André Villas-Boas destacou as principais medidas do seu programa. Antigo treinador dos dragões apresentou a candidatura à presidência do FC Porto.
«No programa desportivo, uma direção desportiva competente, experiente e interventiva. É fundamental que reflita a grandeza do clube. Uma direção do scouting capaz de identificar, filtrar e escolher de forma criteriosa o talento, planeando a equipa a curto, médio e longo prazo, seja na equipa sénior, na formação ou nas modalidades. Um modelo de gestão rigoroso, capaz de otimizar os ativos e de criar valor na equipa sénior e formação. Um gabinete de performance que otimiza e potencia o talento em todas as vertentes. Uma metodologia de formação unificada, apoiada no desenvolvimento técnico, sem medo da emancipação precoce dos jogadores à equipa principal. Uma aposta sénior no futebol feminino, na sua formação e no escalão sênior. Lançar a base da criação do futsal, primeiro nos escalões inferiores e posteriormente nas equipas seniores. Por fim o centro de alto rendimento do FC Porto no Olival, em Gaia. O que acontece se um privado mal intencionado, um clube rival comprar os terrenos anexos ao terreno da Maia? Uma academia prometida em 2016 é hoje, oito anos depois, uma promessa eleitoral. Há dois anos encontrámos o proprietário do terreno a mil metros do centro de alto rendimento. Precisamos de uma obra mais eficaz no custo, na operação e que permita aos escalões de formação maximizar os treinos da formação e que garanta uma estrutura adequada ao nível da Liga dos Campeões. Daremos a conhecer o plano de arquitetura, o plano em 3D e as possibilidades de financiamento, tudo às claras para os sócios. Infelizmente estamos reféns da atual direção que a menos de três meses do FC Porto quer tomar decisões sobre o futuro do clube», adiantou André Villas Boas.
«Na vertente financeira urge a ação, é essencial recuperar a saúde financeira do clube. Importa compreender as razões do atual descalabro financeiro. A racionalização de custos, estruturação e renegociação da dívida, a adoção de medidas que permitam aumentar as receitas e a marca do FC Porto, a transparência e a boa governança como obrigação do FC Porto. Adotar um portal de transparência assente num modelo aberto que dê aos sócios informação fidedigna do que se está a passar. Custos associados a intermediações serão declarados no portal de transparência. No que respeita à remuneração fixa da administração, cortaremos a mais de 50% os encargos e na remuneração variável será aplicado um teto máximo de 60% da remuneração fixa e um pagamento condicionado a ponderadores positivos. Existem no FC Porto colaboradores altamente competentes que devem ser envolvidos num sistema de remuneração variável, assegurando um alinhamento entre os pilares desportivos e financeiros», garantiu André Villas Boas.
«O FC Porto deve ter um papel mais ativo de âmbito social alargado na relação com as suas gentes, na sua cidade, no seu país, nos quatro cantos do mundo, na relação com os imigrantes e com as instituições. Queremos fundar e ver nascer a Fundação FC Porto, que será portadora dos valores do FC Porto, usando o desporto como veículo da promoção do bem, da educação, da saúde, da igualdade de direitos e de oportunidades. Queremos que seja financiada pelo clube e por parceiros», frisou André Villas Boas.
«Não queremos esquecer as modalidades. O compromisso com a vitória estende-se às modalidades que continuarão a ser apoiadas num modelo de gestão rigoroso que permita a autosustentabilidade. Queremos promover o espírito do desporto amador, criando um fundo sustentado pela Fundação que permita financiar a despesa de inscrição em modalidades de qualquer sócio do mundo. Em cada sócio um atleta do FC Porto», vincou André Villas Boas.
«Um FC Porto distante da Liga, da FPF, da UEFA e da FIFA é prejudicial. Porque não um FC Porto fundador da associação europeia de Clubes Associados, como motor da defesa do associativismo. Estamos aqui para cimentá-lo. Num desporto onde proliferam os grupos de clubes, clubes-mãe, é fundamental ser motor e orgulho do seu associativismo, é uma vantagem competitiva», prometeu André Villas Boas.
«O Sócio no centro da comunicação do FC Porto. Dignificar a entrega das rosetas, elevando o compromisso dos sócios. Beneficiar os sócios detentores de lugares anuais, respeitar critérios de longevidade e compromisso dos sócios. Modernizar os processos de bilhética. Reformatar o equipamento de gestão das casas do FC Porto que não servem só para bater palmas nas Galas de Ouro ou em jantares dos reis improvisados. Estabelecer índices que garantam forma de acesso justo de bilhetes para as casas, permitindo aos seus associados planear com o tempo devido. Celebrar o dia de fundação das casas, valorizando o trabalho que fazem pelo FC Porto. Ser dada a oportunidade aos sócios de entregar troféus conquistados pelas suas equipas ao museu do FC Porto», concluiu André Villas-Boas.
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