A CRÓNICA: MAIS UM PEDAÇO DE HISTÓRIA ESCRITO EM IBROX
A quarta jornada da Primeira Liga Escocesa teve direito a um dos jogos mais emblemáticos da história do futebol. O Old Firm Derby, como é chamado o confronto entre Rangers FC e Celtic FC, teve lugar no Ibrox, naquele que se esperava um duelo sempre interessante e fervoroso. À entrada para este encontro, o Celtic não vencia o Rangers há seis jogos e procurava mudar essa estatística.
Já que estamos a falar de uma das histórias mais importantes no futebol, que passemos à história do 426º embate entre protestantes e católicos. Sem oportunidades flagrantes nos primeiros minutos de jogo, foi o Rangers a entrar melhor em campo. Era notório o contraste entre a forma como ambas as equipas abordaram a partida. Do lado dos Gers, a aposta na transição e, do lado do Celtic, o privilegiar da posse de bola e da construção de jogo, refletiu-se nas oportunidades que daí adviriam.
A primeira grande ocasião de golo apareceu aos 26 minutos. Após passe de Kyogo Furuhashi para Edouard, o francês falhou isolado perante McCrorie, naquela que seria a oportunidade mais nítida de golo para os católicos na primeira parte.
No que toca ao Rangers, a verdadeira grande ocasião surgiu aos 32 minutos, por parte de Ryan Kent, que, à entrada da área, conseguiu rematar com toda a força para o esférico atingir o poste direto da baliza de Joe Hart.
As restantes expectativas estavam guardadas para a segunda parte. Deram-se bons indicativos parte a parte nos primeiros 45 minutos, mas não foram suficientes para se ver o marcador inaugurado em Ibrox.
Com o tempo a passar, notava-se algum nervosismo na equipa do Celtic que começou a demonstrar algumas dificuldades em ligar o seu jogo entre setores. A melhor figura da equipa católica até então seria Kyogo Furuhashi, no ala e no apoio a Edouard, que estava a deixar algo a desejar.
Ao minuto 67, o prémio da consistência defensiva do Rangers foi o golo inaugural da partida. Com Borna Barisic a bater o canto, Filip Helander a cabeceou para o fundo da baliza de Joe Hart. O guardião inglês ainda tocou na bola, mas não foi o suficiente para parar o esférico de ultrapassar a linha golo.
Apenas um minuto depois, o Celtic tentou responder por Furuhashi mas McCrorie impediu qualquer tentativa de remate por parte do japonês. Já voltava a ficar quente o Old Firm Derby.
À entrada para os últimos dez minutos do encontro, o ambiente no estádio estava ao rubro, o Rangers tentava de tudo para aumentar a vantagem, nunca deixando de pressionar, enquanto o Celtic aparentava nervosismo e um jogo lento e previsível. Na verdade, previa-se a vitória iminente dos protestantes perante a inércia dos católicos, mas nunca esquecendo que isto é futebol e tudo pode mudar em minutos. Posto isto, aos 85 minutos, Furuhashi teve uma grande oportunidade de conseguir empatar a partida, não fosse a defesa extraordinária de McCrorie, e, segundos depois, voltou a repetir-se com o mesmo final.
O Rangers começava a sentir-se sufocado na sua grande área, com o Celtic numa busca incessante pela igualdade no marcador, mesmo com as contrariedades que foram demonstrando ao longo da partida. Mas pouco ou nada mais houve a fazer para alterar o marcador e o Rangers voltou a vencer o Celtic por 1-0, naquele que é e sempre será um dos maiores encontros na história do futebol.
A FIGURA
46′ 0-0 | The second-half is underway at Ibrox.
Come on #RangersFC pic.twitter.com/hZIVar7WrJ
— Rangers Football Club (@RangersFC) August 29, 2021
Defesa do Rangers FC – Frente todas as debilidades encontradas no setor defensivo do Rangers, os elementos escolhidos para o integrar neste encontro frente ao Celtic fizeram uma enorme exibição. Premiada com o golo de Helander e assistência de Barisic, a competência dos defesas durante o encontro foi um dos fatores fulcrais para a vitória neste Old Firm Derby.
Menção honrosa para o jogo de Kyogo Furuashi, jogador do Celtic FC, que foi “até à última gota” para conseguir mudar o rumo dos eventos.
O FORA DE JOGO
I waaaannnna be Edouard 🎶
🍋 @Oedouard22 #ABECEL #ScottishCup pic.twitter.com/UYd8EQDMQV
— Celtic Football Club (@CelticFC) April 14, 2019
Odsonne Edouard – Esperava-se mais do “homem-alvo” do Celtic. Depois de falhar isolado aquele poderia ter sido o golo inaugural do encontro, Edouard foi-se apagando no encontro, chegando mesmo a ser substituído.
ANÁLISE TÁTICA – RANGERS FC
O Rangers alinhou num típico 4-3-3, com Davis recuado no meio-campo e Balogun adaptado a lateral direito, dadas as ausências de Tavernier (isolamento profilático devido a COVID-19) e Patterson (lesionado). Outra grande ausência foi também Steven Gerrard, em isolamento profilático tal como Tavernier e um grande grupo de jogadores.
Os protestantes privilegiavam a transição ofensiva e a verticalidade, apostando na rapidez e fluidez dos constituintes do meio-campo. Kamara, Davis e Joe Aribo foram importantíssimos nas fases de transição, não esquecendo o trio de ataque do Rangers. A inteligência de Kent e imprevisibilidade de Roofe estiveram sempre presentes, já Morelos andou algo desaparecido no “tiro ao alvo”.
Primeira parte foi consistente a nível defensivo, com Filip Helander, Goldson, Borna Barisic (não estando no melhor momento) e Balogun a parar a ofensiva católica, não dando hipótese a qualquer golo dos visitantes.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
McCrorie (6)
Leon Balogun (6)
Connor Goldson (6)
Filip Helander (7)
Borna Barisic (7)
Glen Kamara (6)
Steven Davis (6)
Joe Aribo (6)
Ryan Kent (6)
Kemar Roofe (6)
Alfredo Morelos (5)
SUBS UTILIZADOS
John Lundstram (5)
Fashion Sakala (6)
Scott Arfield (5)
ANÁLISE TÁTICA – CELTIC FC
Foi o primeiro Old Firm Derby com Ange Postecoglou no comando técnico do Celtic e a formação escolhida para entrar em campo foi o reconhecido 4-3-3.
Com Joe Hart na baliza, estreou-se Juranovic na defesa dos católicos, em detrimento de Montgomery, que mais tarde alinhou no encontro.
Ao contrário do que efetuou o Rangers, o Celtic privilegiou a posse de bola e a construção de jogo, com Welsh e Starfelt bastante importantes neste processo.
No que tocava ao último setor, Furuhashi manteve-se na ala, servindo Odsonne Edouard, que também não esteve nos seus melhores dias, tal como Morelos. O japonês tinha potencial para “dar mais frutos no centro do ataque” e, durante a segunda parte, viu-se essa alteração concretizada após entrada de Rogic, levando a um Celtic menos comprometedor no processo ofensivo e muito mais criterioso.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Joe Hart (6)
Ralston (5)
Stephen Welsh (6)
Carl Starfelt (6)
Juranovic (6)
McGregor (5)
David Turnbull (5)
Abada (5)
Ryan Christie (5)
Kyogo Furuhashi (7)
Odsonne Edouard (4)
SUBS UTILIZADOS
Tom Rogic (5)
Ismaila Soro (5)
Adam Montgomery (5)