treinador. O escolhido foi Paulo Sérgio.
António Folha abandona o comando técnico do Portimonense. pic.twitter.com/ylBZ6VpK2u
— Diário de Transferências (@DTransferencias) January 18, 2020
Assim que chegou ao clube algarvio, o mister das sobrancelhas rapadas impôs de imediato novas regras. Uma das principais foi a abolição dos golos mais vulgares. A partir daquele momento, apenas se aceitavam golos candidatos ao Prémio Puskas, ou então golos bastante caricatos. Alguns elementos do plantel, como Lucas Fernandes e Júnior Tavares acataram demasiado bem essa nova regra. O plantel tinha qualidade e estavam reunidas todas as condições para uma época positiva.
Início de época. O futebol praticado pelo Portimonense é de muita qualidade. Jackson Martinez apresenta-se em excelente forma física (recordo o caro leitor de que se trata claramente de um universo paralelo) e tem capitaneado brilhantemente a equipa. Em quase todos os jogos surgem golos de belo efeito, ou então golos caídos do céu, mas enfim, contam igualmente. No entanto, acabou por aparecer uma contrariedade que complicou bastante a boa época que o Portimonense estava a realizar.
No país vizinho, o colosso FC Barcelona estava a passar por muitas dificuldades. O futebol de Ernesto Valverde estava muito longe de agradar os adeptos e em todos os jogos acabava por haver uma coreografia que consistia na exibição de lenços brancos. O principal candidato a ocupar o cargo de Valverde era Quique Setién, nome também pouco apreciado pela massa associativa. Face ao descontentamento dos adeptos, os responsáveis do Barcelona viram-se obrigados a abrir os cordões à bola e a contratar um treinador que agradasse verdadeiramente a toda a gente no clube. Foi então que, no dia 1 de Dezembro de 2019, foi apresentado Paulo Sérgio como novo treinador do Barcelona. O excelente trabalho que estava a realizar no Portimonense fez com que Paulo Sérgio fosse um nome consensual entre plantel, dirigentes e adeptos do Barcelona.
Esta saída viria a trazer graves problemas para o clube de Portimão. Em primeiro lugar, a questão da sucessão. Não havia muitos treinadores disponíveis naquele momento para assumir o cargo. As opções que estavam a ser estudadas pela direção do Portimonense eram os míticos Toni Pereira, Filipe Moreira e Luís Campos, este último tinha a ambição de regressar à sua promissora carreira de treinador. Contudo, nenhum dos três aceitou ir treinar o Portimonense, pelo que tiveram de optar pelo treinador dos sub-23, Bruno Lopes, que não transmitia muita confiança.
Depois, a situação acabou por ficar ainda mais complicada para o conjunto algarvio. Quando Paulo Sérgio chegou ao Barcelona, acabou por constatar que o plantel não era suficiente para as ambições do clube catalão. Então, quando chegou o mercado de transferências, em Janeiro, o técnico natural de Estremoz exigiu as contratações de jogadores da sua confiança. Foi desta forma que Lucas Fernandes, Bruno Tabata, Dener e Hackman acabaram por assinar pelo Barcelona.
O Portimonense viu-se assim desfalcado sem alguns dos jogadores mais influentes e sem o treinador que estava a conduzir a equipa a uma excelente prestação na Primeira Liga. A partir desse momento, a equipa conquistou poucos pontos, e verificou-se uma queda abrupta na qualidade de jogo. Por vezes, observávamos o futebol do Portimonense e quase que parecia que os jogadores tinham vivido alguma pandemia ou algo do género, enfim, nem pareciam os mesmos.
Atualmente, ocupam o penúltimo lugar da Liga, estão, portanto, em zona de descida de divisão. Têm 27 pontos e estão a três do Tondela e do Vitória de Setúbal, os clubes com os quais estão a lutar pela manutenção, faltando apenas duas jornadas para acabar o campeonato.
Curioso que neste universo paralelo em que o caro leitor pôde constatar que a situação pontual do Portimonense é bastante semelhante à atual, sendo que o percurso até aí foi praticamente o inverso. Enfim, é o que acontece quando redatores inexperientes navegam por universos paralelos. Haja paciência!
Artigo revisto por Inês Vieira Brandão
Mário Silva da Costa
Mário Silva da Costa
Natural de Vila Franca de Xira, Mário é a descrição perfeita de um típico idoso português. Chega ao domingo, almoça uma feijoada e vai ver a bola às três da tarde. Para além disso, nos tempos livres ocupa-se com um curso de jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social. O Mário escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.
Mário Silva da Costa
Mário Silva da Costa
Natural de Vila Franca de Xira, Mário é a descrição perfeita de um típico idoso português. Chega ao domingo, almoça uma feijoada e vai ver a bola às três da tarde. Para além disso, nos tempos livres ocupa-se com um curso de jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social. O Mário escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.