Dérbi: A Identidade contra A Adaptação | Sporting CP

    Como em tudo na vida – o futebol não é exceção – não existe só o lado romântico. Não há só uma forma de ganhar. Não há só uma forma de atacar ou de defender. São inúmeras as ideias que ganham forma e se tornam em estratégias que cada treinador encontra e molda à sua equipa, limando as arestas que ficam por limar porque há sempre maneira de melhorar para procurar atingir a perfeição – se é que isso existe. Mas há uma premissa que se deve manter intacta: A identidade alicerçada à sua ideia de jogo.

    A expressão da ideia de jogo de uma equipa deve-se aos princípios vincados do seu treinador, aquilo que sente, a forma como transmite isso à sua equipa e como faz também a equipa acreditar nelas. Rúben Amorim tem sido um exemplo dessa intransigente confiança e que faz a equipa acreditar de forma igualmente cega nas suas ideias, traduzindo-se na forma como o Sporting CP se apresenta em campo e na forma como se exprime através do seu modelo de jogo.

    São várias as equipas que tentam adaptar-se quando defrontam a equipa do Sporting CP, para procurar encaixar na estrutura leonina. Não acredito que exista uma forma mágica ou uma resposta certa, acredito sim na hipótese de existirem variadas formas de o fazer e cada treinador e cada equipa define a forma como se sentirá mais confortável sempre de acordo com aquilo em que acredita.

    Na minha opinião, as adaptações que temos visto não têm trazido grandes vantagens práticas por vários fatores, mas aqui vou destacar apenas dois:

    Rúben Amorim implementou ideias frutíferas no sistema tática por si adotado e os resultados desportivos são a prova disso
    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Primeiro, em vez de controlar onde os leões se demonstram mais fortes, acabam por oferecer uma vantagem para a equipa leonina fazer aquilo que mais se sente confortável a fazer: com as linhas subidas e constantes referências individuais, acaba por garantir espaço para explorar a profundidade com a linha defensiva mais subida e fazer os contramovimentos de apoio-rotura coletivos e individuais.

    Segundo, com jogos num curto espaço de tempo, as equipas não têm tempo de adquirir dinâmicas e comportamentos quer individuais quer coletivos – diferente defender com linha de quatro ou com linha de cinco – que permitam aplicar na perfeição nesse jogo.

    Com isso as equipas acabam por se autocastrar, dando ainda mais conforto a quem trabalha sobre a mesma dinâmica coletiva e individual durante várias semanas e que acreditam veemente naquilo que fazem.

    A equipa leonina mantêm-se fiel aos seus princípios, sendo menos flexível e consoante os momentos do jogo e a necessidade do mesmo acaba por alterar as características dos jogadores em função disso.

    O Sporting CP não é perfeito nem irá ganhar certamente todos os jogos, mas estará sempre mais perto de o fazer pela forma como se equilibra, controla e gere todos os momentos do jogo e pela confiança que transmite.

    Neste artigo pretendo olhar para alguns momentos e detalhes que me captaram a atenção durante o derby e que podem, de certa forma, refletir na forma como o Sporting CP trabalha e se prepara semanalmente.

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    Tiago Silva
    Tiago Silvahttp://www.bolanarede.pt
    Estuda Jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social. Apaixonado pelo desporto, mas em especial pelo futebol e pelo Sporting Clube de Portugal. Tem um gosto especial por analisar e entender, os vários aspetos tácticos presentes num jogo de futebol. Tem ainda a ambição de se formar em Jornalismo Desportivo e de ser Treinador de Futebol. Por enquanto, mete sobretudo os seus conhecimentos em prática na escrita e no Football Manager.                                                                                                                                                 O Tiago escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.